Por Inês de Matos
A maioria dos passageiros aéreos confia na segurança a bordo e defende a manutenção do uso de máscara facial nas viagens aéreas, apurou o inquérito que a IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo realizou em junho e que abrangeu 4.700 viajantes de 11 marcados em todo o mundo.
De acordo com o relatório da associação, divulgado esta quarta-feira, 21 de julho, apesar da segurança não ser vista como um problema nas viagens aéreas, os passageiros mostram-se, no entanto, incomodados e confusos com todos os requisitos e protocolos contra a COVID-19 que estão em vigor nas viagens aéreas e que é necessário cumprir, queixando-se, nomeadamente, da incerteza em relação a estas regras, dos requisitos de teste e do seu custo excessivo.
O inquérito apurou que 85% dos passageiros acreditam que os aviões são cuidadosamente limpos e desinfetados, e 65% dizem mesmo que o ar num avião é tão limpo quanto numa sala cirúrgica. Dos 86% que viajaram desde junho de 2020 e que dizem ter-se sentido seguros, 89% considera que as medidas de segurança foram bem implementadas e 90% reconheceu o bom trabalho dos tripulantes e funcionários da companhia aérea no cumprimento das medidas contra a COVID-19.
O relatório da IATA constatou que os “passageiros apoiam fortemente o uso de máscara a bordo”, medida que é defendida por 83% dos indivíduos inquiridos, ainda que a maioria também defenda que, apesar de positivo, o uso de máscara deve ser abolido o mais rapidamente possível, assim que a pandemia o permita.
“Os viajantes aéreos reconhecem e valorizam as medidas de segurança postas em prática para minimizar o risco de transmissão da COVID-19 durante as viagens aéreas. Apoiam a continuação das medidas enquanto for necessário, mas também não querem que elas se tornem permanentes”, explica Willie Walsh, diretor geral da IATA, citado no comunicado divulgado pela associação.
Apesar de concordarem com as regras, estas são também um desafio para os passageiros, que se mostram confusos face a todos os requisitos em vigor e admitem que isso interfere com a sua vontade de viajar, com a IATA a sublinhar que 70% dos inquiridos em junho admitiram que as regras são um desafio e 67% consideraram que a realização de testes é um aborrecimento, com 89% a defender, por isso, a harmonização das regras dos certificados de vacinação.
“Estas respostas devem ser um alerta para os governos de que é necessário preparar melhor o reinício das viagens”, acrescenta Willie Walsh, sublinhando que quase dois terços dos entrevistados planeia retomar as viagens alguns meses após a pandemia ser contida (e as fronteiras abertas), o que deverá aumentar a pressão nos aeroportos caso as soluções em papel não sejam substituídas por ferramentas digitais, que facilitam todo o processo de viagem, a exemplo do IATA Travel Pass.
Em relação a estas aplicações que substituem os certificados em papel, o inquérito da IATA apurou ainda que perto de nove em cada 10 inquiridos gostam da ideia de usar uma aplicação móvel para armazenas as suas credenciais de saúde, ainda que 75% digam que apenas usaram uma app para gerir os documentos se tiverem total controlo sobre os dados, numa característica que, destaca a associação, o IATA Travel Pass também possui.
*Fonte: Publituris/pt