Voos Childfree e a polêmica no ar com algumas companhias aéreas

 

Por Caroline Oliveira

Você já ouviu falar em childfree? Em tradução livre significa “livre de crianças”, termo que vem ganhando destaque nos últimos anos, inclusive no setor aéreo. O assunto dividiu opiniões nas redes sociais, tanto de pais que se sentem mais confortáveis desta forma, como de passageiros que acharam a atitude um pouco radical.

De acordo com a Anac, nenhuma companhia aérea do Brasil aderiu ao voo childfree. Foto: Freepik/vecstock .

 

 

Atualmente é comum ver hotéis que só aceitam adultos, mas algumas cias aéreas internacionais também estão seguindo a tendência para clientes que não querem conviver com crianças a bordo – desde que estes paguem por um valor extra: 45 euros (R$ 233) no assento padrão e 100 euros (R$ 518) em um assento premium, como é o caso da Coredon.

O grupo europeu Coredon, em parceria com a companhia espanhola World2fly, anunciaram que darão início ao movimento e os bilhetes já podem ser comprados, na rota Amsterdã-Curaçao, com operação a partir de novembro deste ano. Para Atilay Uslu, fundador da Corendon, a iniciativa tem como objetivo “acomodar viajantes que buscam por paz durante o voo”, assim, segundo Uslu, os pais têm uma preocupação a menos, já que os filhos não estarão incomodando os outros passageiros.

A operação será realizada por um Airbus A350 com capacidade para transportar até 432 pessoas. A parte da frente da aeronave será reservada somente para adultos, que possui nove assentos com maior espaço e conta com 93 poltronas. Para o espaço, chamado de “blindado”, serão utilizadas paredes e cortinas, tornando o local totalmente privativo. A área só poderá ser reservada para maiores de 16 anos.

A Japan Airlines adotou o termo em 2019. Ao fazer uma reserva de assento, a empresa mostra onde os bebês (até dois anos) estão sentados. Já a Scoot, companhia de baixo custo do grupo Singapore Airlines, também tem restrições: em alguns de seus voos, apenas quem tem mais de 12 anos pode viajar.

A Air Asia é outra companhia aérea que aderiu ao childfree, com uma área chamada de “zona quieta”, que só pode ser acessada por pessoas com mais de 10 anos de idade. Passageiros que voam nessa parte têm as refeições servidas antes das demais pessoas a bordo. Por outro lado, a IndiGo, companhia aérea indiana, abandonou a prática há alguns anos.

De acordo com a Anac, nenhuma companhia aérea do Brasil aderiu ao termo e não oferece serviço semelhante ao adotado pela Corendon.

TRATAMENTO DIFERENCIADO SERIA FALTA DE INCLUSÃO?

Para as cias aéreas que fazem esse tratamento diferenciado, não seria mais prudente servir as refeições dos pais que estão com crianças primeiro? Desta forma, a empresa está limitando passageiros e criando distinções entre eles, o que não deve acontecer, já que a inclusão é um tema que precisa ser considerado.

Em abril deste ano, foi publicado um vídeo nas redes sociais onde um homem fica extremamente irritado com uma criança chorando no voo. No vídeo, o passageiro grita com a comissária de bordo da Southwest Airlines e xinga a criança e os pais.

COMO MANTER AS CRIANÇAS ENTRETIDAS EM VOOS

Se adultos já ficam impacientes, cansados e incomodados de passar tantas horas sentado, imagina uma criança, que não entende a situação, não tem noção do que está acontecendo e de quanto tempo falta para chegar. É interessante conversar com os pequenos antes do voo, explicando na linguagem deles o que está por vir. Mas é preciso entender que, as vezes, não haverá atitude dos pais que vá sanar uma situação dessa.

Também é preciso destacar que falta de educação não deve ser aceita como um comportamento natural. Por isso, orientar os filhos sobre o que pode ou não é fundamental, além de andar preparado, com alguns itens de entretenimento.

É interessante considerar montar uma bolsa com itens de distração e que possa acalmar e manter a criança entretida durante a viagem. Nessas situações, também vale repensar o uso de eletrônicos. Exemplo de itens podem ser: caderno de colorir, lápis de cor, cartela de adesivos, massinha, livros, brinquedos pequenos – desde que seja recomendado para a idade da criança – e outros que sejam da preferência dos pais e da criança.

Fonte: Brasilturis, com informações de Uol, O Povo e Revista Crescer

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