Por Wesley Gonsalves
Fazer viagens internacionais foi um luxo que os brasileiros viram ficar cada vez mais caro nos últimos anos, principalmente por conta da desvalorização do real frente ao dólar (a moeda americana foi de R$ 3,80 no início de 2019 para R$ 5,30 no final de 2022, e hoje está em R$ 4,90) e também pela inflação no turismo global, que cresceu na pandemia. Mas cruzar as fronteiras e conhecer novos países ainda é uma possibilidade quando os turistas começam a olhar para destinos mais próximos, como os vizinhos da América Latina.
A explicação para isso está no fato de que, apesar de o real ter se desvalorizado frente às moedas mais fortes, os vizinhos viram seu câmbio ter uma desvalorização ainda maior. Com isso, o poder de compra dos brasileiros nessas regiões acabou subindo. Um dos principais exemplos é a Argentina: em um ano, o peso perdeu 56% de seu valor na comparação com o real.
Na verdade, com exceção da Costa Rica e do Paraguai, nos últimos 12 meses, quase todos os países latino-americanos apresentaram desvalorização de suas moedas ante o real. O pior desempenho é o da Venezuela (-82%), que não pode, no entanto, ser considerado hoje exatamente um polo turístico.
O maior poder de compra do brasileiro em alguns países da América Latina também aparece em outros indicadores. Um deles é o “Zara Index”, criado pelo banco BTG para comparar a economia de diferentes países em que a rede espanhola de fast fashion tem operações, levando em conta uma cesta com 12 itens vendidos pela varejista.
Fonte: Tribuna da Bahia, com Agência Estado .