Por Patrícia de Campos
Se aprendemos que os dois pontos extremos do país de norte a sul eram Oiapoque e Chuí, vamos ter que rever nosso aprendizado. Caburaí, que pouca gente já ouviu falar, é na verdade o ponto mais extremo do norte do Brasil.
Quem fez a descoberta foi o Capitão Brás Aguiar, chefe da Comissão Brasileira Demarcadora de Limites, em 1931 e pode ser confirmada com uma simples visualização cartográfica da região que evidencia a localização mais setentrional do monte Caburaí em relação ao Oiapoque. O porquê de nunca isso ser corrigido não se sabe.
O Monte Caburaí, com 1 465 metros de altitude, localiza-se na serra do Caburaí, em Roraima, e consiste na borda de um imenso planalto com mais de mil metros de altitude, que delimita a fronteira norte do Brasil com a Guiana, situado no município de Uiramatuã, dentro do Parque Nacional do Monte Roraima.
Nas proximidades encontra-se a comunidade indígena dos Ingaarikó, guerreiros natos, mantendo um forte sentimento de companheirismo. Alimentados por suas crenças verdejantes, devotos do deus Makunaima (Monte Roraima), que enaltecem a inocência do ambiente que vem purificar o ar que ali se respira. Na comunidade e possível avistar ao longe o paredão do lado brasileiro do Monte Roraima. Habitantes da mata, rodeados por outras comunidades, os Ingarikó conjugam quatro variantes linguísticas, que os diferenciam do restante das outras etnias. Separados em onze comunidades vizinhas, contam com uma população aproximada de mais de 1.500 pessoas.
O destino, quase desconhecido entre os aventureiros, desperta o espírito dos desbravadores, que encontram uma região onde poucos homens pisaram em meio a uma selva nativa que guarda ainda segredos e desafios. Chegar ao topo do Monte Caburaí exige condicionamento físico e coragem.
A expedição dura em média dez dias, com caminhadas de seis horas por dia em terrenos acidentados de grandes desníveis. Durante o dia forte calor e à noite temperaturas amenas que trazem como presente uma agradável friagem. Os longos percursos pela vegetação nativa, ainda poderão conduzir ao esgotamento psicológico e físico. As possibilidades de chuvas são constantes, independente do período do ano.
Para chegar ao destino é necessário atravessar o rio Panari várias vezes, em algumas o nível das águas é raso, em outras só é possível sobre troncos que cruzam o rio. No caminho cachoeiras e pássaros raros e na chegada ao topo as boas vindas da nascente do rio Ailã, que representa o ponto extremo setentrional do Brasil e banha o Estado de Roraima e uma paisagem vista por pouquíssimas pessoas no mundo.
A aventura começa e termina em terras indígenas Raposa Serra do Sol, no município de Uiramutã, localizado no alto da Cordilheira de Paracaima e que possui paisagens de rara beleza. *Fonte: Diário do Turismo.
Como chegar:
A Roraima Adventures faz expedições a partir de Boa Vista (Roraima)
Fones: (95) 3624-9611 e WhatsApp (95) 99115-1514
https://roraimaadventures.com.