Em março, 1.651 brasileiros foram detidos ou expulsos nas fronteiras dos EUA. A quantidade é 1,2% superior aos 1.631 encontros de fevereiro. Os dados são de um levantamento realizado pela AG Immigration junto ao Serviço de Alfândegas e Proteção das Fronteiras dos Estados Unidos.
Encontro é um termo técnico dos órgãos de controle de fronteira e refere-se a dois tipos distintos de eventos: detenções, em que imigrantes são levados sob custódia para aguardarem julgamento; e expulsões, quando eles são imediatamente enviados para seu país de origem ou último país de trânsito, sem serem mantidos em custódia.Desde o começo do ano, já são 6.368 brasileiros flagrados tentando atravessar a fronteira americana – 13,9% a mais do que no mesmo período de 2021.
Embora a comparação apresente crescimento, os encontros com brasileiros registraram uma acentuada alta justamente a partir de março de 2021, após Joe Biden assumir a presidência, e vêm caindo desde janeiro
“Em razão da base forte de comparação no ano passado, a tendência é que em 2022 tenhamos muito menos brasileiros sendo detidos ou expulsos. Após o ímpeto inicial, eles estão percebendo que não é apenas porque mudou o presidente que ficou mais fácil entrar nos EUA”, afirma Felipe Alexandre, advogado da AG Immigration, escritório de advocacia sediado na Califórnia.
Considerando todas as nacionalidades detidas ou expulsas nas fronteiras, o total de encontros em março chegou a 249.198 – alta de 30,8% sobre fevereiro.
Ucranianos flagrados nas fronteiras dos EUA
Em março, os EUA detiveram ou expulsaram 5.071 ucranianos tentando entrar ilegalmente pelas fronteiras do país. O número é 342% maior do que o registrado em fevereiro, quando 1.146 cidadãos da Ucrânia foram barrados.
O salto na quantidade de ucranianos detidos na fronteira americana é um reflexo da invasão russa a seu vizinho no Leste Europeu. Desde 24 de fevereiro, quando a guerra foi iniciada, mais de 10 milhões de pessoas foram obrigadas a deixar suas casas na Ucrânia, segundo estimativa da Organização das Nações Unidas, sendo que 4,7 milhões delas fugiram do país.
Como forma de ajudar os ucranianos, o Departamento de Segurança Interna dos EUA já havia determinado que eles recebessem o Status de Proteção Temporária (TPS, na sigla em inglês). O instrumento impede que cidadãos da Ucrânia vivendo no país desde 11 de abril sejam deportados ou presos em razão de sua condição migratória. O governo estima que 59 mil pessoas podem se beneficiar da medida.
Ucranianos que vivem atualmente fora dos Estados Unidos, porém, não podem receber o TPS e não se tornarão elegíveis caso entrem no país nas próximas semanas. “Em vez disso, eles devem solicitar um visto ou buscar outro caminho legal, por meio de consulados americanos no exterior”, explica o advogado da AG Immigration.
Durante sua viagem à Europa, no final do mês passado, o presidente Joe Biden afirmou que os EUA aceitariam cem mil refugiados da guerra. A declaração foi dada em um momento em que o sistema de asilo do país já se encontra pressionado pelas centenas de milhares de afegãos que estão sendo admitidos.
Apesar da promessa de Biden, apenas 12 ucranianos foram aceitos em março no programa de refugiados dos EUA
– o menor número dos últimos 17 meses. Desde janeiro, 526 pessoas da Ucrânia já foram recebidas no país, o que é duas vezes mais do que as 253 admissões do mesmo período do ano passado. *Fonte: Jornal MG Turismo.