Florianópolis completa 348 anos cheia de surpresas, encantos, história e cultura

Uma das capitais mais antigas do país, Florianópolis, completou 348 anos nesta terça-feira (23.03). Com dezenas de praias paradisíacas, “Floripa” não se resume a apenas um destino de sol e praia, mas também de muita história, gastronomia e diversos atrativos naturais e culturais. E para nos ajudar a explorar todas essas riquezas, convidamos o guia de turismo Rodrigo Stüpp, o Guia Manezinho, para nos mostrar tudo o que a cidade tem a oferecer.

   Capital catarinense apresenta diversos atrativos naturais e culturais. Foto: Divulgação

 

Vencedor de uma das categorias do Prêmio Nacional de Turismo de 2019, promovido pelo MTur, Rodrigo costuma dizer que seu trabalho é fazer as pessoas sentirem o mesmo orgulho que ele sente de sua cidade natal. Para ele, Florianópolis abriga encantos e detalhes ainda desconhecidos pela maioria dos turistas. “Caminhar por “Floripa” é se deixar levar pelo surpreendente”, garante.

O guia de turismo nos leva, primeiramente, a um roteiro inusitado no centro da capital. Nos últimos anos, a área central foi transformada pela arte urbana e murais gigantes estampados nos edifícios agora dão vida à história da cidade. Uma das obras mais recentes, a “Natureza do Desterro”, remete à ancestralidade e tem 18 elementos da fauna e da flora local, como a coruja buraqueira e o Guarapuvu, árvore símbolo de Florianópolis.

Os murais também destacam personagens como João da Cruz e Sousa, poeta nascido no início do povoamento da ilha, quando ainda era chamada de Nossa Senhora do Desterro; Antonieta de Barros, primeira deputada mulher negra do Brasil; e Franklin Cascaes, folclorista, artista plástico e principal responsável por preservar a cultura de base açoriana. “Tio Frank, como é conhecido, foi um dos responsáveis por apelidar a cidade de ‘Ilha da Magia’”, esclarece Rodrigo. Ele explica que o nome não foi dado apenas pelas belezas “mágicas” da capital catarinense, mas sim por ser uma das poucas cidades no mundo que têm suas próprias lendas e histórias de bruxas.

Ainda no Centro, a Figueira, árvore centenária localizada na Praça XV, está a alguns passos da Catedral da cidade e atrai olhares curiosos pela grandiosidade de seus galhos. A poucos metros dali, fica o Largo da Alfândega. O local guarda a memória e a história de Florianópolis e foi totalmente revitalizado no ano passado. A obra contou com investimento de R$ 8,7 milhões do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada ao Ministério do Turismo.

O Largo da Alfândega se estende a partir da Praça Fernando Machado até o Mercado Público Municipal, parada obrigatória no roteiro turístico do guia de turismo Rodrigo Stüpp. “Nem que seja para tomar um caldo de cana no Elias, no coração do Vão Central”, recomenda. Ele sugere também a visita ao Armazém da Renda, onde simpáticas rendeiras fazem seu artesanato. “Com sorte, você encontrará Dinho, o primeiro rendeiro da ilha e que já foi estrela de documentário exibido em mais de 10 países. É o lugar perfeito para experimentar seus primeiros pontos de Renda de Bilro”, destaca se referindo à técnica manual trazida pelos portugueses ao Brasil na época da colônia.

O passeio continua e, seguindo desde o Mercado Público, são 15 minutos caminhando até o Parque da Luz e o maior cartão postal de Floripa: a Ponte Hercílio Luz. Este é o lugar perfeito para tirar belas fotos e contemplar um pôr-do-sol estonteante. “Vale tirar um tempo para atravessá-la a pé”, indica Rodrigo.

É cruzando a ponte e indo até a Praia do Itaguaçu que o turista pode viver uma imersão nas lendas e mistérios da cidade. O local é famoso por conter dezenas de pedras espalhadas pelo mar, sendo conhecido como o “Salão de Festa das Bruxas”. Ao longo da orla, no bairro de Coqueiros, existe uma via gastronômica que oferece opções para todos os gostos e bolsos. “Experimente a tainha, se for no inverno, e a anchova, se for em outras estações, sempre acompanhado de um pirão de farinha fina. Se der sorte, você encontrará bergigão, uma iguaria local. Certeira será a escolha pela ostra nativa, afinal, Florianópolis é a principal produtora do país e os preços são convidativos”, destaca Rodrigo.

NATUREZA

O guia de Turismo Rodrigo Stüpp ressalta que a capital catarinense possui inúmeros atrativos para diferentes perfis de turistas, mas assume que a exuberância da natureza é um encanto unânime entre os visitantes.

Ele destaca as lagoas de Peri e da Conceição, as quais os nomes remetem a um conto de amor proibido entre um índio (Peri) e uma bruxa (Conceição), além dos incontáveis quilômetros de costa e de praias, que se diferenciam muito entre si. As do Norte da ilha têm águas mais calmas e quentes, onde estão localizadas as badaladas praias de Jurerê Internacional, Canasvieiras e Ingleses.

A praia de Jurerê Internacional é uma das mais procuradas de Florianópolis. Foto: Pinterest

As do Sul e do Leste não têm prédios altos e transmitem um clima mais tranquilo. Ali estão as incríveis Dunas da Joaquina, que chegam a 30 metros de altura (o equivalente a um prédio de 10 andares), lugar perfeito para experimentar o SandBoard (surfe nas dunas).

Também no Sul está a trilha mais procurada pelos visitantes: a Lagoinha do Leste, que move legiões e tem dois acessos. “O caminho é sinalizado, mas a experiência com o guia deixa tudo mais bonito e rico”, adverte.

Mas, segundo Rodrigo, em qualquer lugar da ilha é possível encontrar diversão, belezas e um “manezinho” cativante. “Puxe conversa com o manezinho – jeito carinhoso de chamar o nativo de “Floripa”. É provável que você entenda menos da metade das palavras porque ele fala “dijêro” (ligeiro, rápido)”, brinca. Para ajudar na imersão e na experiência florianopolitana, Rodrigo dá a última dica. “Compre um dicionário de Manezês, o dialeto local. O mais completo tem quase 12 mil palavras”, conclui.

*Fonte: Jornal de Turismo

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