Turismo religioso na Bahia poderá se recuperar totalmente em 2022

Por Lily Menezes

Quem tem fé não vai só à pé: vem de avião e de ônibus também, para conhecer as histórias da Bahia de todas as crenças. Antes da crise sanitária, o turismo religioso na Bahia atraía uma média de 5 milhões de pessoas por ano, a maioria delas viajando em caravanas para festividades que movimentam todo o Estado, como a Lavagem do Bonfim e a Festa de Iemanjá; além dessas comemorações, os terreiros de candomblé e umbanda aquecem as rotas da fé. Embora o trade turístico ainda esteja cauteloso em relação à retomada, acreditando que a recuperação total das perdas provocadas pela pandemia esteja mais para o segundo semestre de 2022, a Secretaria de Turismo do Estado da Bahia (Setur-BA) tem confiança de que o movimento nos terminais de passageiros deve aumentar até o fim deste ano.

Melhora no cenário da Bahia deve trazer de volta os grupos que vinham participar das festividades e conhecer os santuários. Expectativa é de retomar aos poucos os índices pré-pandemia. Foto: Igreja do Senhor do Bonfim/Crédito: Tatiana Azeviche/Arquivo Turismo Total.

 

 

Segundo a Setur, as caravanas costumam vir de todas as partes do país e mantém o fluxo durante todo o ano; além de Salvador, considerada um dos maiores polos do turismo religioso no Brasil, outras cidades que devem ser contempladas durante a retomada são Bom Jesus da Lapa, conhecida por suas romarias, e Dias D’Ávila, que abriga a Cidade Santa, ponto de encontro para os retiros espirituais. Para melhor receber o público e pensar na reestruturação do turismo religioso, a pasta se reuniu com lideranças dos setores público e privado na segunda-feira (13). Durante a ocasião, estiveram presentes a Agência Brasileira de Viagens – Regional Bahia (ABAV-BA), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia (Fecomércio-BA) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE).

Para a Pastoral do Turismo, este primeiro debate, que teve a fé católica como foco e trará outras religiões para a discussão ao longo do mês, é essencial para reafirmar a Bahia como destino religioso. “É o reinício de uma articulação qualificada, com uma quantidade significativa de atores. Nesta perspectiva da segmentação, podemos fazer com que o turismo religioso seja ampliado, como vetor de desenvolvimento econômico no estado”, avaliou o coordenador nacional da entidade, padre Manoel Filho. A fim de qualificar ainda mais os agentes que atendem os viajantes da fé, a Pastoral e o SEBRAE se juntaram para oferecer uma consultoria para os roteiros Arte e Fé nos Conventos, que fazem parte dos Roteiros de Fé em Salvador; o intuito é oferecer uma experiência agradável e diferenciada ao turista que for às igrejas da capital baiana, beneficiando também as comunidades que aderirem à proposta.

A Setur planeja oferecer mais roteiros para alavancar este nicho, bem como promover a inclusão social, o empreendedorismo e fomentar políticas integradas nas regiões que abrigam os santuários. O titular da pasta, Maurício Bacelar, voltou a enfatizar a relevância do setor para a economia local. “O turismo tem uma importância enorme para a Bahia, representando 4% do PIB (Produto Interno Bruto) do nosso estado. Um grande gerador de emprego e renda. E, por conta dessa grande preocupação do Governo do Estado, é que nós abrimos o diálogo para criar medidas onde atividades possam ser desenvolvidas”. Para ele, o Santuário de Santa Dulce dos Pobres deve despontar como um dos pontos de interesse dos turistas, que ainda não tiveram condições de conhecer a casa do Anjo Bom da Bahia por conta da pandemia. “Na retomada das atividades, a previsão é de um grande boom no roteiro da fé em Salvador, afinal, é da Bahia a primeira santa do Brasil”, frisou.

*Fonte: Tribuna da Bahia

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