Em Paris, a grande exposição dos ateliês de Belas Artes

Por Duda Tawil, texto e fotos
 
O final da primavera é também o encerramento do ano letivo na França, com exposições dos trabalhos de inúmeros cursos, na verdade, a conclusão dos mesmos. E como acontece em todos os junhos, no fim de semana foi novamente a vez dos alunos dos 85 “Ateliers de Beaux-Arts de la Ville de Paris” mostrarem os seus talentos. Em 14 lugares espalhados, foram dois dias de pinturas, esculturas e algumas instalações. Um deles se deu em Glacière, no 13° distrito da Cidade Luz. Houve um tema geral: “Je veux faire de l´art avec vous” (Eu quero fazer arte com vocês).
 
No Ateliê 33, “Exploration”, da professora Claire Vaudey, de pinturas, destaque para a artista visual Jacqueline Fayet, que este ano apostou no tema das máscaras e intitulou suas criações de “Ici et ailleurs: des masques et des lieux” (Aqui e acolá: máscaras e lugares). Geminiana que no próximo dia 20 festeja nova primavera, utilizou a técnica de acrílico sobre papel. “Estar aqui e em outros lugares ao mesmo tempo, é o que a máscara permite: uma leitura múltipla”, disse a artista sobre seus recentes trabalhos. 
Jacqueline Fayet mostrou suas máscaras em acrílico sobre papel
 
Nesta mostra de conclusão 2022/23, Jean-Pierre Renard apresentou as suas colagens. São cartolinas com o espaço vazio geralmente no centro de cada quadro. “Meu trabalho atual se concentra em torno desses dois temas: o precário e a cavidade. O precário é a necessidade de segurança, e a escolha do material cartolina representa a fragilidade, o efêmero; a cavidade é o lugar seguro, aconchegante, o refúgio”, pontuou o artista no livreto de apresentação.
As cartolinas de Jean-Pierre Renard expuseram o precário e a cavidade
A libanesa Salwa Fathallah mergulhou nas suas raízes orientais e trabalhou técnicas acerca das famosas almofadas do seu país natal. Colocou-as lado a lado em quadros. “Tive assim a sensação de voltar no tempo, de perceber o tempo no seu curso, tocando com meus dedos em “pequenas memórias”, fragmentos de intimidade, de fragilidade”, contou, “restituir uma parte do passado, das coisas cobertas, esquecidas”. E vai além: “Prosseguir na minha pesquisa plástica sobre o passado e o presente, a memória, o exílio e o tempo que passa”.
 
As almofadas juntas no presente e os vestígios do tempo que passou, por Salwa Fathallah
Também esculturas e muitos objetos de pura arte visual tomaram vários espaços do ateliê em Glacière, como os da foto acima. Todos os artistas que expuseram na cidade e seus trabalhos estão disponíveis no site do evento.
Mais informações: www.ateliersbeauxarts.paris.fr

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