Por Gutemberg Bógea
Repercutiu, favoravelmente, a Reportagem do JP Turismo (semanário do Jornal Pequeno), de São Luís na edição de sexta-feira passada, assinada pelo jornalista Herbert de Jesus Santos, levantando que o Palacete da Rua Formosa tem tudo para sediar o Museu da Imprensa Maranhense. O primeiro a manifestar-se foi o jornalista e radialista Douglas Cunha, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Luís, que por muitos anos trabalhou no jornal O Imparcial, que funcionou no prédio: “PELO NOSSO MUSEU — Estamos no ano em que se comemora os duzentos anos da imprensa no Maranhão. Então é apropriado que nos unamos, jornalistas e comunidade, pela criação do Museu da Imprensa, para promover o resgate da memória do nosso Jornalismo, e nada mais apropriado que o antigo prédio onde funcionou o mais antigo jornal da cidade, O Imparcial, na Rua Afonso Pena, para abrigar o Nosso Museu. ´Tamos´juntos! Abraçamos esta causa, que não é só dos jornalistas, mas de toda sociedade”, declarou Douglas Cunha, Presidente SINDJOR-SLZ.”
O escritor, economista, professor aposentado da UFMA e da UEMA, membro da Academia Ludovicense de Letras, da Academia Caxiense de Letras, e da Academia Maranhense de Cultura Jurídica, Social e Política – AMCJSP, Antônio Augusto Ribeiro Brandão, foi catedrático e longitudinal: “A cultura não é propriedade de ninguém, mas um processo de acumulação através dos tempos”, que a nós cabe agregar valor. Àqueles que construíram e mantiveram os ideais de uma imprensa livre, democrática, minhas justas homenagens. Lembro-me, nesta oportunidade, dentre outros ilustres nomes, de Pires de Sabóia, Miécio Jorge e João Lima Sobrinho — este meu colega de magistério na Universidade Federal do Maranhão—, todos lídimos representantes da categoria que integraram e dignos de figurarem no Museu da Imprensa. O Maranhão e o Brasil vivenciam a atualidade de um verdadeiro cataclismo, de grandes proporções e notícias alvissareiras, como essa, fazem bem para todos nós. Abraços aos que perseveraram para acontecer o Museu da Imprensa Maranhense”, enfatizou Antônio Augusto Ribeiro Brandão.
Já o violonista conterrâneo de fama internacional João Pedro Borges (Sinhô), em poucas palavras, enaltecendo a Atenas Brasileira, engrandeceu a idealização aos jornalistas, radialistas, publicitários, relações-públicas e outros do meio da Comunicação Social, simples e eloquente, como se dedilhasse o seu instrumento musical em que é fera: “O Museu da Imprensa ajudará a manter vivas as características principais da nossa terra, que se distingue das outras pela produção cultural impregnada de História, Literatura, Música e Artes em geral, reverberando sempre o título honroso de Atenas Brasileira”.
O professor, guia de Turismo e poliglota Simão Cirineu Ramos foi nativista e professoral: “Será um monumento para preservação da memória e de amor à terra-berço às futuras gerações. Além disso, o Turismo vai sair ganhando muito com o prédio, um dos mais bonitos do Centro Histórico de São Luís, sediando o Museu da Imprensa Maranhense, com muita História para contar de benquerença ao nosso torrão Patrimônio Cultural da Humanidade.”
”O Casarão, o jornal e Eu!”
— Numa coincidência digna de nota, quando se trata do Museu da Imprensa Maranhense, no Palacete da Rua Formosa, a professora da UFMA e integrante da Academia Maranhense de Letras, Ana Luiza Almeida Ferro, lembrou que ali, em O Imparcial, foram redatores vultos quanto Erasmo Dias e José Sarney. Em seu escrito, nas redes sociais, ela falou desse tempo: “São Luís é uma cidade encantada, senhora do maior conjunto arquitetônico de azulejos lusitanos de toda a América Latina, o que a torna a capital brasileira com maior quantidade de casarões em estilo tradicional luso. Como toda dama vaidosa, ainda por cima quatrocentona, tem seus segredos e histórias. O Palacete da Rua Formosa não foge à regra. Esse belo casarão só poderia estar situado em certa Rua Formosa, hoje Afonso Pena. De edificação provavelmente iniciada na década de 1813, já foi quase tudo: residência do fazendeiro e comendador Leite e de sua família, mais de um colégio, hotel, sede de companhia de gás, clube familiar, cassino, escritório de advocacia, tribunal, tabelionato, loja de joias, locação para filmes… Mas a maior joia que abrigou, de 1967 a 1992, foi certo jornal fundado por José Pires Ferreira, em 1926, depois vendido ao magnata das comunicações Assis Chateaubriand ou Chatô, então rei do Brasil sem coroa, um dos homens públicos de maior influência dos anos 40 a 60. E o jornal foi incorporado ao império dos Diários Associados”.
O jornalista para Rui Barbosa
Ana Luiza Ferro assinalou ainda: “Diz Rui Barbosa que o jornalista é, para o comum do povo, ao mesmo tempo um mestre de primeiras letras e um catedrático de democracia em ação, um advogado e um censor, um familiar e um magistrado”. Nada mais natural, portanto, que o Palacete da Rua Formosa, com seu passado de ninho de professores e homens das leis, tenha se tornado o baluarte de jornalistas pioneiros. Emprestaram a sua pena à redação do jornal no casarão personalidades como Odylo Costa, filho, Josué Montello, José Louzeiro, José Sarney, sem esquecer o papel de colaboradores desempenhado pelos articulistas Erasmo Dias e Ferreira Gullar. A História fez morada no Palacete e o jornal lá fez história, relatando e comentando, dia a dia, os grandes e pequenos eventos dos maranhenses, dos brasileiros e da humanidade! Foi em razão de notícias publicadas nesses tempos adolescentes que minha pequena história pessoal se cruzou, pela primeira vez, com a história desse jornal, patrimônio de todos nós!”