Por Luciano Lopes
Há dois anos a hotelaria do estado da Bahia registrou a menor taxa de ocupação dos hotéis após a segunda guerra mundial. Em Salvador, por exemplo, a taxa de ocupação dos hotéis que estavam abertos foi de 11,23%. Com isso os prejuízos registrados nos anos de 2020 e 2021 foram significativos. No entanto, com o avanço da vacinação, a melhora no quadro sanitário e a demanda reprimida por lazer, os hotéis no estado da Bahia, no primeiro trimestre deste ano, registram um fluxo de turistas em torno de 85% do registrado no mesmo período de 2019. Este aumento da procura foi também impulsionado pela maior disponibilidade de voos domésticos, que trouxeram de volta os turistas dos principais mercados emissores do país – São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Brasília para o estado da Bahia.
Em Salvador, destaca-se que embora ainda os indicadores de hotéis voltados para o público de lazer sejam melhores, não estão sendo observadas diferenças significativas entre as taxas de ocupação de meio e finais de semana, demonstrando uma gradual retomada do público corporativo e de eventos, que será um dos fatores importantes para o crescimento no fluxo de turistas.
Não obstante a retomada da atividade turística, verifica-se que o segmento passou por transformações importantes no modus operandi, sobretudo no que diz respeito a inserção de tecnologia. Cita-se como exemplo os cardápios digitais nos restaurantes e o check-in on line nos hotéis, que foram impulsionados na pandemia com a finalidade de reduzir o contato, no entanto será uma das contribuições positivas que ficará em decorrência da velocidade no atendimento ao cliente.
A ABIH-BA buscou intensamente o apoio dos governos das mais diversas esferas para garantir a sobrevivência econômica do segmento e evitar uma degradação ainda maior do setor. Conquistamos a isenção e redução de impostos em algumas cidades (em Salvador a redução no IPTU foi de 40% para os hotéis), novas linhas de crédito, reedição da Medida que permitiu a redução da jornada de trabalho e dos salários para evitar as demissões em massa e recentemente a isenção fiscal para os impostos federais durante 60 meses. Desta forma, seguimos em frente para a sustentabilidade dos negócios e manutenção dos empregos, dando suporte e atuando nas 13 zonas turísticas do estado da Bahia.
Estamos no meio do caminho da retomada no estão da Bahia, que deverá ser gradual, pois o efeito da pandemia sobre nosso setor foi profundo. Desde setembro-2021 vimos assistindo ao retorno do mercado de viagens e hospedagem. O ano de 2022 será o ano da retomada, considerando o avanço da vacinação e os cuidados redobrados dos hotéis, que trazem otimismo em relação aos próximos meses, firmando as bases para a consolidação do crescimento em 2023. *Fonte: A Tarde/ Coluna Made in Bahia.