Por Inês de Matos
No ano passado, os estabelecimentos de alojamento turístico contabilizaram 14,5 milhões de hóspedes e 37,5 milhões de dormidas, números que representam aumentos de 39,4% e 45,2% face a igual período do ano passado mas que, face a 2019, o último ano antes da pandemia, continuam a traduzir uma quebra que chega quase a metade, segundo a estimativa rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), que foram divulgados esta segunda-feira, 31 de janeiro.
Os dados divulgados pelo INE indicam que, face ao acumulado de janeiro a dezembro de 2019, o total de hóspedes e dormidas continuam a apresentar quebras expressivas, que chegaram aos 46,4% e 46,6%, respetivamente, com destaque para os não residentes, que apresentaram uma descida de 62,0%, enquanto nos residentes a quebra foi de 10,9%.
Dados do INE mostram ainda que, no ano passado, registaram-se “decréscimos nas dormidas em todas as regiões”, numa comparação com 2019, o que se ficou a dever essencialmente à descida das dormidas dos não residentes, ainda que as dormidas dos residentes tenham apresentado um crescimento de relevo na Madeira e Algarve, que apresentaram subidas de 19,2% e 5,1%, respetivamente.
“Entre janeiro e dezembro de 2021, as dormidas de residentes representaram 50,2% do total,
significativamente acima da quota verificada em 2019 (30,1% do total)”, aponta o INE na estimativa rápida divulgada esta segunda-feira.
Já no que diz respeito a mercados, o Reino Unido manteve-se, no ano passado, como o principal mercado emissor para Portugal, representando 16,6% das dormidas de
não residentes, num aumento de 54,6% face ao ano anterior, seguindo-se os mercados espanhol, alemão e francês, com quotas de mercado que chegaram aos 14,3%, 11,9% e 11,8%, respetivamente.
“A totalidade dos dezassete principais mercados emissores registou aumentos em dezembro, tendo representado 85,7% das dormidas de não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico neste mês”, lê-se na informação divulgada pelo INE.
Os dados do INE mostram que, em 2021, os principais crescimentos registaram-se nos mercados irlandês (+202,1%), polaco (+169,5%), norte americano (+141,3%) e suíço (+102,8%), enquanto os mercados chinês (-55,6%), canadiano (-42,6%), russo (-24,2%) e brasileiro (-8,7%) se pautaram por descidas.
No mês de dezembro, foram registados 1,1 milhões de hóspedes e 2,6 milhões de dormidas, o que, em comparação com igual período de 2020, traduz subidas de 150,0% e 170,4%, respetivamente, ainda que, face a 2019, se continuem a registar descidas de 28,9% nos hóspedes e 26,7% nas dormidas.
O mercado interno contribuiu, em dezembro, com 1,1 milhões de dormidas (+92,6%), enquanto os mercados externos totalizaram 1,5 milhões (+292,5%), valores que, no entanto, também não traduzem uma recuperação face a igual mês de 2019, já que as dormidas
de residentes desceram 12,2%, enquanto as dos não residentes caíram 34,9%.
Em dezembro, as dormidas na hotelaria, que representaram 80,2% do total, apresentaram um aumento de 177,6%, ainda que, face a 2019, se continue a verificar uma descida de 28,5%, enquanto as dormidas no Alojamento Local, que representaram 15,8% do total, cresceram 151,6%, mantendo igualmente uma descida de 24,7% face ao último mês de 2019.
Já a estada média aumentou 8,1% em dezembro, passando para 2,30 noites, muito por culpa dos residentes, onde este indicador aumentou 1,1%, fixando-se nas 1,73 noites, enquanto nos não residentes houve uma descida de 9,7%, para 3,06 noites.
O INE apurou ainda que, em dezembro, 36,0% dos estabelecimentos de alojamento turístico estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes, valor que supera os 34,8% que estavam encerrados em novembro. *Fonte: Publituris/pt.