Depois de o PIB referente ao setor do turismo e viagens ter caído mais de 50%, em 2020, face a 2019, o World Travel & Tourism Council (WTTC), num relatório realizado em conjunto com o Oxford Economics, revela que a mesma contribuição do PIB do setor para a economia mundial evoluiu em mais de um bilião de dólares, em 2021.
Estas contas apresentadas agora pelo WTTC mostram que, depois do turismo ter uma representação de 10,3% na economia mundial, com um valor de 9,630 biliões de dólares, em 2019, e ter caído para 5,3%, com um valor de 4,775 biliões de dólares, em 2020, o setor recuperou em 2021.
No ano passado, o WTTC indica que o setor do turismo e viagens cresceu 21,7% face ao ano anterior de 2020, quando a economia global registou um crescimento de 5,8%, atingindo os 5,812 biliões de dólares, correspondendo a 6,1% do PIB mundial.
De acordo com os dados, a recuperação global do setor do turismo foi sustentada mais pelo aumento dos gastos dos visitantes domésticos do que as receitas provenientes de visitantes internacionais. Numa comparação entre gastos domésticos e visitantes internacionais verifica-se que no primeiro caso o crescimento global foi de 31,4%, enquanto no segundo a recuperação foi de apenas 3,8%, indicando o WTTC as restrições de viagem para visitantes estrangeiros em vigor em muitos países” como uma das causas. Como resultado, a participação dos gastos domésticos no total de gastos com viagens e turismo aumentou de 72% em 2019 para 85% em 2021. Já os gastos com viagens e turismo e os gastos com lazer cresceram 30,9% e 25,1%, respetivamente.
EUA lideram
A liderar o ranking dos maiores países no universo do turismo e viagens, em 2021, aparecem os EUA, com uma contribuição de quase 1,3 biliões de dólares para o PIB do país, com um crescimento de 22% face ao ano anterior de 2020 e representando 5,5% da riqueza total criada no país. Este número representa, contudo, uma quebra de mais de 700 mil milhões de dólares face ao alcançado em 2019.
Em segundo lugar aparece a China, com um crescimento de 16,9% face ao ano anterior, fazendo com que o valor total atribuído ao turismo suba para 814 mil milhões de dólares e um peso de 4,6% na economia chines. A quebra das receitas do setor do turismo chinês foi a mais alta, já que os 814 mil milhões de dólares de 2021 representam mais de um bilião de dólares a menos que em 2019.
A Alemanha ocupa o terceiro lugar neste ranking, com um dos crescimentos mais baixos dos países do G20 (+5%), fazendo com que o valor global do setor crescesse para 251 mil milhões de dólares, mas com uma representatividade no PIB global do país mais alto (6,4%).
Na análise divulgada pelo WTTC, a maior subida, face a 2020, pertence à Turquia (+60,6%), enquanto do lado oposto, foi a Indonésia que maior decréscimo registou em 2021 (-10,3%).
Já a maior contribuição para o PIB do respetivo país, destaque para o México, onde o setor do turismo representa 13,1% da riqueza do país.
Por regiões, as Américas passaram a liderar as receitas provenientes do setor do turismo (liderança já alcançada em 2020). Enquanto em 2019, era a Ásia-Pacífico que liderava com perto de 3,3 biliões de dólares, enquanto a Américas e Europa alcançavam 2,654 e 2,141 biliões de dólares, respetivamente, em 2021, a região das Américas obtiveram 1,781 biliões de dólares, enquanto a Ásia-Pacífico não foi além dos 1,576 biliões e a Europa dos 1,450 biliões.
A região da Ásia-Pacífico lidera, no entanto, na criação de emprego, com mais de 159,2 milhões de empregos no setor do turismo e viagens, em 2021. Segundo os dados do WTTC, as Américas perderam o segundo lugar para a Europa. Se em 2019, as América tinham 45,3 milhões de empregos no turismo e a Europa somente 37,8 milhões, em 2021, os números mostram que as Américas possuem 34,6 milhões de empregos, enquanto a Europa detém 34,7 milhões.
Recuperação total em 2024
Quanto ao futuro, Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC, admite que “as perspectivas são positivas”, salientando que o setor “mostra mais uma vez a sua resiliência e capacidade de recuperação”.
Assim, e apesar das dificuldades que o setor enfrenta vem enfrentando, as projeções do WTTC apontam para uma “forte década de crescimento”, estimando que o PIB do setor do turismo e viagens cresça a uma média anual de 5,8% entre 2022 e 2032, superando o crescimento da economia (2,7% ao ano).
Já quanto ao emprego, os números já avançados anteriormente indicam cerca de 126 milhões de novos empregos na próxima década.
Por regiões, a Ásia-Pacífico deverá ser a primeira região a recuperar, prevendo-se que “reverta para o cenário de 2019 já em 2023.
O WTTC estima que o desempenho do setor na Europa possa superar o nível de 2019 em 2024 quando a contribuição do setor das viagens e turismo para o PIB da região pode chegar a 4,1% acima do valor pré-pandemia, enquanto todas as outras regiões devem recuperar completamente em 2024.
Em 2022, à medida que a confiança dos viajantes melhora, estima-se que o setor global de viagens e turismo acelere seu ritmo de recuperação para 43,7% em relação a 2021 e adicionar mais 10 milhões de empregos, frisando o WTTC “ser provável que o setor retorne aos níveis pré-pandemia por volta do final de 2023 e os dados preliminares do primeiro semestre de 2022 corroboram essa previsão”.
No que diz respeito à criação de emprego global, ”muitos desses novos empregos estarão concentrados na região da Ásia-Pacífico (64,8%) em geral, e na China (25,5%) e na Índia (20,4%) em particular”, refere o WTTC. *Fonte: Publituris/pt.