Duda Tawil, texto e fotos, de Paris
Menos de um ano depois de “Amazônia”, o imenso fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado volta a deslumbrar e emocionar a Cidade Luz com a sua nova exposição “Aqua Mater”, desta vez uma ode à água mãe, a nossa fonte de vida, e um alerta à sua fragilidade. Ela se passa num pavilhão monumental, uma maloca em bambu, coberta de palha, as habitações das famílias indígenas. Feita por Stefana Simic, arquiteta checa, e pelo arquiteto colombiano Simon Velez, ela já chama a atenção pelo contraste: está na Esplanada de La Défense, no meio dos arranha-céus do bairro moderníssimo de Paris, na verdade já nas cercanias da cidade, bem em cima da última estação de metrô da linha 1.
Nela está atualmente uma coleção de fotografias de Salgado sobre a temática da água. A água ocupa um espaço central na obra de Sebastião: Amazônia, Islândia, a Antártica, a Ásia, a África. É a sua revelação através de suas fotos enormes e em preto e branco, verdadeiras obras-primas deste cidadão do mundo, da expressão do seu combate em favor de natureza, em todo o planeta. É ver, se conscientizar da necessidade de valorizar a água, o líquido mais precioso da Terra, e se emocionar.
“Nesta exposição, a água aparece em todas as suas formas, pureza e intensidade, sua abundância e sua escassez, tomada na sua solidão ou nas suas interações variadas com o homem, a fauna e a flora, numa amostra fotográfica de sua poesia e do seu aspecto indispensável”, escreveram a curadora e cenógrafa Lélia Wanick Salgado e Sebastião Salgado.
Com música de François-Bernard Mâche, ela está em cartaz até o final do atual verão: em 22 de setembro termina. É uma experiência sensorial e espiritual, inspirada na espiritualidade dos ancestrais. “Nas malocas vivem seres humanos e são espaços místicos”, como bem afirma Velez.
Reservas somente online, e mais informações: www.aquamater.art