Está aberta a licitação para a execução de serviços de restauração dos bens móveis do Museu do Recôncavo Wanderley Pinho, localizado em Caboto, município de Candeias (BA).Esta é a segunda etapa das intervenções no local que são executadas conduzidas pela Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur) e Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) com recursos do Prodetur Nacional Bahia, através de financiamento do BID, e fazem parte de um conjunto de obras que estão sendo realizadas no entorno da Baía de Todos-os-Santos, que resultará na requalificação do turismo náutico e cultural da maior baía do Brasil.
“Nesta etapa serão restauradas 133 peças do acervo do museu e farão parte da exposição de longa duração do Museu Wanderley Pinho. Hoje patrimônio do Estado da Bahia, estes bens móveis pertenceram às famílias dos senhores de engenho que lá residiram”, explica o secretário de Turismo, Fausto Franco.
Com cerca de 200 objetos, esse acervo é constituído pela Coleção de Mobiliário (móveis confeccionados em madeiras nobres, com destaque para as marquesas, mesa de jantar com cadeiras, camas, penteadeiras), Coleção de Imaginária Cristã (esculturas de São Jerônimo, Nossa Senhora da Conceição, entre outras), Coleção de Pintura (destacam-se os retratos do Barão de Cotegipe, uma panorâmica do Rio Paraguaçu e uma fotopintura que retrata a família de Wanderley de Araújo Pinho), Coleção de Têxteis (vestes litúrgicas, toalha de altar, peças da indumentária civil masculina como os lenços bordados, inclusive com o brasão do império e com as iniciais do imperador Pedro II), Coleção de Cerâmica (resfriadeiras do século XIX feitas em argila e ornadas com o Brasão Imperial), Coleção de Tecnologia Rural (formas de rapaduras, tachos, carro de boi e engrenagens da moenda) e Coleção de Instrumento de Castigo (tronco). “Portanto, é através dessas peças datadas do século XVII ao século XX que o museu mostra a relevância do seu legado histórico, arquitetônico e cultural”, acrescenta Fátima Santos, da Diretoria de Museus do IPAC.
O diretor geral do IPAC, João Carlos Oliveira, comemora mais uma fase: “A restauração do Wanderley Pinho tem o formato e a forma de um projeto de restauração completo, além de uma visão de resultados como planejamento estratégico. É com grande alegria que fecha-se o ciclo com a restauração de seus elementos artísticos e integrados”.
Propostas
A licitação será efetuada conforme os procedimentos de Licitação Pública Nacional (LPN) estabelecidos nas Políticas para a Aquisição de Bens e Contratação de Obras Financiadas pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), edição GN 2349-9 e está aberta a todos os licitantes elegíveis, conforme definido nestas normas.
Os interessados poderão adquirir um conjunto completo dos documentos no site: www.prodeturbahia.turismo.ba.
As propostas deverão ser entregues Comissão Especial de Licitações (CEL) da Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur-BA) – na Avenida Tancredo Neves, 776, Bloco A, 5º Andar, Caminho das Árvores Salvador – Bahia – Brasil (CEP: 41.820-904).
Elas serão abertas 10h do dia 04/05/21, na presença dos representantes dos licitantes que desejem assistir. Caso a pandemia de Covid 19 inviabilize a sessão presencial, será disponibilizado e enviado a todos os interessados o link para reunião virtual. Propostas encaminhadas com atraso serão rejeitadas. Mais informações no site www.prodeturbahia.turismo.ba.
Primeira etapa
O projeto de recuperação está em sua primeira fase que contempla a urbanização e revitalização de toda a estrutura do antigo Engenho Freguesia (como era chamado o complexo), o que inclui a casa grande e a capela totalmente restauradas, além de guarita, vias internas de acesso, subestação de energia, estacionamento, paisagismo, fábrica e atracadouro. “A integração entre o potencial náutico e o patrimônio cultural é um ponto crucial do projeto. O museu contará com receptivo náutico para dar apoio a quem chegar no local através da Baía de Todos-os-Santos”, detalha o chefe de gabinete da Setur, Benedito Braga.
O Museu Wanderley Pinho é um importante equipamento cultural que conta a história da Bahia e do Brasil a partir do século XVI. Com um acervo de mais de 200 peças e achados arqueológicos que remetem ao ciclo do açúcar, o museu ocupa um casarão de quatro andares e 55 cômodos no antigo Engenho Freguesia, e inclui ainda uma capela. Tombado como patrimônio nacional pelo IPHAN, a construção possui grande importância arquitetônica e cultural, sendo administrado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac).
*Fonte: Setur/BA