Por Luciana Dyniewicz e Wesley Gonsalves, Agência Estado
Como já foi visto durante todo o ano – quando os preços das passagens aéreas subiram, em grande parte impulsionados pelo aumento no querosene de aviação -, os bilhetes para viagens no fim do ano e em janeiro devem continuar a tendência de alta. Das dez rotas mais buscadas na plataforma Voopter (de comparação de preço de passagem) para o réveillon, nove estão mais caras do que no mesmo período do ano passado. O resultado é o mesmo quando analisados os valores de janeiro.
Para o ano-novo, o maior aumento é entre o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e Recife, com 124,7%. Segundo o levantamento, o preço médio da viagem de ida e volta é de R$ 5.855,13. No ano passado, o valor médio dos voos ficava em R$ 2.605,38. Ainda para o réveillon, apenas a viagem entre Guarulhos (SP) e
A alta nos preços das passagens quase fez com que a médica Luana Passos e o namorado Anderson Kazuo tivessem de repensar o destino da viagem de férias. Com a reserva no hotel feita, foi só no fim do ano que o casal teve certeza que viajaria de São Paulo ao Rio de Janeiro na véspera do Natal. Eles conseguiram comprar as passagens por um preço “aceitável”, com o bilhete de ida e volta em torno de R$ 1 mil.
“Nós estávamos com a hospedagem fechada desde outubro deste ano, só faltavam as passagens aéreas”, diz Luana. “Não cogitamos ir de ônibus pelas horas de viagem. Pela praticidade, optamos pelo avião, mesmo pagando bem mais.”
A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) destaca, em nota, que o preço das passagens vem oscilando muito por conta da volatilidade nas cotações do barril de petróleo e do dólar. Esse cenário, acrescentou, tem pressionado os custos do setor.
Desde janeiro até o início deste mês, o querosene de aviação, um derivado do petróleo, subiu 49,6%. O combustível responde por cerca de 40% dos custos das empresas aéreas. No mesmo período, o preço das passagens no País avançou 22,4%, de acordo com o IBGE. Em novembro, porém, houve uma queda de 9,8%. Janeiro, fevereiro, março e agosto também registraram recuos, o que, segundo a Abear, “comprova a volatilidade dos custos estruturais da aviação e, consequentemente, do preço das passagens aéreas”.
Outro fator que pressionou o preço das passagens, não só agora, mas durante todo o ano, foi o dólar. O setor aéreo tem 60% de seus custos na moeda americana e, durante praticamente todo o ano, ela ficou cotada acima de R$ 5.
*Fonte: Tribuna da Bahia, com Agência Estado; Foto: Suhyeon Choi / Unsplash.