Por Victor Jorge
A Europa é, segundo o mais recente relatório da Organização Mundial de Turismo (OMT), a região do mundo com a mais rápida recuperação do turismo internacional tendo no primeiro trimestre multiplicado quase por quatro os valores do mesmo período de 2021.
A análise da OMT revela que o turismo internacional cresceu, entre janeiro e março, 182% (quase três vezes mais) em relação ao mesmo período do ano passado, com 117 milhões de chegadas contra 41 milhões no primeiro trimestre de 2021. Das 76 milhões de chegadas internacionais contabilizadas a mais neste primeiro trimestre, cerca de 47 milhões foram registadas em março, pelo que a entidade salienta “a recuperação está a ganhar terreno”.
Embora o turismo internacional permaneça 61% abaixo dos níveis de 2019, “espera-se que a recuperação gradual continue ao longo de 2022, à medida que mais destinos aliviam ou eliminam as restrições de viagem e a procura reprimida é desencadeada”, refere a OMT, em comunicado.
Em 2 de junho, 45 destinos (dos quais 31 estão na Europa) não tinham restrições relacionadas com a COVID-19, enquanto na Ásia, um número crescente de destinos começou a aliviar essas restrições, diz o relatório.
Europa quadruplica chegadas face a 2021
Os dados da OMT mostram que, durante o primeiro trimestre de 2022, a Europa recebeu quase quatro vezes mais chegadas internacionais (+280%) do que no primeiro trimestre de 2021, com resultados impulsionados pela forte procura intrarregional. Nas Américas, as chegadas mais que duplicaram (+117%) nos mesmos três meses. No entanto, as chegadas na Europa e nas Américas ainda estavam 43% e 46% abaixo dos níveis de 2019, respetivamente.
Já no Oriente Médio (+132%) e África (+96%), a análise mostra, igualmente, um forte crescimento no primeiro trimestre de 2022 em comparação com 2021, mas as chegadas permaneceram 59% e 61% abaixo dos níveis de 2019, respetivamente. A Ásia e o Pacífico registaram um aumento de 64% em relação a 2021, mas, novamente, os níveis ficaram 93% abaixo dos números de 2019, pois vários destinos permaneceram fechados para viagens não essenciais.
Por sub-região, o Caribe e a Europa Meridional do Mediterrâneo continuam a apresentar as taxas de recuperação mais rápidas. Em ambos os casos, as chegadas recuperaram para quase 75% dos níveis de 2019, com alguns destinos a atingir ou a superar os níveis pré-pandemia.
Apesar das perspetivas positivas, o ambiente económico desafiador, juntamente com a ofensiva militar da Federação Russa na Ucrânia, representam “um risco negativo para a recuperação do turismo internacional”, considera a OMT.
“A ofensiva russa na Ucrânia parece ter tido um impacto direto limitado nos resultados gerais até agora, embora esteja a atrapalhar as viagens na Europa Oriental”. No entanto, a OMT admite que o conflito está a ter “grandes repercussões económicas em todo o mundo, exacerbando os já altos preços do petróleo e a inflação geral e interrompendo as cadeias de abastecimento internacionais, o que resulta em custos mais altos de transporte e alojamento para o setor de turismo”.
Gasto médio aumenta
A mais recente edição do Barómetro de Turismo da OMT também mostra que mil milhões de dólares (cerca de 935 milhões de euros) foram perdidos em receitas de exportação do turismo internacional em 2021, somando-se aos mil milhões perdidos no primeiro ano da pandemia. As receitas totais de exportação do turismo (incluindo receitas de transporte de passageiros) atingiram cerca de 713 mil milhões de dólares (cerca de 665 mil milhões de euros), em 2021, um aumento de 4% em termos reais em relação a 2020, mas ainda 61% abaixo dos níveis de 2019.
A receita do turismo internacional atingiu 602 mil milhões de dólares, em 2021, cerca de 4% mais em termos reais do que em 2020. Europa e Oriente Médio registaram os melhores resultados, com os ganhos a subir para cerca de 50% dos níveis pré-pandemia em ambas as regiões.
O mesmo relatório indica também que o gasto médio por viagem aumentou dos mil dólares (933 euros) em 2019, para os 1.400 dólares (1.306 euros) em 2021.
*Fonte: Publituris/p