A falta de um sistema de certificação de vacinação reconhecido internacionalmente pode impedir a recuperação de viagens, alerta da Globaldata, empresa especializada em análise de dados.
A falta de um sistema de certificação de vacinação reconhecido internacionalmente pode impedir a recuperação de viagens, alerta da Globaldata, empresa especializada em análise de dados.
Os requisitos de quarentena e restrições de viagens, juntamente com a falta de reconhecimento dos certificados digitais de vacinação internacionalmente têm gerado confusão junto dos viajantes que optam assim por viagens domésticas em detrimento de viagens internacionais, “prejudicando destinos que dependem do mercado turístico internacional”.
Gus Gardner, Analista de Viagens e Turismo da GlobalData, realça que as vacinas foram “aclamadas como um facilitador de viagens e um vislumbre de esperança para a indústria”. Contudo, as “regras fragmentadas e a falta de acordos mútuos continuam a dificultar as viagens, com as restrições às mesmas a ser o segundo maior impedimento para a realização de viagens a 55% dos entrevistados de uma pesquisa da GlobalData”. “A complexidade do comprovativo de vacinação continua a ser um entrave”, adverte o responsável.
O IATA Travel Pass, exemplifica o responsável, foi encarado como uma boa solução para o setor das viagens e turismo, mas “a aceitação foi fraca e houve integração limitada” por parte dos governos, realça.
“Os viajantes desejam soluções simples que exijam pouco esforço. A indústria deve trabalhar em conjunto para integrar uma solução que funcione para todas as partes interessadas. Até lá, alguns vão evitar viajar devido à natureza complicada de comprovar o status de vacinação”, aponta a Globaldata, destacando que é necessária uma solução urgente e comum para não colocar em causa a recuperação das viagens internacionais.
IATA quer exemplo europeu como padrão global para certificados de vacinação
É exatamente pela confusão mundial que existe relativa ao reconhecimento dos Certificados Digitais de Vacinação que a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA, sigla em inglês) instou, esta quinta-feira, os vários Estados internacionais a adoptarem como padrão global o Certificado Digital de COVID da União Europeia.
“Na ausência de um único padrão global para certificados de vacinas digitais, o Certificado Digital de COVID da União Europeia deve servir como um modelo para outras nações que procuram implementar certificados de vacinação digital para ajudar a facilitar viagens e os benefícios económicos associados ”, disse Conrad Clifford, diretor-geral adjunto da IATA.
Para a IATA, o Certificado Digital de COVID europeu cumpre vários requisitos essenciais, desde o formato no qual pode ser apresentado (papel ou versão digital); a inclusão de um QR Code em ambos os formatos, que dispõe de informações essenciais, bem como uma assinatura digital para garantir que o certificado é autêntico; e a verificação e autenticação do mesmo, tendo a Comissão Europeia construído um website onde dispõe os dados encriptados necessários para autenticar assinaturas dos certificado e que podem ser distribuídos em toda a UE, mas também pode ser utilizado para distribuir dados encriptados de emissores de certificados não pertencentes à UE.
“É um excelente modelo, pois é consistente com as últimas orientações da Organização Mundial da Saúde e é totalmente compatível com o IATA Travel Pass”, indica a associação, que acrescenta que o certificado europeu permite ainda que os seus titulares tenham acesso a locais não relacionados à aviação na Europa que exigem comprovativo de vacinação, como museus, eventos desportivos e concertos, entre outros.
*Fonte: Publituris/pt