Por Duda Tawil, texto e fotos, de Paris
A França festeja neste 2022 o 30⁰ aniversário de um dos seus mais belos e originais festivais, o Festival International des Jardins de Chaumont-sur-Loire, que fica na propriedade, dita “domaine”, criado em 1992 por Jean-Paul Pigeat e que tem há 15 anos como sua apaixonada diretora Chantal Colleu-Dumond. Voltado para a natureza, e para o patrimônio artístico nacional com o Castelo de Chaumont-sur-Loire, dominando o rio de mesmo nome, e para as artes plásticas contemporâneas, o evento atravessa três estações, pois começou em 21 de abril e termina em 6 de novembro. E ele nunca deixou de existir!
O tema desta edição é “O Jardim Ideal”, para o qual artistas plásticos de vários países foram selecionados por um júri para a concepção das suas obras integradas à natureza, ao exterior, ao “seu” jardim, todos com uma bela mensagem acerca de uma “utopia verde” a transmitir aos milhares de visitantes que frequentam o festival. É poético e onírico em todos os sentidos, porém real: a beleza é indescritível!
O “domaine” tem uma tripla vocação: primeiro, patrimonial pois abriga uma antiga fortaleza transformada com o passar dos anos num castelo renascentista dos séculos XV ao XIX, e é Patrimônio da Humanidade da UNESCO; depois, artística porque a arte está por toda parte e neste ano também se festeja a 15a edição da sua Saison d’Art, para a criação de hoje, no Centre d’Arts et de la Nature; e por fim, os jardins em si, deslumbrantes. Num só tíquete, o visitante tem uma experiência cultural global, e com certeza, inesquecível!
Desde 2007, é propriedade da Região Centre-Val de Loire. A novidade para o aniversário deste “trintão” será a inauguração, daqui a algumas semanas, do hotel Le Bois des Chambres (literalmente “O Bosque dos Quartos”), sempre integrando as artes com a natureza. Ele vem suprir a necessidade de alguns visitantes de pernoitarem no local, para melhor desfrutarem da tripla identidade do “domaine”, explicada acima.
São cerca de 25 projetos de jardins em exposição, na sua maioria concebidos por arquitetos, designers, ilustradores, paisagistas e floristas renomados nos seus países, como Inch Lim, da Malásia; Kathryn Gustafson, e Jason Shinoda, Elisa Read Pappaterra e Stephanie Lin, dos EUA; Carlotta Montefoschi e Niccolò Cau, da Itália; Nicolas Triboulot e Arnaud Mermet-Gerlat, Pauline Larivière, Marine Lecardeur e Matthieu Saunier-Court, Aymeric Dufour e Thibaut Flavigny (ambos da obra “Grenade”, capa desta reportagem), e François Massin-Castan, Édouard Moulin e Lucien Pigeard de Gurbert, da França; e Gaël Lefebvre e Marvin Demaude, dois estudantes da Bélgica, para citar alguns.
O evento principal engloba também outras ações, como o batismo da rosa Meilland Richardier em homenagem ao grande arquiteto de jardins francês Jean Mus, nascido em Grasse, a cidade dos perfumes, na Côte d’Azur, que por sua vez concebeu o seu “Jardim Mediterrâneo”. No fim de semana de 17 e 18 de setembro acontece a 4a edição de “Les Botaniques de Chaumont-sur-Loire”, com palestras e assinaturas de livros; de 7 a 11 de outubro, será a vez da 4a edição de “Quand Fleurir est un Art”, sobre a arte floral; e na Saison d’Art, o brasileiro Henrique Oliveira mostra a sua instalação “Momento Fecundo” na Grange aux Abeilles.
A propriedade conta hoje com 860 jardins, e cerca de mais 30 todos os anos! São seis restaurantes, como o Grand Velum, e num deles tem ateliê de arte culinária. Em muito breve, o hotel com um novo restaurante. Ela recebe 500 mil visitas anuais que não param de crescer. Abre 363 dias por ano.
Chaumont está a cerca de 1h30 de Paris, pelo trem saindo da estação Gare de Austerlitz até a pequena estação de Onzain-Chaumont-sur-Loire (www.sncf.com).
Mais informações: www.domaine- chaumont.fr, @Chaumont_Loire e /domainedechaumontsurloire