A cadelinha Pepinha tem 2,5 anos de vida e nasceu na zona rural do município de Várzea da Roça, na região centro-norte da Bahia, onde era acostumada a caçar. Na última sexta-feira (10), já morando em Salvador, ela fez uma programação diferente: juntamente com seus donos, a jornalista Maria Paula Marques e o advogado Pedro Nabuco, ela assistiu ao pôr do sol no Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-Bahia), complexo arquitetônico-histórico do Solar do Unhão originário do século XVII e localizado às margens da Baía de Todos os Santos.
“É um passeio muito bom e Pepinha está super tranquila”, disse Maria Paula sobre a reação da cadelinha estar à beira-mar apreciando o pôr do sol, com Pedro e um grupo de amigos. “Só nos pediram para mostrar o saquinho plástico, obrigatório para trazer animais de estimação aqui”, completou Pedro. A cadelinha também usava coleira e correia/guia segura pelos donos. Esse momento aconteceu graças ao ‘Projeto Pet Friendly’ do MAM-Bahia iniciado neste mês de setembro.
ESPAÇOS ABERTOS e REGRAS
“Iniciamos a liberação controlada para acesso de animais de estimação nos espaços externos do museu”, explica a coordenadora-geral do MAM-Bahia, Marília Gil. Segundo ela, o museu dispõe do Pátio da Mangueira com cerca de 520 m² e o Pátio do Pôr do Sol com mais de 1.600 m². “Esses espaços são amplos possibilitando que as pessoas fiquem com distância regulamentar e ainda com a brisa do mar, resultando em áreas seguras e saudáveis para todos”, completa Marília Gil.
‘Pet Friendly’ é uma expressão em inglês utilizada em todo o mundo e que significa ‘amigos de animais domésticos’. O termo é usado por lugares onde os animais domésticos são bem-vindos e aceitos. Mas para os pets terem acesso no MAM, existem regras. Cães e gatos são permitidos desde que adestrados e com suas coleiras e guias/correias para o controle dos seus donos. “Os donos dos animais de estimação devem trazer sacos plásticos para recolhimento de fezes e colocação nas lixeiras do museu, caso ocorra essa necessidade”, relata Marília.
Já animais de grande porte, como das raças pit bull e rottweiler, dentre outras, só são aceitos com guias e focinheiras de segurança e a responsabilidade legal dos donos. Pets em espaços expositivos internos (Capela e Casarão) só serão aceitos se forem cães-guias treinados para deficientes visuais. “A Lei n°11.126/2005 fornece direito ao portador de deficiência visual permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhados de cães-guias”, diz a coordenadora Marília.
BRASIL, EUROPA e ESTADOS UNIDOS
Não são todos os museus que aceitam pets. No Brasil não é comum. Em Salvador, o MAM-Bahia (foto aérea) é o único museu que se intitula como ‘Pet Friendly’ através desse projeto. Imagem, crédito: Geraldo Moniz
É mais usual encontrar hotéis, padarias, cafés, restaurantes e até livrarias que aceitam pets, mas não museus.
Na Europa muitos museus aceitam pets. Na Itália, por exemplo, o Museu Nacional do Automóvel (Turim) e o Museu Arqueológico (Nápoles), dentre outros. Nos Estados Unidos, o San Luis Obispo Museum of Art, The Western Railway Museum e o Southern Railway Museum (Califórnia). Em Portugal aceitam pets o Museu de Olaria (Barcelos) e o Pavilhão do Conhecimento Ciência Viva (Lisboa), dentre outros.
EXPOSIÇÃO e CAFÉ
Além de passearem com os pets, os donos podem visitar a exposição em cartaz ‘O museu de Dona Lina’ aberta até 10 de dezembro no MAM. A visitação é de terça a sexta-feira, sempre das 13h às 17h. Ainda em setembro (2021) a mostra abrirá também aos finais de semana. Já o Café Saladearte fica aberto, de terça à sexta-feira, das 12h às 19:30h.
A entrada e o estacionamento (capacidade p/mais de 50 veículos-passeio) no museu são gratuitos. Mais informações: acompanhe nossas redes sociais (instagram e facebook) ou via telefone (71) 31176132, com atendimento das 9h às 12h e das 13h às 15h. O MAM é vinculado ao Instituto do Patrimônio (www.ipac.ba.gov.br/museus) da Secretaria de Cultura da Bahia (SecultBA). *Fotos: Divulgação.