Bares e restaurantes tiveram afastamento por Covid ou influenza, diz Abrasel

Os casos de Influenza e Covid trouxeram dor de cabeça aos empresários de alimentação fora do lar em um momento de alta no faturamento. Levantamento realizado em janeiro com mais de 1300 empresários em todo o Brasil apontou que 76% dos estabelecimentos contabilizaram pelo menos um afastamento de funcionário contaminados por um destes dois vírus nos 30 dias anteriores à pesquisa (realizada entre 15 e 27 de janeiro). E, em média, quase um em cada quatro funcionários (24% da força de trabalho) foi afastado pelo Covid neste período.

“Tivemos restaurantes que teve boa parte da equipe desfalcada. Um caos, já que estamos falando em uma época que as pessoas saem mais e estávamos nos recuperando dos vários fechamentos”, disse Leandro Menezes presidente da Abrasel Bahia.

Recuperação do setor, no entanto, segue firme: pela primeira vez na pandemia, o número de estabelecimentos que tiveram lucro foi maior do que o dos que contabilizaram prejuízo. Foto: Nelson Rocha/Arquivo Turismo Total. 

 

A tendência de recuperação do setor fica clara na comparação com a série histórica. Pela primeira vez desde o começo da pandemia, há mais estabelecimentos que apontaram ter obtido lucro (34%) do que os que disseram ter realizado prejuízo (31%) no período de um mês – outros 34% ficaram em equilíbrio. Para se ter uma ideia, esse indicador teve seu pior momento em março de 2021, quando 82% sinalizaram estar operando com prejuízo. O resultado de dezembro também foi melhor que o do mesmo período de 2020: dois terços (66%) tiveram faturamento maior no fim de 2021 em comparação com o ano anterior. Já em relação a novembro de 2021, houve crescimento para 59% das empresas. No acumulado do ano, no entanto, há uma nota de preocupação: 45% dos empresários disseram ter ficado no prejuízo em 2021.

As dificuldades do último ano são traduzidas pelo alto endividamento. Os empréstimos via Pronampe, por exemplo, foram tomados por 51% das empresas. Destas, 20% (uma em cada cinco) já têm ao menos uma parcela em atraso – a alta da Selic, indexador do programa, fez com que os juros para quem tomou o empréstimo tivessem um aumento brutal. Tanto que 22% das empresas com empréstimos do Pronampe dizem correr risco de quebrar em função deste aumento.

“Nesta quarta-feira teremos novo anúncio do Copom e a taxa Selic pode passar de dois dígitos. É urgente um olhar para o Pronampe, programa muito importante, mas que teve seu custo bastante aumentado com os frequentes reajustes nos juros. Isso arrebenta com a estratégia financeira das micro e pequenas empresas, que são a grande maioria do nosso setor”, explica Paulo Solmucci, presidente-executivo da Abrasel.

Outro ponto de atenção para os bares e restaurantes são as dúvidas em relação a medidas envolvendo o Simples Nacional. Após o veto ao Relp (programa de renegociação das dívidas do Simples), e a extensão do prazo para se manter no regime fiscal, há agora a expectativa da derrubada do veto no Congresso. Enquanto isso, 48% das empresas que estão no Simples (e que, por sua vez, representam 90% dos respondentes) declararam ter parcelas em atraso. Destas, 32% já têm parcelas inscritas em dívida ativa da união e podem parcelar os débitos com os programas instituídos em janeiro.

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