Medidas contra Omicron põem em causa recuperação do trafego aéreo em outubro, alerta IATA

*Por Inês de Matos

A proibição ou limitação de viagens decretada em vários países na sequência da identificação da variante Omicron pode colocar em causa a recuperação que o tráfego aéreo apresentou em outubro, alerta a IATA – Associação Internacional de Transporte Aéreo, que divulgou esta quinta-feira, 2 de dezembro, os dados referentes ao tráfego aéreo global de outubro.

“O desempenho do tráfego de outubro reforça que a ideia de que as pessoas vão viajar quando puderem. Infelizmente, a resposta dos governos ao surgimento da variante Omicron estão a colocar em risco a conectividade global que levou tanto tempo a reconstruir ”, avisa Willie Walsh, diretor geral da IATA, citado num comunicado enviado à imprensa.

A IATA está preocupada que as medidas adotadas contra a nova variante Omicron venham colocar em causa a recuperação da procura por viagens aéreas, que voltou a melhorar em outubro. Foto: Divulgação.

 

 

De acordo com os dados da IATA, em outubro, o tráfego aéreo manteve a tendência de recuperação que já se vinha a verificar desde o verão e que permitiu que a procura global por viagens aéreas tenha apresentado uma descida de 49,4% face a igual mês de 2019, ainda antes da pandemia.

Apesar do resultado continuar a ser negativo em comparação com os dados de 2019, o certo é que este indicador tem vindo a subir e o resultado de outubro mostra mesmo uma recuperação face a setembro, quando a procura global por viagens aéreas tinha ficado 53,3% abaixo de igual mês de 2019.

Tal como também já vinha a acontecer, o tráfego doméstico voltou a registar um melhor desempenho, com a procura do mercado interno a apresentar uma descida de 21,6% face a outubro de 2019, igualmente com uma melhoria face à descida de 24,2% identificada em setembro.

Já a quebra na procura internacional voltou a ser mais preocupante, chegando aos 65,5% em comparação com outubro de 2019, ainda assim também com um melhor desempenho face a setembro, quando a descida de procura internacional por viagens aéreas tinha sido de 69,0% e com as melhorias a chegarem a todas as regiões do mundo.

Por regiões, foi na Ásia-Pacífico que o tráfego aéreo internacional mais desceu em outubro, com uma quebra de 92,8% face a igual mês de 2019, praticamente inalterada face ao resultado de setembro, quando o decréscimo chegava aos 93,1%. Nesta região, a capacidade desceu 83,8%, enquanto o load factor caiu 44 pontos percentuais, para 35,7%, o mais baixo entre todas as regiões do mundo.

No Médio Oriente, a descida do tráfego aéreo internacional chegou aos 60,3%, o que, segundo a IATA, é um resultado animador pois representa “um enorme salto” face à quebra de 67,1% registada no mês de setembro, enquanto a capacidade teve um quebra de 49,1% e o load factor caiu 16,1 pontos percentuais, para 57,5%.

Em África, a descida do tráfego aéreo internacional foi 60,2% em outubro, o que também indica uma melhoria face ao decréscimo de 62,1% observado em setembro, enquanto a capacidade caiu 49,0% e o load factor encolheu 15,2 pontos percentuais, para 54,1%.

Na América do Norte, a quebra do tráfego internacional foi de 57,0%, igualmente com uma melhoria em comparação com o mês anterior, quando a descida tinha sido de 61,4%, enquanto a capacidade desceu 43,2% e o load factor caiu 20 pontos percentuais, para 62,4%.

Na América Latina, a descida do tráfego internacional em outubro foi de 55,1%, o que representa uma forte melhoria face à descida de 61,4% identificada em setembro, com a capacidade a apresentar uma quebra de 52,5% e o load factor a descer 4,3 pontos percentuais, para 76,9%, naquele que volta a ser o load factor mais elevado entre todas as regiões pelo 13.º mês consecutivo.

Já a Europa foi a região onde o tráfego aéreo internacional menos desceu, apresentando uma quebra de 50,6% face a igual mês de 2019, o que também traduz uma melhoria substancial face ao desempenho de setembro, quando a quebra foi de 56,5%. Já a capacidade desceu 41,3% na Europa, enquanto o load factor encolheu 13,7 pontos percentuais, para 72,5%.

*Fonte: Publituris/pt

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