Por Victor Jorge
A pandemia de COVDI-19 deverá retirar 4,7 mil milhões de passageiros até ao final do ano de 2021, representando, assim, um decréscimo de 47,5% face ao que fora estimado para o atual ano, revelam os números avançados pela Associação de Operadores Aeroportuários Europeus (Airports Council International – ACI Europe).
Ou seja, em vez dos 9.830 milhões de passageiros esperados para este ano de 2021, numa análise pré-COVID, a ACI prevê, agora, que se atinja, somente, 5.157 milhões de passageiros, perdendo-se, assim, 4.673 milhões de passageiros.
Comparado com 2019, a queda projetada é de 43,6% no final do ano de 2021. A ACI estima que o primeiro trimestre de 2021 mostre sinais fracos de melhora em comparação com o quarto trimestre de 2020, sendo que, “à medida que o processo de vacinação avance, mais passageiros deverão retomar as viagens”, refere a ACI Europe no seu site, admitindo um “maior aumento no terceiro e quarto trimestre de 2021.
À semelhança de 2020, Europa e Médio Oriente devem permanecer as duas regiões mais afetadas, com quedas de 58,1% e 58,9%, respetivamente, em comparação com as projeções inicialmente apontadas, com a opinião a ser que esta situação se deve “devido à sua alta dependência de viagens internacionais e conectividade que estão a recuperar a um ritmo mais lento ritmo do que as viagens domésticas”.
Após o início da recuperação, a Ásia-Pacífico superará todas as outras regiões nos quatro trimestres de 2021, prevendo-se que termine o ano de 2021 com uma perda de tráfego estimada de 40,3% em comparação com a linha de base projetada (um declínio de 35,1% em comparação com 2019).
Impulsionada pela combinação de um mercado doméstico dos EUA em rápida recuperação e uma forte taxa de vacinação, a previsão para a América do Norte, é a de que “2021 irá melhorar significativamente e a região deverá terminar o ano de 2021 com uma quebra de 43,5% em comparação com a linha de base projetada (ou -39,9% em comparação com 2019).
Na comparação entre voos internacionais e domésticos, o primeiro deverá permanecer fraco no primeiro semestre de 2021, “mas os primeiros sinais apontam para um aumento significativo na procura de viagens aéreas no segundo semestre de 2021”, diz a ACI, sendo o reflexo do número crescente de pessoas vacinadas e as restrições às viagens internacionais serem gradualmente reduzidas.
Embora o volume de tráfego internacional de passageiros ainda fique aquém do tráfego doméstico em 2021, prevê-se que termine o ano acima de 1,6 mil milhões de passageiros ou 4% do nível de 2019.
Quanto ao tráfego doméstico de passageiros, este começou a recuperar mais rapidamente do que o tráfego internacional. Globalmente, as estimativas da ACI Europe revelam que “o tráfego doméstico continuará a aumentar em 2021 para atingir cerca de 5 mil milhões de passageiros até o final de 2021, correspondendo a 65,6% do nível de 2019.
Sem passageiros, receitas continuam a cair
No que diz respeito às receitas, já em setembro de 2020, a Air Transport Action Group (ATAG), uma associação global que representa todos os setores da indústria de transporte aéreo, considerava as perdas devido à COVID-19 seriam na ordem dos 46 milhões de empregos, além de uma quebra de 1,8 biliões de dólares (cerca de 1,5 biliões de euros = 1.500.000.000.000 euros) na atividade económica suportada pela aviação.
Agora, a ACI Europe estima que o impacto da crise da COVID-19 nas receitas dos aeroportos “ainda será profundamente sentido em 2021”. As previsões são de que, globalmente, os aeroportos sofram a perda de mais de 94 mil milhões de dólares (cerca de 80 mil milhões de euros) em receitas até o final do ano de 2021, reduzindo para metade as expectativas de receita dos aeroportos que eram ligeiramente superiores a 188 mil milhões de dólares, em comparação com as projeções (-48,1% em comparação com o nível de 2019).
A Europa continuará a ser a região mais afetada em termos absolutos, com uma perda estimada de receitas de mais de 37,5 mil milhões de dólares no final de 2021, passando de receitas estimadas em 64,5 mil milhões de dólares para 27 mil milhões de dólares, representando, assim, uma quebra de 58,1%. respetivamente.
A região Ásia-Pacífico registará a menor quebra (-40,3%), enquanto as receitas na América do Norte cairão 47,2%.
*Fonte: Publituris/PT