No dia 23 de outubro, às 11h, o Teatro Castro Alves (TCA) apresenta em seu “Domingo no TCA” o Grupo Corpo na coreografia “Gil Refazendo”, com música de Gilberto Gil. Com uma sessão da temporada nacional da companhia agendada para a véspera na casa – noite em que, além deste balé, também encena o “Onqotô”, este com trilha original de Caetano Veloso e José Miguel Wisnik –, a inclusão neste projeto público amplia o acesso das plateias de Salvador a este que é um dos mais importantes representantes da dança do Brasil. Ingressos custam R$ 1 (inteira) e R$ 0,50 (meia) e são vendidos apenas no dia do evento, no local, a partir das 9h, com acesso imediato à plateia do teatro.
Com coreografia de Rodrigo Pederneiras, cenografia e iluminação de Paulo Pederneiras e figurino de Freusa Zechmeister, “Gil Refazendo” é uma recriação do espetáculo “Gil”, estreado em 2019, quando a trilha especialmente criada por um dos papas da música popular brasileira ganhou sua primeira tradução cênica. Três anos depois – com a pandemia da Covid-19 no meio –, a volta aos palcos se dá em uma nova encarnação, no espírito de renovar, reconstruir, rever, reviver: refazer. “É um novo espetáculo”, diz o diretor artístico da companhia, Paulo Pederneiras. O balé foi reconstruído, inteiro. Uma única e deliciosa exceção que permanece na coreografia renovada é o solo de samba da bailarina Mariana do Rosário na releitura de “Aquele Abraço”.
Além da oportunidade de homenagear Gil nos seus 80 anos, a decisão de partir do zero foi reforçada pela transformação radical que o mundo viveu nesse período – e o Brasil, em particular. “Embarcamos na ideia de um renascimento”, conta Paulo, que contextualiza: “Gilberto Gil, com sua metafísica, suas ideias e militância em prol do meio ambiente, se tornou uma perfeita tradução da necessidade de reconstruirmos o que foi arrasado, pôr de pé novamente o que desandou”.
A trilha conduz um espetáculo de alta intensidade. “A música é como um rio caudaloso, de correnteza forte”, avalia o coreógrafo Rodrigo Pederneiras. “Entrei nessa dinâmica, com grupos grandes em cena, em vez da prevalência de duos e trios. E não há chão – é uma energia que sobe”, conclui ele. Mesmo no final, em que a música foge do habitual encaminhamento para um ápice e opta por um ralentando, a força dos movimentos “puxa para o alto”.
A cenografia se apoia numa imagem de fundo em milimétrico movimento. “São imagens em zoom de girassóis que lentamente voltam à vida”, descreve Paulo, que detalha: “Gravamos por 15 dias a transformação das flores vivas em plantas murchas; na projeção do palco, invertemos o processo. O público acompanha, a princípio sem perceber e no final de maneira explícita, a vida que retorna”. Vestidos de linho em tom cru – moças de camisa sobre uma malha de duas peças, rapazes de calça e camisa de corte casual –, os bailarinos dançam sob luz branca e simples.
“Aquele Abraço”, “Realce”, “Tempo Rei”, “Andar com Fé”, “Toda Menina Baiana”, “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, “Raça Humana”: na trilha de 38 minutos, surgem frases e temas de canções de Gil retrabalhadas, mas perfeitamente reconhecíveis nas suas variações. O arco traz quatro ambientes musicais, na definição do próprio compositor: um choro instrumental; uma abordagem camerística (com inspiração “em Brahms ou Satie”, segundo ele); um momento de liberdade improvisadora; e, finalmente, uma construção abstrata baseada em figuras geométricas. “Círculo, triângulo, retângulo, pentágono, a volta ao círculo e finalmente a dissolução numa linha reta”, explica Gilberto Gil.
A temporada brasileira do segundo semestre de 2022 do Grupo Corpo tem patrocínio premium do Instituto Cultural Vale; patrocínio master da ArcelorMittal; e patrocínio Vivo e CCR. As apresentações em Salvador têm apoio da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Teatro Castro Alves.
DOMINGO NO TCA
O Domingo no TCA é uma iniciativa do Teatro Castro Alves, Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SecultBA), que se compromete em ampliar e diversificar o seu público frequentador, oferecendo-lhe acesso a espetáculos qualificados, das mais diversas linguagens artísticas. Desde 2007, com mais de 150 edições e cerca de 200 mil espectadores, o projeto engloba apresentações de música, teatro, dança, circo, cinema, de variados estilos e proposições estéticas, da Bahia, do Brasil e do mundo.
DOMINGO NO TCA
Grupo Corpo – Gil Refazendo
Onde: Sala Principal do Teatro Castro Alves
Quando: 23 de outubro de 2022 (domingo), 11h
Quanto: R$ 1,00 (inteira) e R$ 0,50 (meia)
Vendas somente no dia, a partir de 9h, com pagamento apenas em dinheiro e acesso imediato do público
Classificação indicativa: 14 anos
MEIA-ENTRADA
A concessão da meia-entrada é assegurada em 40% do total dos ingressos disponíveis para o evento. Estejam atentos! O Teatro Castro Alves cumpre a Lei Federal 12.933 de 29/12/2013, que determina que a comprovação do benefício de meia-entrada é obrigatória para aqueles que gozam deste direito.
Saiba mais em www.tca.ba.gov.br/oteatro/