Mesmo no pós-pandemia, a segurança, o alojamento mais exclusivo, e atividades de lazer ao ar livre associadas à natureza serão condições que os turistas vão privilegiar, revela um estudo elaborado por duas investigadoras da Universidade de Coimbra (UC).
Na hora de escolher o destino de férias, a segurança será a condição mais decisiva após o contexto pandémico, “devendo assim ser um fator fundamental a considerar na recuperação da indústria turística”, revela um estudo da Universidade de Coimbra (UC) que visa apontar estratégias para a indústria turística do Centro de Portugal no contexto pós-pandemia.
Conduzido por Catarina Gouveia e Cláudia Seabra, investigadoras do Centro de Estudos de Geografia e Ordenamento do Território (CEGOT), o estudo envolveu 320 turistas, na sua maioria portugueses, que visitaram a região Centro, entre novembro de 2020 e maio de 2021.
Os principais indicadores fornecem pistas importantes para os gestores das organizações turísticas readaptarem as suas estratégias de marketing, de forma a reconquistar novamente os mercados para esta região no contexto pós-pandêmico
O inquérito centrou-se em questões sobre as principais escolhas nas suas viagens antes, durante e após a pandemia, designadamente alojamento eleito, planeamento da viagem, segurança e transporte utilizado nas deslocações de férias/lazer.
Segundo Cláudia Seabra, os resultados indicam que os turistas no Centro de Portugal alteraram os seus hábitos, especialmente no que se refere ao tipo de alojamento, segurança e transporte utilizado nas viagens.
Se antes da pandemia, o alojamento mais utilizado pelos inquiridos era o hotel (23,8%), seguido de casa de amigos e familiares (18,8%), alojamento local (16,6%) e turismo em espaço rural (12,2%), agora, a situação alterou-se. A maioria dos participantes no estudo prefere agora a casa própria, o alojamento local e casas de amigos e familiares, confirmando a importância do turismo doméstico nesta fase de incerteza, revela o documento.
No que diz respeito ao transporte utilizado para a deslocação para os destinos de férias dentro do país, o carro próprio continua a ser o meio preferido, e com muito maior expressão no pós-pandemia.
De uma forma geral, apurou-se que a pandemia teve um efeito muito significativo na perceção de segurança para a prática das várias atividades turísticas,destacando-se as praticadas em espaços fechados ou de dimensão reduzida, ou seja, com maior aglomeração de pessoas, principalmente os parques de diversões ou temáticos, concertos e espetáculos, eventos desportivos, centros urbanos/históricos, compras em centros e ruas comerciais, casinos e casas de jogo, discotecas e locais de entretenimento noturno.
Em contrapartida, as atividades ligadas à natureza, como a prática de desportos e a ida a praias oceânicas e fluviais, são consideradas atividades menos inseguras, bem como visita a galerias de arte, museus e monumentos e a ida a restaurantes.
O estudo conclui que o branding dos destinos do Centro de Portugal deve assentar fortemente no fator segurança, e as estratégias de segmentação e comunicação devem ter em linha de conta os novos hábitos dos turistas, centrados em alojamentos mais exclusivos e individualizados e em atividades de lazer associadas à natureza e visita a museus, monumentos e galerias.
*Fonte: Publituris/pt