Secretário de Turismo da Bahia faz projeções otimistas para o Carnaval

Por Guilherme Reis, Henrique Brinco e Paulo Roberto Sampaio – Tribuna da Bahia

O secretário de Turismo da Bahia,  Maurício Bacelar (foto), faz projeções otimistas para a realização do Carnaval deste ano. “Nós temos dois anos sem Carnaval. É uma festa planejada, organizada, coordenada pela Prefeitura de Salvador. O Governo do Estado apoia na área de saúde, segurança pública e também no financiamento dos diversos artistas e trios elétricos, blocos afros e manifestações culturais. A nossa expectativa é que a Bahia tenha um dos maiores carnavais da história”, declarou, em entrevista à Tribuna. Para ele, as experiências pós-pandêmicas têm dado bons resultados. “Demonstramos todo o planejamento, o cuidado com as festas populares quando fizemos o São João de 2022. Foi uma festa promovida, planejada e bancada pelo Governo da Bahia. O São João voltou a liderar as manifestações do povo nordestino. Esperamos que o Carnaval aconteça da mesma maneira”, ressaltou. Bacelar ainda fez projeções para o turismo no estado e deu um diagnóstico do setor.

Tribuna – Qual é o seu diagnóstico do turismo na Bahia, principalmente após a pandemia? 
Maurício Bacelar - Nós nos preparamos, o Governo do Estado se preparou, para que quando as condições pandêmicas permitissem a gente incrementasse o turismo na Bahia. A pandemia trouxe muitos prejuízos para a nossa atividade. Dentre todas as atividades econômicas, a que mais sofreu com a pandemia foi o turismo. Por conta da pandemia, nós ficamos quase que proibidos de desenvolver a atividade. E isso trouxe desemprego, perda de renda e de impostos para o nosso Estado. Somente no primeiro ano da pandemia, em 2020, nós perdemos 19 mil postos de trabalho com carteira assinada. Até outubro de 2022, nós já temos um incremento de 22 mil pessoas com carteira assinada. Isso mostra a velocidade com que a atividade turística se recuperou. Se recuperou depois que nós tivemos condições de desenvolver o turismo. E isso foi fruto do quê? Foi fruto de um plano desenvolvido no Estado, que nós demos o nome de Viva Turismo Bahia. Esse plano é baseado em quatro eixos: biossegurança sanitária, capacitação e qualificação de mão de obra, obras de infraestrutura e promoção na área internacional, nacional e regional do destino Bahia.

Tribuna – O senhor disse essa semana que vai investir na internacionalização. Como vai se dar essa estratégia? 

Maurício Bacelar - Nós temos aqui na Bahia um incremento de 40% na visitação de turistas brasileiros. Mas, no turismo internacional, nós ainda não estamos no patamar que a Bahia tem condições de receber. E por quê? Porque o Brasil, com o ex-presidente Bolsonaro, perdeu muito do turismo internacional. A postura negacionista do presidente com relação às ações para combater a pandemia, o desmonte que o presidente Jair Bolsonaro fez nos órgãos do meio ambiente, aumento das agressões contra o meio ambiente, afastaram os visitantes aqui do Brasil. Mas agora o presidente Lula tomou posse e o Brasil vai retomar o protagonismo na presença internacional. A presença do presidente na COP27, do Egito, a nomeação da ministra Marina Silva para o Ministério do Meio Ambiente, uma pessoa respeitada; vai voltar com o protagonismo do Brasil. Nós da Bahia vamos trabalhar no mercado internacional para atrair visitantes para o nosso Estado, bem como na captação de recursos internos e externos para a promoção das atividades turísticas. Vamos participar dos principais eventos promocionais turísticos do mundo. Inclusive agora no mês de janeiro, a Bahia está na maior feira de turismo do mundo em Madrid. Vamos recomeçar esse trabalho importante. Temos conectividade com destinos internacionais: Lisboa, Madrid, Buenos Aires, Montevidéu, entre outros. Estamos preparados para receber visitantes de destinos internacionais. O que vamos fazer agora é a promoção do destino Bahia. Estamos associados ao Ministério do Turismo, com a Embratur e vamos trabalhar também com o Ministério das Relações Exteriores. Com o potencial que a Bahia tem, vamos recuperar os visitantes.

Tribuna – O fluxo turístico no Estado, em termos numéricos, retomou o nível pré-pandemia? 

Maurício Bacelar - Pelos índices que medimos em aeroportos, movimentação dos portos, rodoviárias e nos pedágios, temos na Bahia uma movimentação semelhante às épocas da pré-pandemia. Quando a gente compara o segundo semestre de 2022 com o segundo semestre de 2019, eles são bastante semelhantes.

Tribuna – Para esse ano de 2023, a secretaria já tem alguma estimativa de recepção de turistas, de ocupação hoteleira? 

Maurício Bacelar - A nossa expectativa para essa alta temporada é de que a Bahia tenha a maior visitação da história do verão. A nossa expectativa é que a Bahia receba cerca de 6,2 milhões de visitantes, que vão injetar 9 bilhões de reais. Isso são dados retirados das movimentações dos aeroportos, portos e rodoviárias.

Tribuna – Essa conta também está incluindo o Carnaval? 

Maurício Bacelar - Esse número de visitantes está também computado com o Carnaval. Não só os que vêm para a cidade de Salvador, mas também para os turistas que vêm para as mais diversas zonas do nosso estado.

Tribuna – Qual é a sua expectativa para a retomada do Carnaval? Os índices de visitação voltarão aos da pré-pandemia? 

Maurício Bacelar - Nós temos dois anos sem Carnaval. É uma festa planejada, organizada, coordenada pela Prefeitura de Salvador. O Governo do Estado apoia na área de saúde, segurança pública e também no financiamento dos diversos artistas e trios elétricos, blocos afros e manifestações culturais. A nossa expectativa é que a Bahia tenha um dos maiores carnavais da história. Demonstramos todo o planejamento, o cuidado com as festas populares quando fizemos o São João de 2022. Foi uma festa promovida, planejada e bancada pelo Governo da Bahia. O São João voltou a liderar as manifestações do povo nordestino no Brasil. O São João tem mais força no Nordeste aqui na Bahia. Esperemos que o Carnaval aconteça da mesma maneira.

Tribuna – Do que se trata a nova estratégia turística da Bahia no período 2020 e 2030? 

Maurício Bacelar - O ciclo do turismo varia de 9 a 11 anos. Então, nós aqui da Secretaria elaboramos uma estratégia. Esperamos que a Bahia potencialize ainda mais a sua vocação natural que tem para o turismo. A gente prevê nessa nova estratégia que atue junto com a sustentabilidade e conectividade para diversificar e ostentar a participação da atividade turística na riqueza do Estado.

Tribuna – Como viu a decisão do governador Jerônimo Rodrigues de incorporar a Bahiatursa com a Setur? 

Maurício Bacelar - É um aprimoramento da gestão. A Bahiatursa foi uma empresa pública criada nos anos 70 do século passado. Naquele momento, a gestão pública entendia que uma empresa pública era o instrumento ideal para fazer o fomento da atividade turística. Nos anos 2014 e 2015, o governador Rui Costa entendeu que não tinha mais sentido na gestão pública uma empresa. Agora, com o aprimoramento, o governador Jerônimo já entendeu que não precisava mais após o governo de gestão. Isso é uma coisa natural que acontece na gestão pública. Não teremos nenhum problema de continuidade. A Bahiatursa vai continuar na Secretaria de Turismo. As suas competências de fomentar a atividade turística não terão nenhum problema de continuidade.

Tribuna – Como está o andamento em torno do Palácio Rio Branco, que vai ser transformado em hotel? 

Maurício Bacelar - Esse modelo que estamos fazendo aqui na Bahia de transformar prédios históricos em equipamentos turísticos é uma política desenvolvida em Portugal com bastante sucesso. Aqui na Bahia, com a parceria com a iniciativa privada, vamos transformar o Palácio Rio Branco em um hotel de primeira linha, seis estrelas. A rede vencedora tem uma expertise muito grande em hotéis. Compromisso da empresa é que o Palácio Rio Branco seja transformado no melhor hotel da América Latina. É isso que nós vamos fazer. A empresa já apresentou o projeto das obras de restauração e recuperação. Esse projeto já foi aprovado pela Setur. Em janeiro, vamos entregar as chaves do prédio para que as primeiras ações sejam desenvolvidas. A expectativa é que nesse primeiro semestre de 2023 sejam iniciadas as obras.

Tribuna – Como atrair mais voos para a Bahia? O que é pensado para fomentar o setor? 

Maurício Bacelar - O Governo do Estado tem um programa bastante pujante para a atração de voos. Nós oferecemos para as companhias aéreas, a depender do número de voos e de assentos, uma desoneração do ICMS do combustível de aviação. Isso tem uma importância muito grande na atividade turística. Para você ter uma ideia, o combustível de aviação é responsável por um terço do valor da passagem aérea.

Tribuna – A Setur tem trabalhado para promover outros segmentos? 

Maurício Bacelar - Nós temos trabalhado com a diversificação dos segmentos. Nós temos estimulado outras vocações que a Bahia tem para aumentar ainda mais a atividade turística. Nós também temos estimulado, entre o período de julho a novembro, a visitação para o turismo de avistamento de baleias. A costa baiana é onde temos a maior concentração de baleias jubartes. Temos também promovido o turismo de mergulho. Em 2023, vamos afundar mais duas embarcações. Com isso, aumentamos em 400% a procura por essa atividade turística aqui na Bahia.

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *