Por Jefferson Severino*
Dizem que após a tempestade vem a bonança, nem tanto. Durante a pandemia as feiras/festivais de turismo migraram, obrigatoriamente para realização de negócios no ambiente digital, o que, nem de longe eliminou o papel do jornalista especialista na área, importante elo da cadeia da economia do turismo. Sem dúvidas o jornalista especialista em turismo possui ferramentas que vão desde as redes sociais a páginas especializadas em notícias da área que mostram excelentes oportunidades para impulsionar os negócios e a divulgação do turismo brasileiro, dentro e fora do país. Eles simplesmente conectam marcas e parceiros.
Todavia essa ficha ainda não caiu para uma minoria de CEOs e diretores desses eventos que estão deixando de lado tais profissionais, isto é, deixando de construir estratégias de comunicação, acreditando que tais investimentos são apenas gastos, relegando a tais profissionais, péssimas condições de trabalho, hospedagem que deixam a desejar e voos madrugada adentro, quando, de fato, tais profissionais precisam estar bem comodados e descansados para que possam produzir no mínimo 100%, correspondendo as expectativas. O profissional da área, no mínimo é diplomado, sem contar os pós graduados e com grande expertise, que em hipótese alguma se dedicaram aos estudos para após terem que pagar para trabalhar e/ou se sujeitarem a péssimas condições de trabalho. Não é assim que a banda toca.
É de se questionar, sem dúvidas, o alcance do profissional, dentro do próprio trade e, acima de tudo se tais informações chegam ao consumidor final, aquele que de fato irá comprar o produto, enfim, se irá atingir o público alvo. O sucesso de um evento de negócios está nas informações divulgadas e, no ambiente digital está no relacionamento com os clientes e na plataforma apropriada para cada tipo de negócio e clientelas específicas. Evidentemente informações claras e diálogo com o com o trade, isto é, hotéis, bares, restaurantes, destinos turísticos.., permitem que o jornalista da área passe ao consumidor credibilidade e facilitam, acima de tudo, a venda final do produto ou destino, que é o objetivo principal de uma feira de turismo, seja ela digital ou presencial.
Eu, assim como demais profissionais da área temos recusado propostas indecorosas de trabalho, “organizadas” para quem deixa para última hora pensar nestes profissionais, acreditando que esses vivem de brisas ou pior, acreditam que estão prestando algum favor. Construir uma boa presença e divulgação digital com linguagem própria e adequada a cada mídia utilizada no meio digital, é fundamental e ajuda a fidelizar o cliente. Cabe ressaltar que em uma feira de turismo com o modelo predominante de ambiente misto, físico e virtual de vendas, negócios do turismo foram concebidos, desde a origem, exclusivamente para plataformas digitais, entre eles alguns modelos de hospedagem e de transporte individual de passageiros.
Só para se ter uma pequena ideia, o Ministério do Turismo que com uma boa dose de criatividade já rendeu mais de 3,7 milhões de visualizações. O post, que teve um alcance de 14 milhões de perfis na internet, foi compartilhado 44 mil vezes. A “brincadeira” simula uma conversa pelo WhatsApp entre duas amigas com troca de imagens de destinos brasileiros. Uma persuadindo a outra a fazer turismo doméstico ao invés de viajar para o exterior. Outro exemplo de incentivo ao turismo interno citado é o compartilhamento demais de cinco mil fotos no Instagram, todas de destinos sugeridos ou visitados pelos seguidores das mídias do MTur. Dessa forma, urge observar o comportamento e demandas do público e investir no bom profissional, tendo como exemplo as estratégias adotadas pelo Ministério do Turismo. Definitivamente jornalistas de turismo, são especialistas em divulgar marcas e modelos de bons negócios.
*Jefferson Severino é jornalista, fotógrafo e editor do site Turismo On-Line
