Nelson Rocha, de Lisboa
A representante da Organização Missão Escola Pública anunciou em Portugal um “Assalto ao Aeroporto” no sábado primaveril europeu. No mesmo dia recebi de um amigo um vídeo no WhatsApp mostrando um assalto real de dois turistas estrangeiros, que pareciam irmãos, sangrando e perpeplexos com a agressão no Pelourinho, em Salvador da Bahia.
O “assalto” ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, tratava-se de um protesto para mostrar aos turistas que desenbarcavam, os problemas no setor da educação. Nada que colocasse em risco a presença dos visitantes, que não param de chegar na bela, acolhedora, histórica e cultural capital portuguesa.
Quanto ao WhatsApp, o título dizia: 5 assaltos no Pelourinho só hoje!
Turistas assaltados e agredidos no Centro Histórico da minha cidade natal, de tantos carnavais, alegrias e amizades…..que saudade….mas como viver aí inseguro?
O vídeo é chocante. Umas senhoras oferecem água à dupla…. Uma diz: “Vou filmar para mandar ao diretor …Não é possível meu Deus!”
A outra indignada reforça: “Tem que mandar mesmo….Virou brincadeira isso! Virou brincadeira um negócio desse!…”.
A mostra via rede social do turista sentado e com sangue na cabeça que descia pelo rosto, me fez ver o retrato da insegurança pública que insiste em se perpetuar nas praças, ladeiras, esquinas e ruelas seculares da área soteropolitana de arquitetura lusitana.
A constatação é que o “negócio” referido pela moradora local, provoca ameaças, furtos, roubos, agressões, pelo visto com raras punições por parte da lei, diariamente desafiada na sua missão de ser eficiente na proteção do cidadão.
Portanto é expressiva, e até certo ponto simbólica, a diferença dos assaltos nesse relato de poucas linhas. Que Salvador da Bahia possa definitivamente se livrar do mal que insiste sujar a imagem da primeira capital, e continue a receber muito bem os turistas de todo o mundo.
*Fotos do Pelourinho e do Terreiro do Paço, em Lisboa, crédito Nelson Rocha/Arquivo PTT