Semana Santa: 2 receitas para você lembrar como era na infância

Por Helô Sampaio

Chegamos na semana que deveria ser o período mais quieto, mais acomodado do ano: a Semana Santa, com as suas recomendações, suas tradições e seus tabus.

Hoje, está uma maravilha mas, quando eu era pequena, minha mãe recomendava para não falarmos alto, (xingar, nem pensar em tempos normais quanto mais nestes dias santos), não mentirmos nem enganarmos ninguém.

Tínhamos que ser comportadinhos e sempre rezarmos, pedindo saúde e alegria a Papai do Céu. Ah! E nada de comer carne vermelha. Era só peixe e bacalhau da Quarta-Feira Santa até o Domingo de Páscoa.

Quando crescemos mais, já adolescentes, guardávamos a Sexta-Feira Santa com todo fervor, todo recato, pudor, rezas e ar angelical. Mas quando chegava o Sábado da Aleluia, acabava a agonia: a gente se juntava aos amigos e a festa ‘comia no centro’, com queima de Judas, brincadeiras com todo mundo que passava e até tomávamos vinho escondido da mamãe, que nem sonhava que seus anjinhos aprontavam tanto.

Eu, então, só faltava ter uma ‘aura’ na cabeça de tão ‘santinha’, tão fingida que eu era. Minha irmã Ana morria do coração porque tudo caía pra cima dela, que era ‘pintona’ e tinha fama de não levar desaforo para casa: qualquer desfeita, ela ia pra cima do sujeito e perguntava o que é que ele queria, com aquele ar de quem podia dar uma porrada no cara. A maioria tinha medo enfrentar aquela ferinha.

E a mesa era farta (mesmo sem a carne), com o bacalhau, peixe, caruru, vatapá, arroz, farofa, enfim tudo possível sem a carne. Com doces, sobremesas, chocolates, era uma festa de engorda.

O dia todo a gente mastigava biscoitinhos, docinhos e que eram permitidos para as festas da Paixão. A alegria corria solta com a Aleluia do Judas e o Domingão da Páscoa.

Por isso que, quando chega esta época, tenho trabalho de não entristecer demais com a falta que eu sinto dos meus pais e de tia Edelvira e tio Fernando Zaidan pois nós sempre passávamos a Paixão juntos. Era uma festa de reunião familiar mesmo.

Agora, minha irmã Ana já começou a dieta da carne e rumou com o filhote Pindoba, a norinha Rosângela e as netinhas Ana Rosa e a minha doce Beatriz para Itacaré. Ficaram num lugar aconchegante, a Pousada 3 Marias (Rua Hibisco, 31 – Concha do Mar – fone 71 99151 4552-foto) e gostaram muito.

Falei com o Aníbal, o proprietário, e já prometi que vou lá com a minha querida amiga, Elíbia. Já conhecemos vários países juntas. Agora vamos conhecer Itacaré. Ah! E o Aníbal foi colega de Ana Paula, filha de Elíbia. Mundo pequeno.

Enquanto isso, viu, meu neguinho, eu vou  ‘virando’ umas tacinhas de vinho comemorando a Páscoa e saboreando todos os petiscos que vierem à mesa. Abandonei definitivamente a cerveja há vários anos.

O vinhozinho é mais saboroso e controlável, he-he. Não quero mais saber da loura. Loura agora, só a minha querida e linda amiga, Elíbia Portela, que está sempre aqui, dando excelentes dicas para você, minha fofinha, preparar as ótimas delícias que encantam o seu amorzinho e o deixam bem dengosinho.

E hoje, a minha loura amadinha, vai nos dar duas sugestões para o almoço e para o ovo da Páscoa. Olha, eu puxo muito ‘o saco’ de Elíbia porque somos amigas a muito tempo e, como já disse, fizemos viagens juntas quando corremos ‘metade’ da Europa e nos divertimos muito. Não é somente pelas receitas deliciosas que ela manda para vocês, não, mentes impuras. É fraternidade e bem querer. Mas vamos para a cozinha, que a Páscoa já está batendo na porta.

Bacalhau ao forno

Ingredientes (para um refratário tamanho médio):

— Um quilo de bacalhau
— Um quilo de batata
— Dois ovos cozidos
— Um ovo cru
— Uma xícara de azeite
— Meia xícara de azeitona verde
— Duas cebolas
— Uma colher (sopa) de alho picado
— Pimenta do reino a gosto
— Meia xicara de farinha de rosca

Modo de preparar:

1 – Retirar as peles e as espinhas do bacalhau, cortar em postas e colocar de molho por 24 horas antes do preparo, para tirar o sal.

2 – Trocar de água de 3 a 4 vezes.

3 – Colocar para cozinhar em bastante água, para que fique macio e retirar o bacalhau assim que formar uma espuma por cima da água, usando para isto uma escumadeira. Reservar deixando esfriar.

4 – Na mesma água em que o bacalhau foi cozido, colocar as batatas partidas em cubos médios para cozinhar até que fiquem macias (al dente). Verificar o sal da água e, se necessário, acrescentar um pouco mais para que as batatas fiquem temperadas. Desfazer o bacalhau em lascas e reservar.

Preparo do molho:

1 – Picar a cebola em cubos pequenos e colocar numa panela, juntando o azeite, alho e pimenta do reino, deixando ferver até que a cebola fique transparente (não deve ficar dourada, apenas cozida no azeite).

Montagem do prato:

1 – No refratário tamanho médio colocar as batatas e o bacalhau, regando com ¾ do molho de cebola. Em seguida, colocar os ovos cozidos, fatiados em rodelas, e as azeitonas. Polvilhar com a farinha de rosca. Por último, bater o ovo cru, salpicar sobre a farinha de rosca e regar tudo com o molho restante da cebola. Levar ao forno para gratinar até que o azeite esteja fervendo.

Agora vamos para o ovo de Páscoa.

Ovos de Páscoa de colher

Ingrediente
 Duas cascas de ovo em chocolate de 250g.

Para o recheio:

1ª etapa – Uma lata de leite condensado, uma gema, uma colher (sopa) de amido de milho e uma colher  (chá) de manteiga sem sal.

2ª Etapa – 50g de chocolate meio amargo e uma lata de creme de leite.

Modo de preparar:

1 – Levar ao fogo, numa panela aderente, os ingredientes da 1ª etapa, misturando sempre até que forme um creme e ferva por dois minutos. Retirar do fogo, juntar os chocolates picados e abafar por dois minutos;

2 – Agregar o creme de leite sem soro, misturando bem para incorporar todos ingrediente. Reservar para esfriar bem.

Para a montagem:

1 – Colocar o recheio dentro das cascas do ovo de chocolate e decorer com raspas de chocolates. Conservar na geladeira até a hora de servir. Saborear desejando que haja Páscoa pelo menos duas a três vezes por ano para nos deliciarmos com estas maravilhas sem a sensação do pecado da gula.

Feliz Páscoa, amores!

*Fontos: Divulgação

 

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