O turismo quer ser uma das principais vias de acesso ao emprego para os refugiados ucranianos que cheguem a Portugal fugidos da guerra no Leste Europeu. O problema da falta de mão-de-obra no setor tem vindo a escalar no pós-pandemia e, com o verão à porta, as necessidades vão aumentar, o que se pode traduzir num alargado leque de oportunidades laborais para ucranianos que venham a residir no país.
“Neste momento, temos uma carência, no setor do turismo, de 40 a 50 mil postos de trabalho”, atesta a secretária de Estado do Turismo ao Dinheiro Vivo. Rita Marques quer que estas vagas possam estar inteiramente disponíveis para os cidadãos ucranianos que procurem emprego no país As empresas começaram já a arregaçar mangas e a inserir as ofertas de trabalho na nova plataforma criada pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), uma bolsa de emprego dirigida exclusivamente aos refugiados.
“Existe uma enorme diversidade de profissões pretendidas, sendo que os principais setores com ofertas de emprego colocadas são tecnologias de informação, transportes (motoristas), restauração e hotelaria, setor social e construção civil”, esclarece o Ministério do Trabalho ao Dinheiro Vivo. Rita Marques garante que está a ser feito um trabalho de sensibilização junto das empresas para que acedam à plataforma e migrem as vagas, que já existiam, para este local.
“Muitas já estavam nas bases de dados do IEFP. Agora, o que se impõe é verificar se essas vagas podem estar também abertas a cidadãos estrangeiros, neste caso, ucranianos”, indica. Uma semana após o início do conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia, e numa altura em que a Organização das Nações Unidas (ONU) estima já a fuga de um milhão de refugiados da Ucrânia para outros países da Europa, o governo português apressou-se a aprovar um programa de apoio que visa facilitar a integração dos refugiados no país. O Conselho de Ministros extraordinário, reunido no passado dia 1 de março, aprovou uma resolução que concede proteção temporária a pessoas deslocadas da Ucrânia permitindo-lhes o acesso aos números de identificação fiscal (NIF), de Segurança Social (NISS) e número de utente do Serviço Nacional de Saúde. *Fonte: Diário de Notícias/pt.