A diminuição nas restrições, como a extensão no horário de funcionamento em várias cidades, começa a mostrar resultados positivos para os bares e restaurantes. Levantamento feito em todo o Brasil pela Abrasel aponta para uma melhora no faturamento. Em junho, 56% das empresas trabalhavam no prejuízo, contra 77% que apontavam estar no vermelho em abril.
Mais de um quarto (27%) dos estabelecimentos não teve condições de pagar integralmente a folha em julho, índice que também teve melhora em relação a maio, quando o número foi de 49% – em abril, na fase mais crítica, havia chegado a 91%.
“A situação ainda é muito ruim, mas agora estão nos deixando trabalhar, e isso trouxe uma melhora nos índices. Ainda muito longe do ideal, mas encaramos a situação com mais otimismo. O avanço da vacinação também nos deixa mais confiantes”, explica o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci.
Outro índice que ainda preocupa é o da inadimplência das empresas. Houve uma pequena melhora no indicador: são hoje 64% os que dizem ter pagamentos em atraso, contra 77% do último levantamento, em maio. As principais dívidas são com impostos (40%), fornecimento de água, luz e gás (30%), aluguel (29%), FGTS (26%) e fornecedores de insumos (25%), lembrando que há empresas que têm pagamentos em atraso em diversas frentes. Por causa desse quadro, 61% ainda têm a intenção de conseguir um empréstimo via Pronampe, o programa de empréstimo para micro e pequenas empresas, que está em sua segunda versão.
Diante desse quadro, o setor comemora o índice de 27% de bares e restaurantes que pretendem contratar funcionários nos próximos três meses, um sinal de que o otimismo está aos poucos retornando. Outros 52% pedem a prorrogação do Bem, o programa que permite a suspensão de contratos e redução de jornada, feito para conter as demissões.
“Nós fomos um dos setores mais duramente atingido durante a pandemia, de forma desproporcional e injusta. Diante de tudo que sofremos e dos desafios que ainda se impõem, estamos pedindo aos governos estaduais e municipais reparação pelos danos sofridos, assim como já aconteceu com bares e restaurantes em 77% de 130 países analisados pelo Banco Mundial. Chegou a nossa vez”, afirma Solmucci.
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