É de conhecimento geral que o Brasil tem uma das maiores biodiversidades do planeta. Não por acaso, o país foi reconhecido pela renomada revista Forbes como o melhor do mundo para a prática de ecoturismo.
Muito desta aclamação tem a ver com a conservação da área natural brasileira: de acordo com o ICMBio, a área total protegida no Brasil é de mais de 2,5 milhões de km², além de contar com diversos pontos que são Patrimônio Mundial Natural pela Unesco. O que significa, também, que o Brasil tem um potencial enorme de turismo em parques nacionais, estaduais e municipais.
Aqui, vale fazermos uma lembrança extremamente pertinente: o turismo de natureza pode ser um excelente vetor de conservação da biodiversidade – desde que, é claro, seja planejado da maneira correta.
Dentro das Unidades de Conservação do Brasil, existe uma gama enorme de experiências a serem praticadas por visitantes. Atividades que vão desde a observação da natureza, passando por trilhas dos mais diversos níveis de dificuldade, turismo cultural, de base comunitária, arqueológico, cultural, mergulho… A lista é realmente enorme e extremamente diversificada!
O que acontece, porém, é que grande parte dos turistas, sejam brasileiros ou estrangeiros, não olham para estes parques naturais como destinos possíveis de suas viagens.
“Acredito que os parques deveriam estar mais próximos das agências de viagem, que são quem fazem a intermediação entre o turista e os destinos turísticos. Com exceção do esqui na neve, o Brasil é um país que tem tudo o que se faz em qualquer lugar no mundo e é um dos países mais lindos e maravilhosos que existe. O Brasil é um país do ecoturismo”, comenta Ana Carolina Medeiros, vice-presidente da Abav (Associação Brasileira das Agências de Viagens).
Esta variedade citada por ela pode ser exemplificada em uma breve lista de como fazer turismo em parques nacionais e estaduais do Brasil, em diferentes modelos:
– para quem busca turismo de aventura;
– para quem quer viajar com crianças;
– para quem quer praticar mergulho;
– para visitar sítios arqueológicos;
– para quem procura trilhas de longo curso;
– para quem quer praticar montanhismo.
Como é possível perceber, a diversidade de experiências nos parques naturais brasileiros é enorme. E tende a crescer: de acordo com dados do ICMBio, as Unidades de Conservação federais receberam mais de 21 milhões de visitas em 2022.
“De 2021 para cá, os turistas brasileiros estão buscando cada vez mais lugares ao ar livre para viajarem. A corrida tem aumentado para visitar o Brasil natural, a floresta amazônica, o pantanal, o cerrado, as praias, as cachoeiras, e a tendência é que continue crescendo”, comenta a vice-presidente da Abav.
O futuro do turismo em parques nacionais
Ana Carolina adianta, porém, que é importante que as Unidades de Conservação precisam estar bem estruturadas e desenvolvidas para atraírem a atenção de turistas.
“Quanto mais informações tivermos, melhor conseguiremos oferecer a quem quer viajar. As pessoas querem ter viagens inesquecíveis, mas para isso elas precisam ter informações. O turismo em parques nacionais tem regras e as pessoas precisam entender o porquê. Olhando pelo olhar das agências, no momento em que difundirmos e explicarmos ao turista, fica muito mais fácil de oferecer a viagem”, finaliza.
O potencial é enorme e tem espaço para ainda mais crescimento. De acordo com estudo do Instituto Semeia, os parques naturais brasileiros poderiam receber quatro vezes mais visitantes – com potencial para fazer o turismo de natureza representar R$ 44 bilhões no PIB do país e gerar até um milhão de empregos.
“Os parques são espaços para todas as pessoas, não só para o aventureiro, mas também para as famílias, crianças, pessoas com deficiência, idosos e qualquer um que queira viver experiência incríveis”, afirma Rodrigo Góes, gerente de projetos do Instituto Semeia. “O turismo nesses espaços, além de fomentar o desenvolvimento sustentável, também é uma importante ferramenta para a conservação do meio ambiente. As pessoas que visitam os parques têm a oportunidade de ampliar a visão para a proteção da natureza”, complementa Rodrigo.
Como parte desta visão de futuro, o Instituto Semeia estará presente na Abav Expo 2023, que acontece no Rio de Janeiro-RJ entre os dias 27 e 29 de setembro. Participaremos do ABAV Talks, um espaço dedicado a debates e troca de conhecimento que proporcionam a evolução dos profissionais do setor, com o painel Revolução do Turismo em Parques. A apresentação está prevista para acontecer no dia 27/09, às 18h, na arena Metamorfose. As inscrições podem ser feitas neste link. Fonte: Instituto Semeia.