Tom Zé toca na Concha Acústica do TCA, em Salvador, quando setembro vier

 

Por Paula Berbet

Se é a nova música autoral brasileira que o TOCA! destaca, o que dizer de um artista que lança mais um inventivo novo álbum aos 85 anos? Em edição especial de encerramento de temporada, o projeto leva Tom Zé, com seu elogiado e recém-lançado “Língua Brasileira”, à Concha Acústica do Teatro Castro Alves (TCA), no dia 2 de setembro, às 19h. A abertura fica com A Trupe Poligodélica, fazendo as honras da casa ao ídolo. A realização é da Dimenti Produções Culturais e Fundação Nacional de Artes (Funarte), através do Prêmio Funarte Festivais de Música 2021. Ingressos, a R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia), já estão disponíveis para compra em https://linktr.ee/tocasalvador ou na bilheteria física do TCA.

Tom Zé dispensa apresentações. Nascido em 11 de outubro de 1936, em Irará, no interior da Bahia, ele exala o frescor de sempre e reserva seu lugar como uma das figuras mais originais da música popular brasileira. Com quase três dezenas de discos lançados, tem uma obra comprometida com a invenção, que evoca sátira e política em presença enérgica. Sobre o ritual de subir ao palco nesta nova turnê, Tom Zé descreve: “A canção prostra-se seduzida pelo fascínio do palco. Expõe-se em prestações, abre-se em frações e fragmentos, em peças e partículas. Todas divertidas. Não abro mão da alegria. O palco é um senhor exigente”.

José Miguel Wisnik assina o release de seu mais novo trabalho e diz: “Não é a primeira vez que Tom Zé compõe um álbum temático, inspirado por uma provocação conceitual e explorando a mina de um mesmo assunto. (…) Tudo, sempre, com aquela sua verve inconfundível que resiste a qualquer tipo de engessamento. Pois ideias e sonoridades entram numa fricção vivaz de ritmos, células polifônicas, interjeições aliciantes e onomatopeias, levadas no embalo dos motes, dos riffs e dos refrães. Há um fascínio irresistível no fato de que as ideias mais sérias, manejadas por ele, são também brinquedos reveladores e jogos de armar”.

Projeto coletivo, em parceria com Felipe Hirsch e o coletivo Ultralíricos, com produção musical de Daniel Ganjaman e Daniel Maia, “Língua Brasileira” não se reduz à noção de uma língua única e monolítica: trata, sim, de um magma de línguas em processo de impregnação e de metamorfoses, presentes e remotas, o infinito pela multiplicidade dos falares. Temáticas indígenas e africanas, estética tropicalista, rebeldia, liberdade e genialidade crítica estão, obviamente, presentes.

Com Tom Zé na banda em cena, estão Daniel Maia (guitarra), Felipe Alves (contrabaixo), Renato Léllis (percussão), Cristina Carneiro (teclados) e Fábio Alves (bateria). Sobre o repertório, ele promete: “Não sou cabeça-dura e vou cantar alguns sucessos anteriores que a plateia conhece e cuja falta não perdoa”.

Para abrir a noite, A Trupe Poligodélica, com raízes no Vale do São Francisco, tem sua sonoridade influenciada por várias vertentes da música popular brasileira e internacional, com pitadas de psicodelia e muita poesia. Tom Zé é justamente uma das principais referências do quinteto formado em 2017, por Fatel, Ciro, Alvin, Fellipe e Victória, músicos de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE). O som é, ao mesmo tempo, dançante e envolvente, com perspicácia, acidez e beleza. O primeiro disco, “A Transmutação do Eco em Lenda”, foi lançado em 2020, baseado no rock progressivo e psicodélico, mas também em ritmos que passam pelo blues, baião, samba, ciranda, afrobeat, afoxé, brega, entre outros. O segundo álbum, “Oroboros”, de 2021, gravado durante a pandemia, aborda o conceito de ciclos e tem o sentimento de recomeço em cada faixa.

HISTÓRICO do TOCA!

O “TOCA!” foi criado em 2018 e realizou, no Pátio do Goethe-Institut Salvador-Bahia, 19 edições com shows de artistas da Bahia, do Brasil e convidados do exterior em dois anos. Foram três calendários montados neste período: TOCA! 2018, TOCA! Verão 2018/2019 e TOCA! 2019, que apresentaram Jaloo; Ana Müller; IFÁ convidando Lazzo Matumbi; francisco, el hombre; Tuyo e Ronei Jorge; Metá Metá e Analog Africa; Majur e Duda Beat; Lazzo Matumbi; IFÁ convidando Anelis Assumpção; Afrocidade e Neo Muyanga; Mulamba; Rita Benneditto; Phill Veras e Edu; Larissa Luz e Larissa Lacerda; Filipe Catto e Ace of Diamonds; Panteras Negras convidando Luedji Luna e Okwei Odili; Marcelo Jeneci; Vanguart e Arthur Matos; e Carne Doce e Andrea Martins.

Já em 2020, o “TOCA!” se reinventou diante do contexto da pandemia da Covid-19, lançando o seu formato audiovisual, o “TOCA! na Mão”: uma produção em videocast, com direção de Larissa Lacerda, que mistura shows com entrevistas e participação de Livia Nery, Manuela Rodrigues, Rachel Reis e Giovani Cidreira. Em 2021, ampliando seu formato digital, reuniu 12 artistas em novos videocasts – Tiganá Santana, Josyara, Hiran, Yan Cloud, Jadsa, Vírus, Neila Kadhí, Ian Lasserre, Fatel, Mirceia Jordana, Juli e Andrezza Santos – e quatro episódios do podcast “TOCA! na Escuta”, discutindo a produção cultural no campo da música, com participação de profissionais de reconhecida atuação na área. Todos os conteúdos, que somam mais de 25 mil visualizações, podem ser acessados em https://linktr.ee/tocasalvador. Fotos: Fernando Laszlo/Divulgação.

TOCA!

= EDIÇÃO SETEMBRO

Tom Zé

Show de abertura: A Trupe Poligodélica

Quando: 2 de setembro (sexta-feira), 19h (portões abertos às 17h30)

Onde: Concha Acústica do Teatro Castro Alves

Quanto: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)

Classificação indicativa: 18 anos

Vendashttps://linktr.ee/tocasalvador

Ou na bilheteria física do Teatro Castro Alves (sem taxas)

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