Carnaval pelo Brasil afora terá festas privadas com ingresso de até R$ 700

O folião não vai botar o bloco na rua, mas terá, sim, Carnaval. Fechado. Pago. Com ingressos de até R$ 700 em capitais, festas privadas foram liberadas pelas prefeituras de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Belo Horizonte. Os ritmos vão das marchinhas de Carnaval ao sertanejo, eletrônico e funk.

Outras prefeituras foram ainda mais restritas e, diante do avanço da ômicron no segundo ano de pandemia da Covid-19, decidiram vetar também eventos particulares as prefeituras de capitais como Recife, Natal, Cuiabá, Porto Velho e Macapá.

Na última sexta-feira (18), o Brasil registrou 840 mortes e mais de 110,3 mil casos de Covid na média móvel semanal

 

Na cidade do Rio, o Carnaval de rua está cancelado, e o desfile das escolas de samba na Sapucaí foi adiado, mas basta uma rápida busca em sites de compra de ingressos para descobrir uma variedade de festas privadas organizadas para comemorar a folia.  Na foto, desfile do Bloco do Sargento Pimenta. Foto: Fernando Maia/ Riotur

 

O Carnaval das Artes, o Grande Baile de Máscaras e Carnarildy são apenas alguns desses eventos, que em determinados casos cobram ingressos de mais de R$ 700 e terão shows de nomes como Anitta, Ludmilla e Luan Santana.

Há valores ainda mais altos para camarotes de eventos privados em outras cidades. Em Caraguatatuba, no litoral paulista, o camarote do Carnaval no Cafe de La Musique para seis pessoas custa até R$ 3.000.

Embora não haja limite de lotação, a Prefeitura do Rio determina que os foliões sigam algumas regras para entrar nos eventos. Em espaços fechados, o uso de máscara é obrigatório e, em ambientes abertos, facultativo. Em ambos os espaços é necessário apresentar comprovante de vacinação.

Já quem quer aproveitar o Carnaval do Sambódromo precisará esperar um pouco. Isso porque os desfiles na Marquês de Sapucaí foram adiados para o dia 21 de abril, data do feriado de Tiradentes. A decisão foi tomada em conjunto com a Prefeitura de São Paulo, que adiou os desfiles para a mesma data.

Conhecida por ter um dos maiores Carnavais de rua do país, Salvador não terá a festa pelo segundo ano consecutivo. Não haverá blocos nas ruas nem camarotes serão montados nos circuitos carnavalescos.

A cantora Ivete Sangalo é uma das principais atrações do Carnaval de Salvador. Foto: Divulgação

 

Por outro lado, estão permitidas festas privadas com limite de público de até 1.500 pessoas. Até a quinta-feira (17), a prefeitura havia recebido o pedido de licença para 11 eventos no Carnaval.

Os maiores eventos previstos para o período acabaram sendo cancelados após o governo do estado reduzir o limite de público de eventos após a escalada de casos de Covid-19 a partir de janeiro.

Foi o caso de festas que aconteceriam no Centro de Convenções e na Arena Fonte Nova com artistas como Ivete Sangalo, Claudia Leitte, Léo Santana e Bell Marques.

Nesta sexta-feira (18), o prefeito de Salvador Bruno Reis (União Brasil), anunciou a realização de fiscalização nos principais circuitos no Carnaval.

No domingo (13), um bloco com foliões fantasiados burlou as regras e desfilou pelas ruas do Pelourinho e do Carmo com centenas de pessoas acompanhadas de uma banda de sopro.

Os artistas, porém, já enfrentam disputas judiciais. A Justiça estadual da Bahia deferiu uma liminar suspendendo a festa “Plano B do Carnaval”, organizada pela influenciadora Gkay e pela marca de bebidas Beats, da cervejaria Ambev, com a presença de artistas como Anitta.

No Recife, as festas públicas de Carnaval não serão permitidas e até eventos privados foram vetados pelo governo estadual. Produtores adiaram os eventos para abril.

Em São Paulo, em uma busca pela internet, é possível encontrar flyers anunciando festas particulares que vão do funk ao sertanejo, passando pela música eletrônica.

Há casos em que tradicionais blocos paulistanos vão tentar driblar o veto às ruas se apresentando em ambientes fechados, exemplo do Minhoqueens, voltado para música pop nacional e internacional. Foto: Divulgação.

O Queermesse de Carnaval, a ser realizado no Espaço Barra Funda, na zona oeste, no dia 25, deve contar não só com o bloco com temática LGBT+, como com diversos outros. “Pela União dos seus poderes a gente reúne os blocos e coletivos LGBTs da cidade numa farofada só!”, diz trecho do anúncio.

Os ingressos promocionais, assim como os de venda antecipada, já estão esgotados. A única menção à pandemia na página onde são comercializados os ingressos é bem simples: “só entra com comprovante de vacinação”.

Na mesma data e na mesma Barra Funda, mas na Audio Eventos, está prevista a apresentação da MC Pocah, que entoa no ritmo do funk seus versos. O tema da festa será a celebração do amor livre, com ingressos entre R$ 40 e R$ 180.

A prefeitura diz que as festas e eventos particulares estão sujeitos às regras estabelecidas pelas autoridades de saúde, sendo que os organizadores devem exigir o comprovante de vacinação, independente do público presente. Antes, o passaporte da vacina era exigido para encontros com mais de 500 pessoas.

Em Belo Horizonte, a prefeitura decidiu não realizar o cadastro de blocos de carnaval ou investimento em infraestrutura. Escolas de samba também não irão à avenida.

Eventos privados podem ocorrer, desde que cumprida regra municipal que exige comprovante de segunda dose da vacina contra a Covid-19 ou resultado negativo do tipo RT-PCR realizado 48 horas antes.

Em Vitória, não haverá desfiles de agremiações e blocos carnavalescos. O município decidiu ainda não conceder autorizações para comércio ambulante. Eventos fechados, porém, poderão ocorrer.

Nas capitais nordestinas Aracaju, Fortaleza, João Pessoa, Maceió, Natal, Teresina e São Luís, as festas de Carnaval de rua também estão suspensas, mas eventos privados podem acontecer com restrições.

Em Teresina, além do decreto do governo estadual que suspendeu as festas de Carnaval, a prefeitura emitiu um decreto suspendendo o patrocínio a qualquer evento no período carnavalesco.

São Luís seguiu o mesmo caminho e decidiu não apoiar nenhuma manifestação carnavalesca de rua nem eventos particulares.

Em Aracaju, eventos privados terão limite de público de 1.000 pessoas em espaços abertos e de 300 em ambientes fechados, com necessidade de comprovação da vacinação completa ou teste antígeno negativo, com até 48 horas de realização, para acesso aos locais.

“Nossa preocupação maior são as festas clandestinas. Estamos trabalhando de maneira efetiva na fiscalização, mas eu faço um apelo à consciência de cada cidadão”, diz o prefeito Edvaldo Nogueira (PDT).

Em Natal, não estão autorizados blocos de rua nem festas públicas. Os eventos privados estão mantidos, com uso de máscara e comprovante de vacina.

Em Florianópolis, também sem festa de rua, eventos para mais de 500 pessoas precisam cobrar comprovante de vacina.

Em Curitiba, a prefeitura deu aval a eventos particulares, desde que não ultrapassem 70% da capacidade prevista no Certificado de Licenciamento do Corpo de Bombeiros. Para participar das festas é necessário o uso de máscaras, mas não há exigência da apresentação do comprovante de vacinação.

Em Goiânia, um decreto desta quinta-feira (17) proíbe a realização de “festejos relativos” ao Carnaval em 2022, seja em ruas ou locais fechados.

O mesmo documento afirma que bares, restaurantes, lanchonetes, food trucks, casas de espetáculos e congêneres poderão funcionar com música ao vivo ou som mecânico desde que respeitada ocupação máxima de 60% de sua capacidade máxima.

Em cenário semelhante, Campo Grande proibiu desfiles de blocos de rua e escolas de samba. Festas particulares durante o período terão que ser submetidas a regulamento da Secretaria de Estado de Saúde.

Em Cuiabá, decisão da prefeitura tomada ainda no ano passado suspendeu todas as comemorações relativas ao Carnaval 2022. O posicionamento vale para eventos públicos e privados.

O Distrito Federal vai ter carnaval, mas pela internet. Acordo entre a Secretaria de Cultura, blocos e escolas de samba decidiu pela realização de lives com apresentações musicais transmitidas a partir de um estúdio. Até festas privadas estão proibidas no feriado.

Na região Norte, Rio Branco também cancelou o Carnaval de rua. A prefeitura afirmou que vai decidir o que for determinado pelo governo do estado para as festar privadas.

A Prefeitura de Palmas não realizará evento público. Para eventos com mais de 200 pessoas em espaços privados, é obrigatória a apresentação de comprovante de vacinação.

Em Porto Velho, a prefeitura proibiu a realização de quaisquer eventos, públicos ou privados, em espaços abertos ou fechados, em comemoração ao Carnaval. Medida similar foi adotada em Macapá.

Em Belém, a prefeitura também afirmou ter cancelado eventos ligados ao Carnaval. Já os eventos privados estão liberados, e que a fiscalização de festas particulares é de responsabilidade da Polícia Militar. *Fonte: Jornal de Turismo.

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