O desejo de realizar uma viagem internacional tem retornado à agenda dos turistas. Um indicador dessa tendência é o volume de gastos de brasileiros no exterior, registrados em US$ 804 milhões em fevereiro de 2022, o maior patamar desde o início da pandemia, de acordo com dados do Banco Central (BC).
Com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e a redução de mortes no Brasil e no mundo, a sensação de segurança sanitária tem crescido e esquentado o setor de turismo, que ficou reprimido por quase dois anos em função das restrições da quarentena.
Pensando no Dia do Turista, celebrado nesta segunda-feira (13/06), conversamos com Diego Zia (foto-divulgação), sócio-fundador e CEO da B2Gether, empresa brasileira que atua no mercado de câmbio. Ele apresenta cinco dicas para quem planeja viajar para o exterior e precisa trocar moeda estrangeira com economia e segurança.
1. Verifique as moedas mais utilizadas no país de destino
Você pesquisou os destinos e, finalmente, decidiu para onde ir. E agora, o que fazer? Além das questões financeiras e burocráticas envolvendo documentação, passagens aéreas e estadia, é necessário comprar m oeda estrangeira.
A primeira recomendação de Zia é verificar quais são as moedas mais utilizadas no país de destino. Isso porque, segundo ele, existem lugares que aceitam mais de um tipo de dinheiro e é importante saber essa informação para escolher a alternativa mais vantajosa.
“Por exemplo, em algumas regiões do México, como Cancún, é comum os estabelecimentos aceitarem dólares, além do peso mexicano. Por isso, é muito importante pesquisar esse fator, porque você consegue fazer o câmbio com a moeda que apresenta mais vantagens em relação ao real”, pontua.
2. Compre moeda aos poucos e não de uma só vez
Uma dúvida muito comum entre pessoas que vão viajar para outro país é saber quando e com qual frequência compensa comprar moeda estrangeira. Segundo o gestor da B2Gether, a opção mais prudente é fazer a aquisição de forma fracionada, em quantias menores, até o momento do embarque.
“Primeiro, o ideal é planejar a viagem com antecedência, estimar um gasto médio e, nesse tempo, ir comprando a moeda aos poucos, nunca só de uma vez, porque o mercado de câmbio oscila bastante e as taxas sobem e descem o tempo todo”, explica.
“Além de se blindar contra as oscilações cambiais, você consegue aproveitar as melhores oportunidades, fazendo as aquisições nos momentos de queda. Assim, você não despende de um valor muito grande uma única vez e ainda economiza no câmbio”, complementa.
3. Leve moeda em espécie e em cartão
A forma de levar moeda estrangeira para a viagem internacional é também uma dúvida muito recorrente entre os turistas. A orientação de Zia é se planejar para ir com as duas opções, na medida em que ambas são importantes e apresentam vantagens e desvantagens.
Enquanto o dinheiro em espécie é mais barato e é a alternativa mais comum na maior parte dos lugares, o cartão pré-pago oferece maior praticidade e segurança.
“É muito importante sempre levar um pouco de moeda em espécie e um pouco no cartão pré-pago. Digo isso porque, apesar de apresentar um IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) mais alto, o cartão acaba ofertando mais segurança. Não é bom andar com muita nota de dinheiro vivo”, observa.
O especialista acrescenta que levar só cartão também não é uma boa opção, porque é mais caro e pode limitar suas formas de pagamento. “A gente nunca sabe o que pode acontecer. Tem a chance de o cartão dar algum problema no chip e não passar”, comenta.
4. Evite comprar moeda no aeroporto
Já ouviu aquela frase de que tudo no aeroporto é mais caro? A mesma informação vale para a moeda estrangeira. Trocar dinheiro no momento do embarque não permite pesquisar as cotações, comparar taxas nem buscar as condições mais vantajosas.
“Não é aconselhável deixar para fazer o câmbio na última hora e comprar moeda estrangeira no aeroporto, porque os valores são bem mais altos e os spreads são maiores. Além disso, você fica sem opção, porque não dá mais tempo para pesquisar outras alternativas”, afirma o especialista.
5. Não compre moeda no mercado de câmbio paralelo
Em busca de mais economia, muitas pessoas se sentem atraídas por meios alternativos para comprar moeda estrangeira, como o mercado de câmbio paralelo, no qual o dinheiro circula sem a supervisão e o controle do Banco Central.
Segundo Diego Zia, nesse mercado as moedas são negociadas de forma clandestina e as transações são consideradas ilegais. Por isso, para evitar transtornos e não fomentar esse universo, o ideal é procurar instituições autorizadas pelo BC a operar câmbio e negociar moedas.
“A última dica, e não menos importante, é comprar moeda estrangeira apenas com agentes autorizados. O mercado paralelo oferece muitos riscos, é ilegal e transaciona muitos recursos decorrentes de práticas criminosas, como lavagem de dinheiro, contrabando, tráfico de armas e outros”, orienta.
Para comprar moeda estrangeira com segurança e economia, de acordo com o especialista, a melhor estratégia é planejar a viagem com antecedência, pesquisar as cotações em diferentes instituições financeiras e comprar moeda aos poucos, aproveitando as quedas das taxas.