Exposição de artista brasileiro em Paris: Leto William expõe “Olho d’Água”
Por Duda Tawil, texto e fotos
O talentoso artista plástico paulista Leto William, 30 anos, instalado há cinco anos na Cidade Luz, realizou no ateliê de Fabrice Vannier, da Escola de Belas Artes de Paris, a sua exposição individual “Olho d’Água”, que teve vernissagem ontem no Espaço Nonono da Tour Orion, em Montreuil, cidade nas portas de Paris.
A história profissional de Leto e seu destino parisiense começam na sua formatura em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Londrina em 2014, pois a família se mudou para o Paraná em 2000. Um pouco mais tarde, após realizar um mestrado na Universidade do Estado de Santa Catarina, onde ele também foi professor, ganhou uma residência artística na “Cité des Arts” através da Alliance Française de Florianópolis, em 2017, para passar três meses se aperfeiçoando em Paris, o que aconteceu em 2018.
Na cidade de todos os artistas, foi paixão à primeira vista, ele decide se instalar, realiza outro mestrado na Université Paris VIII, e em 2021 se inscreve na École des Beaux-Arts de Paris, onde realiza um terceiro mestrado. Desde então, participa de coletivas de talentos promissores, como a exposição “Coup d’Éclats” no Museu do Louvre, em 2022. Hoje, reconhecido e integrado no meio das Artes Visuais, ele realiza sua segunda individual.
A mostra tem curadoria de Sofia Lurati, concebida pelo atelier Non-étoile. Ela reflete sobre as relações entre singular e coletivo, se inspirando nos mares e nas florestas, na qual o jovem artista empregou técnicas como pinturas em acrílico, esculturas e instalações, a exemplo de “Flor Est Azul”, “Ressaca”, “Plante jaune et bleue” e “Sábado, fabricando naufrágios”.
A escolha do título “Olho d’Água”, em português mesmo, tem uma razão pessoal e uma reflexão artística: “Primeiro, é parte do nome da rua onde eu nasci, em Guarulhos, que fazia fronteira com o parque da Cantareira, e também se inscreve num dispositivo de pesquisa sobre as origens, o olho d’água sendo percebido como o começo do mar, que me interessa enquanto conceito poético e filosófico”, explica o artista.
A mostra acontece até o próximo domingo, 4 de junho, e é um dos grandes acontecimentos culturais brasileiros desta primavera parisiense.