Por Bernardo Menezes
É bem verdade que são apenas lembranças de um tempo de glória os glamurosos os cassinos que até 1946 movimentavam o turismo de Araxá e outras estâncias hidrominerais mineiras. No entanto, quem visita Araxá ainda hoje encontra excelentes motivos para curtir alguns dias de passeios, cultura, descanso e boa gastronomia.
Localizada na região do Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, 367 km a Oeste de Belo Horizonte, a cidade ganhou fama notadamente pelas suas fontes termais de propriedades terapêuticas. De clima agradável o ano todo (média anual de 21,4 graus centígrados), é também a terra de Dona Beja, famosa cortesã que no século XIX fascinava os homens.
É no chamado Complexo do Barreiro, distante 5 km do Centro de Araxá, que está a principal fonte onde Beja se banhava. Tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA), o Complexo do Barreiro reúne a Fonte Dona Beja (cuja água é considerada a mais radioativa do Brasil), a Fonte Andrade Júnior, além do Parque do Hotel, da Capela do Barreiro, do Tauá Grande Hotel e das termas do Nacional Inn Araxá Previdência.
HORIZONTE PERDIDO
Distante 25 km do centro da cidade, na Serra da Bocaina (pela estrada de Araxá-Tapira), está o Horizonte Perdido, que tem uma das cinco melhores rampas de decolagem de parapente do Brasil. Point preferido dos praticantes de esportes radicais em geral, o Horizonte Perdido é também ponto de partida para caminhadas ecológicas e banhos refrescantes em cachoeiras. Um restaurante com boa estrutura atende aos visitantes.
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Falar de Minas Gerais sem mencionar um bom queijo e uma boa cachacinha beira o ‘sacrilégio’. Queijos bons, há praticamente em todas as regiões do estado, com destaque para o da Serra da Canastra (que, aliás, abriga a nascente histórica do Rio São Francisco, no município de São Roque de Minas). Mas, um dos melhores endereços da boa pinga mineira na região é, sem dúvida, o alambique Segredo de Araxá.
Fundada em 1998, a Chicrala Agroindustrial produz as cachaças Segredo de Araxá e Carnaval. Paulino Chicrala, o proprietário, tem quatro hectares de canavial que permitem uma produção artesanal de 25 mil litros por ano. Descendente de libaneses, ele exibe com orgulho na parede a foto dos bisavós Ana e Miguel Elias, que chegaram ao Brasil em 1907, onde tiveram os nomes ‘aportuguesados’.
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Pintor, gravador, ilustrador, desenhista, escultor e escritor, o araxaense Calmon Barreto de Sá Carvalho (1909-1994) foi professor e diretor da Escola Nacional de Belas Artes, gravador-mestre da Casa da Moeda e deixou uma vasta produção artística em várias técnicas, com mais de mil obras identificadas. Ninguém menos que o ilustre artista dá nome a uma fundação que incrementa fortemente a agenda cultural da cidade.
Em Araxá, o turista encontra ao menos 10 espaços culturais ligados à Fundação Cultural Calmon Barreto, desde um tradicional ateliê de tecelagem, passando pelo Museu Histórico de Araxá-Dona Beja, até o Teatro Municipal. É na sede da fundação que funcionam o Museu Calmon Barreto e Memorial de Araxá.
Doze salas dos seus três pavimentos reúnem 257 obras de Calmon Barreto, como aquarelas e desenhos, 16 esculturas em gesso patinado, juntamente com o acervo do Memorial. São 1.406 objetos de 220 pessoas que fazem parte da história de Araxá, entre artistas, médicos, políticos, fazendeiros, religiosos e demais influentes.
ABAIXO, FOTOS DO MUSEU E DO ACERVO DA FUNDAÇÃO
Segundo o site de turismo Rome2rio, a forma mais econômica de ir de Belo Horizonte para Araxá é de ônibus. Pela empresa Gontijo, a passagem custa de R$ 80 – R$ 130. A viagem dura seis horas, mas também é feita mediante compra de bilhete pelo site da Buser, com passagem a partir de R$ 69,90. Isso porque os ônibus, de outras empresas, não utilizam o Terminal Rodoviário JK (principal de BH), o que dispensa pagamento de taxas.
Também segundo o Rome2rio, a viagem de carro a partir de BH normalmente é feita em cinco horas, mas o custo com combustível varia de R$ 180 a R$ 270. No site Rentalcars.com há várias opções de aluguel de automóveis em Belo Horizonte, com diárias que podem variar de R$ 151,30 a R$ 184,55.
VÍDEO COM POEMA DE ALBERTO DE OLIVEIRA, PARNASIANISTA QUE CONHECEU ARAXÁ NOS ANOS 1920