Araxá é…deliciosamente mineira!

Por Bernardo Menezes

É bem verdade que são apenas lembranças de um tempo de glória os glamurosos os cassinos que até 1946 movimentavam o turismo de Araxá e outras estâncias hidrominerais mineiras. No entanto, quem visita Araxá ainda hoje encontra excelentes motivos para curtir alguns dias de passeios, cultura, descanso e boa gastronomia.

Localizada na região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, 367 km a Oeste de Belo Horizonte, a cidade ganhou fama notadamente pelas suas fontes termais de propriedades terapêuticas. De clima agradável o ano todo (média anual de 21,4 graus centígrados), é também a terra de Dona Beja, famosa cortesã que no século XIX fascinava os homens.

            Tauá Grande Hotel e Termas de Araxá

É no chamado Complexo do Barreiro, distante 5 km do Centro de Araxá, que está a principal fonte onde Beja se banhava. Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA), o Complexo do Barreiro reúne a Fonte Dona Beja (cuja água é considerada a mais radioativa do Brasil), a Fonte Andrade Júnior, além do Parque do Hotel, da Capela do Barreiro, do Tauá Grande Hotel e das termas do Nacional Inn Araxá Previdência.

1. Complexo do Barreiro
2. Mirante do Parque do Cristo
3. Painel de azulejos da Fonte Dona Beja
4. Fonte Dona Beja
5. Museu Histórico de Araxá
6. Cachaça Rainha de Araxá

A mineração, a agropecuária e o turismo são as principais fontes de receita desta rica cidade com pouco mais de 100 mil habitantes, que abriga o Aeroporto Municipal Romeu Zema, a 4 km do Centro. Em meados de março, foi assinada ordem de serviço para reforma do terminal, com cronograma de seis meses. Com a reforma, o aeroporto deverá voltar a receber voos comerciais, suspensos desde março de 2020 devido à queda na demanda gerada pela pandemia e à necessidade de melhorias físicas. Mas o terminal continua aberto a aviões executivos, táxis aéreos, aeronaves militares e UTIs aéreas.

HORIZONTE PERDIDO

Distante 25 km do centro da cidade, na Serra da Bocaina (pela estrada de Araxá-Tapira), está o Horizonte Perdido, que tem uma das cinco melhores rampas de decolagem de parapente do Brasil. Point preferido dos praticantes de esportes radicais em geral, o Horizonte Perdido é também ponto de partida para caminhadas ecológicas e banhos refrescantes em cachoeiras. Um restaurante com boa estrutura atende aos visitantes.

ASSISTA ABAIXO VÍDEO SOBRE O HORIZONTE PERDIDO

Falar de Minas Gerais sem mencionar um bom queijo e uma boa cachacinha beira o ‘sacrilégio’. Queijos bons, há praticamente em todas as regiões do estado, com destaque para o da Serra da Canastra (que, aliás, abriga a nascente histórica do Rio São Francisco, no município de São Roque de Minas). Mas, um dos melhores endereços da boa pinga mineira na região é, sem dúvida, o alambique Segredo de Araxá.

Fundada em 1998, a Chicrala Agroindustrial produz as cachaças Segredo de Araxá e Carnaval. Paulino Chicrala, o proprietário, tem quatro hectares de canavial que permitem uma produção artesanal de 25 mil litros por ano. Descendente de libaneses, ele exibe com orgulho na parede a foto dos bisavós Ana e Miguel Elias, que chegaram ao Brasil em 1907, onde tiveram os nomes ‘aportuguesados’.

ASSISTA ABAIXO VÍDEO SOBRE O ALAMBIQUE SEGREDO DE ARAXÁ

CULTURA

Pintor, gravador, ilustrador, desenhista, escultor e escritor, o araxaense Calmon Barreto de Sá Carvalho (1909-1994) foi professor e diretor da Escola Nacional de Belas Artes, gravador-mestre da Casa da Moeda e deixou uma vasta produção artística em várias técnicas, com mais de mil obras identificadas. Ninguém menos que o ilustre artista dá nome a uma fundação que incrementa fortemente a agenda cultural da cidade.

Em Araxá, o turista encontra ao menos 10 espaços culturais ligados à Fundação Cultural Calmon Barreto, desde um tradicional ateliê de tecelagem, passando pelo Museu Histórico  de Araxá-Dona Beja, até o Teatro Municipal. É na sede da fundação que funcionam o Museu Calmon Barreto e Memorial de Araxá.

Doze salas dos seus três pavimentos reúnem 257 obras de Calmon Barreto, como aquarelas e desenhos, 16 esculturas em gesso patinado, juntamente com o  acervo do Memorial. São 1.406 objetos de 220 pessoas que fazem parte da história de Araxá, entre artistas, médicos, políticos, fazendeiros, religiosos e demais influentes.

ABAIXO, FOTOS DO MUSEU E DO ACERVO DA FUNDAÇÃO

COMO CHEGAR

Segundo o site de turismo Rome2rio, a forma mais econômica de ir de Belo Horizonte para Araxá é de ônibus. Pela empresa Gontijo, a passagem custa de R$ 80 – R$ 130. A viagem dura seis horas, mas também é feita mediante compra de bilhete pelo site da Buser, com passagem a partir de R$ 69,90. Isso porque os ônibus, de outras empresas, não utilizam o Terminal Rodoviário JK (principal de BH), o que dispensa pagamento de taxas.

Também segundo o Rome2rio, a viagem de carro a partir de BH normalmente é feita em cinco horas, mas o custo com combustível varia de R$ 180 a R$ 270. No site Rentalcars.com há várias opções de aluguel de automóveis em Belo Horizonte, com diárias que podem variar de R$ 151,30 a R$ 184,55.

VÍDEO COM POEMA DE ALBERTO DE OLIVEIRA, PARNASIANISTA QUE CONHECEU ARAXÁ NOS ANOS 1920

MAPA
 

 

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