Por Helô Sampaio
A gente precisa ter muita criatividade para viver bem estes momentos difíceis que ainda passamos. A Covid acabou? Nã-nã-ni-nã-não. A situação continua complicada, o dinheiro sumiu da nossa carteira e não sabemos onde foi parar. Ou sabemos? Os preços das coisas sobem que nem balão de São João. E o salário? Ooohhhh, meu fio, olha lá pra baixo pra ver se ainda tem algum trocado.
Nunca vi o dinheiro sumir com tanta rapidez. Criou asas, véio. (Eu estou adorando escrever do jeito que o meu povinho fala. ‘Véio’ é mais forte que ‘velho’, não acha, meu bonito?) E vamos nessa, que é bom à bessa – outro ‘dito’ da minha terrinha.
Agora, já sacudi a roupa para tirar a poeira, já passei o batom e o perfume, e já chamei as irmãs Ana e Carmen – que estão comigo, solidárias na dor, digo, na reclusão – para darmos uma volta pela cidade. Quero ir, especialmente ao Bonfim para a benção do Pai Velho e para agradecer pela vida com saúde e alegria com que ele nos presenteia. Tem coisa melhor, fio?
Mas a gente aproveita a ‘esticada’ e dá um pulo no farol da Ribeira para ‘tomar uma’ apreciando aquela vista linda da nossa cidade. Só pela vista linda, mente poluída, não é pela cerveja, não, que a ‘loura’ a gente acha em qualquer lugar. Ah! Mas estou me sentindo como se estivesse recomeçando uma aventura gostosa, ou me preparando para viagem turística, para rever, matar a saudade da minha Salvador amadinha. Ajaiô!
Já falei com Ivete Monteiro, a minha amada irmãzinha do mundo, que pode ir preparando a feijoada pois hora dessa eu apareço lá em Praia do Forte com as irmãs para filar o pirão.
Primeiro iremos dar trabalho a Iracema Dias, minha outra irmãzinha da vida. Mas Cema já está acostumada com as minhas surpresas e visitas semanais. Agora tem as duas irmãzinhas para completar a mesa, né, Lurdes?
O pirão tem que dobrar pois a família é boa de mesa, he-he. Lá em casa não tem ‘tempo ruim’. Hora de almoço, está todo mundo pronto, sem gripe, sem cansaço, sem doença, sem nada. Depois do almoço, pode voltar tudo. Acho ótimol
Mas agora, neguinho, vamos aproveitar este solzão maravilhoso que vem inundar de amor a nossa Bahia, pegar uma praia com uma lourinha gelada, comer um siri ou caranguejo catado que não somos trouxa, e depois, espichar o corpo em cima de uma toalha na areia da praia para que o sol possa nos acariciar, dengar e mostrar que vivemos na melhor terra do mundo.
Se você não sabia disso, fique sabendo. Eu aprendi desde cedo, quando viajei por vários lugares deste mundo véio sem porteira, que os lugares mais atraentes são tão bons quanto a nossa Baêa, tenha certeza. São diferentes, lindos e maravilhosos tanto quanto somos para os turistas que aqui chegam e se deslumbram. Tem jeito, não, amo muito minha terrinha.
Mas como o tempo abriu, o sol chegou para afagar o nosso ego, já inventei de voltar a visitar amigos. E elegi logo Roberto Tavares e Albinha, em Lauro de Freitas, para filar o almoço que Jusse prepara. A criatura tem mão premiada, faz cada coisa gostosa… Eu chego, fico mansinha provando as delícias de Jusse, quietinha, né fio? Prá ninguém notar que não bebo, mas desconto na comida, he-he.
E desta última visita, comemoramos o aniversário de Robertinho, o filhote lindo deles, que é meu afilhado do coração. Amo este menino bonito que faz, com Silvana e Larissa, uma família harmoniosa e feliz. É um menino maravilhoso, que vi nascer, um ‘sobrinho’ muito atencioso e amadinho. Sempre passa para pegar a ‘titia’ quando tem alguma ‘boca livre’ no fim de semana. Um sobrinho muito atencioso, que não me abandona. Adoro.
Mas Silvana é ‘expert’ no preparo de boas comidas e preparou esta delícia de sobremesa para saborearmos. Lógico que pedi a receita e ela me disse é uma receita de Elíbia Portela, minha querida amiga. Lógico que liguei para Elíbia que me mandou tudo direitinho para você também poder se deliciar com seu amorzinho. Aventais a postos, vamos para o fogão e depois de prepararmos o pudim, com a barriguinha cheia, a gente tira um soninho.
Pudim de tapioca de Elíbia Portela
Ingredientes
— 1 ½ xícara (chá) de farinha de tapioca
— Uma lata de leite condensado
— Um coco fresco ralado
— 2 ovos
— Um litro de leite
— Uma colher (sopa) de manteiga
— Uma pitadinha de sal.
Modo de preparar:
1 – Combinar em uma tigela a tapioca, o coco ralado e o leite. Reservar por uma hora.
2 – Em seguida, colocar os demais ingredientes no liquidificador e bater por um minuto. Despejar na tigela onde estão os ingredientes reservados e ir misturando com uma espátula, até que fique homogêneo.
3 – Transferir para uma forma forrada com caramelo e levar ao forno para que asse por uma hora, usando o banho-maria. Retirar do forno e reservar para que esfrie. Levar à geladeira e desenformar depois que estiver gelado.
Para a calda do caramelo:
1 – Levar ao fogo uma panela com 200g de açúcar e 150ml de água. Deixar ferver, sem mexer, até formar uma calda na cor do guaraná. Usar a calda para revestir o interior da forma e saborear lambendo os dedos de alegria.
Beijins carinhosos, meu lindinho. Amo ôceis tudim.
*Foto de Salvador, crédito David Rocha/Portal Turismo Total; Pudim, divulgação.