- Duda Tawil, texto e fotos, de Paris
A grande artista americana Joséphine Baker, cantora e dançarina, estrela desde 1925 nos palcos parisienses, que adotou a França como o país do seu coração, naturalizada em 1937, considerada a primeira grande estrela negra das artes cênicas, foi homenageada na sexta passada, 3 de junho, pela passagem de aniversário de seu nascimento. É figura emblemática da resistência francesa antinazista e da luta antirracista, a primeira pessoa negra e a sexta mulher a ter seus restos mortais no Panteão de Paris. Faleceu em 1975.
Gwendoline (de preto, no centro) com um grupo de turistas afroamericanos diante de sua obra, no solo da esplanada
Depois de entrar para o Panthéon no final de 2021, templo dos Grandes Homens – e Grandes Mulheres! – da França, a artista plástica francesa Gwendoline Finaz de Villaine fez a instalação de uma enorme tela no solo, em frente ao monumento, em tributo e reconhecimento ao legado de Joséphine. Sensível, fez também um emocionado discurso na praça. Lindo!
Yaman Okur dança sobre a obra monumental e efêmera de Gwendoline na Place des Grands Hommes, onde também fica a Mairie du Vème arrondissement de Paris
Antes dela, a prefeita do 5⁰ distrito de Paris, Florence Berthout também falou, na presença de autoridades, como o diretor da Panthéon, David Madec. Os agradecimentos vieram emocionados da parte de um dos filhos de Joséphine, o ator e escritor Brian Bouillon Baker, que traçou o percurso da mãe dos Estados Unidos à França, e todos os seus feitos, demonstrações de puro amor ao seu país de adoção. No final, o dançarino turco Yaman Okur dançou sobre a obra ao som de música composta pela musicista Stéphanie Robert. Aplausos gerais, de turistas e habitantes, sobretudo os do 5⁰ distrito, mais conhecido como Quartier Latin.
Ambos aniversariantes de 3 de junho: o secretário-adjunto da Ecologia do 5⁰ distrito, Édouard Civel, e o filho de Joséphine, Brian
O congraçamento continuou dentro da prefeitura do Vème, quando durante um coquetel foram reveladas pela prefeita Florence duas felizes coincidências: 3 de junho também é aniversário de Brian, e do primeiro secretário-adjunto da prefeitura, o jovem Édouard Civel, ligado à pasta da Ecologia. Seguiram-se as félicitations e os tim-tins, enquanto a chuva passou a cair lá fora, naquela tarde primaveril, na Cidade Luz.
A programação cultural continuou no dia seguinte, quando Gwendoline recortou toda a obra de 1000m2 em 200 pedaços, autografou e ofereceu ao público em plena esplanada, bem “no espírito de Joséphine, de compartilhar”. Desta quinta, dia 9, até 30 de junho, acontece uma exposição individual e “pessoal” da artista plástica, que foi dançarina, com o show solo “Crazy Caviar”, na Ellia Gallery, no 17⁰ distrito.
Mais informações: www.ellia-artgallery.com