Paris viveu o 25° Festival de Cinema Brasileiro no L´Arlequin

* Duda Tawil, de Paris
Com a projeção de “Andança – Os Encontros e as Memórias de Beth Carvalho”, de Pedro Bronz, logo mais às 20h30, a capital francesa verá encerrada a 25a edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris, que durante oito dias ocupou as tardes e noites do emblemático cinema L´Arlequin, no 6° distrito da Cidade Luz.
A capital francesa foi mais uma vez cenário do Festival de Cinema Brasileiro de Paris. Foto: Nelson Rocha/Portal Turiwmo Total.
Proposto pela Associação Jangada e com direção da talentosa Kátia Adler, o evento teve como tema central a música, com muitos excelentes documentários e filmes de ficção, com até cinco títulos, diariamente. O convidado de honra foi o jornalista, compositor, escritor, roteirista, dramaturgo e produtor musical Nelson Motta, que vive atualmente em Portugal. Na noite de abertura ele apresentou o comovente “Elis & Tom – Só tinha que ser com você”, de Roberto de Oliveira e Jom Tob Azulay, aplaudido em duas sessões.
Nelson Motta ao lado da diretora do festival, Kátia Adler, na noite de abertura.Foto: Ana Paganini/divulgação.
“Democracia em Preto e Branco”, de Pedro Asberg, de 2014, contou com a presença na sala do ex-jogador do São Paulo e do Paris Saint-Germain, Raí, que reside e faz mestrado em Políticas Públicas em Paris, de onde também dirige a sua Fundação Gol de Letra. No próximo dia 24 de junho ele estará realizando o 18° Troféu Gol de Letra, um torneio de solidariedade em benefício de crianças brasileiras. O encontro acontecerá no Centro de Esportes e Lazer do Banco da França, em Bougival, cidade da região metropolitana de Paris (www.goldeletra.org.br).
Kátia entre colaboradores na organização do festival: Binta, Juliette Vincent e Lucas Cureau. Foto: Duda Tawil/PTT.
No hall em frente à sala de projeção, fotos de artistas retraçam a presença dos que fizeram a história do festival. Batalhadora da Sétima Arte na França há anos, Kátia Adler escreveu no folheto da programação: “Sou muito grata a esses magníficos encontros que se tornaram possíveis por este evento. Ele me proporcionou a chance de encontrar uma nova família de amigos”, e mais adiante: “Sinto orgulho, também, que este festival tenha sobrevivido nesses últimos anos, tão difíceis. Tivemos de lutar contra o governo fascista que tanto mal fez ao Brasil. O vento enfim virou, e se a reconstrução vai ser difícil,  temos de acreditar no amanhã”.
O ator português de origem francesa José Brion foi o apresentador dos filmes exibidos. Foto: Duda Tawil/PTT.
Estreando no festival, o ator português José Brion veio de Lisboa para ser o apresentador, bilingue, dos filmes projetados. No final deste mês, ele, que no verão passado se encantou com a Cidade do Salvador e seu carnaval, sobe ao palco de um teatro no Porto, ao lado de 11 outros atores, em uma peça cuja tônica é…a música!
No bar do cinema, o Brasil, entre um e outro filme, se traduz, literalmente, em bate-papos animados de encontros entre amigos e apaixonados pela cultura brasileira, e também através da caipirinha, do guaraná, do açaí, do pão de queijo e outros salgadinhos.
E a música não rolou somente na telona do L´Arlequin. No mesmo hall, em diferentes noites, após a última sessão, houve atrações musicais, que a galera seguiu cantando ou dançando. Entre elas estavam o Club du Choro de Paris, na estrada há 22 anos; a roda de samba com o grupo Pingo de Ouro, formação de músicos brasileiros e argentinos; e para esta noite, após o documentário sobre Beth Carvalho, o cantor, compositor e violonista paulista Seu Elias, ao lado do comparsa Ale Gorr, fará uma homenagem à saudosa “Madrinha do Samba”, que nos deixou em 2019.
Salve então a próxima edição do Festival de Cinema Brasileiro de Paris no seu rendez-vous de 2024!
Mais informações: www.jangada.org

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