Por Inês de Matos
O tráfego aéreo global voltou a recuperar em outubro e aumentou 44,6% face a igual mês de 2021, ficando a 74,2% dos níveis registados em outubro de 2019, antes da chegada da pandemia da COVID-19, avança a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA).
De acordo com os dados revelados pela IATA na passada quinta-feira, 1 de dezembro, em outubro, o tráfego doméstico desceu 0,8% face a igual período do ano passado, o que se deveu ao facto da China continuar a adotar fortes restrições à COVID-19, o que levou a que o crescimento de outros mercados tornasse menos expressivos os números globais.
Face a outubro de 2019, o tráfego doméstico chegou, no entanto, a 77,9% dos níveis registados, com a IATA a adiantar que as “reservas domésticas futuras permanecem em cerca de 70% do nível pré-pandémico”.
Já o tráfego internacional subiu 102,4% face a outubro do ano passado, ficando a 72,1% dos níveis registados em mês homólogo de 2019, o que foi impulsionado pelo forte crescimento de todos os mercados, com especial destaque para a região da Ásia-Pacífico.
No caso das viagens internacionais, adianta a IATA, as reservas antecipadas “aumentaram para cerca de 75% dos níveis pré-pandémicos, após a reabertura anunciada por várias economias asiáticas”.
“Tradicionalmente, em outubro, estamos na temporada de viagens mais lenta no Hemisfério Norte, por isso é muito reconfortante ver que a procura e que as reservas antecipadas continuam tão fortes. É um bom presságio para a próxima temporada de inverno e para uma recuperação contínua”, afirma Willie Walsh, diretor-geral da IATA.
Por regiões, foi na Ásia-Pacífico que, em outubro, o tráfego aéreo internacional mais aumentou, num crescimento de 440,4% face a igual mês do ano passado, que foi mesmo o mais elevado registado entre todas as regiões no último ano, ainda que a IATA chame a atenção para o facto deste crescimento ter por base os números muito baixos de 2021. Nesta região, a capacidade cresceu também 165,6%, enquanto o load factor aumentou 39,5 pontos percentuais, para 77,7%.
No Médio Oriente, o crescimento registado em outubro foi também forte e chegou aos 114,7% face a igual mês do ano passado, enquanto a capacidade subiu 55,7% e o load factor cresceu 21,8 pontos percentuais, para 79,5%.
Na América do Norte o crescimento do tráfego de outubro foi de 106,8% face ao mesmo mês do ano passado, enquanto a capacidade registou uma subida de 54,1% e o load factor aumentou 21,4 pontos percentuais, fixando-se nos 83,8%.
Na América Latina, por sua vez, outubro trouxe um crescimento de 85,3% no tráfego aéreo face ao mesmo mês do ano passado, enquanto a capacidade subiu 66,6% e o load factor aumentou 8,7 pontos percentuais, para 86,0%, o mais alto entre todas as regiões.
Em África, o crescimento do tráfego aéreo de outubro chegou aos 84,5% em comparação com outubro do ano passado e a capacidade subiu 46,9%, enquanto o load factor cresceu 14,5 pontos percentuais, para 71,3%, o mais baixo entre todas as regiões do mundo.
Já na Europa o crescimento registado em outubro foi o mais baixo entre todas as regiões e chegou apenas aos 60,8% em comparação com outubro de 2021, ainda que, nesta região, o tráfego aéreo internacional já viesse a crescer há mais tempo. Em outubro, capacidade na Europa subiu ainda 34,7% e o load factor aumentou 13,8 pontos percentuais, para 84,8%, afirmando-se como o segundo mais elevado entre todas as regiões do mundo.
“As pessoas estão desfrutando da liberdade de viajar e as empresas reconhecem a importância do transporte aéreo para seu sucesso”, acrescenta Willie Walsh, sublinhando que, a mais recente pesquisa da IATA com líderes empresariais, indica que 84% destes responsáveis não se imaginam a fazer negócios internacionais “sem acesso uma rede de transporte aéreo” e 89% acreditam mesmo que “estar perto de um aeroporto com conexões globais lhes dá uma vantagem competitiva”.
“Os governos precisam prestar atenção à mensagem de que as viagens aéreas são fundamentais para a forma como vivemos e trabalhamos. Essa realidade deve orientar as políticas para permitir que a aviação opere da maneira mais eficiente possível, ao mesmo tempo em que apoia as metas de emissões líquidas zero da indústria para 2050”, conclui o responsável da IATA. *Fonte: Publituris/pt; Foto: banco de imagens por Vecteezy.