Lisboa vai bater recorde de passageiros e navios de cruzeiros em 2023

A atividade dos cruzeiros está a viver uma época de crescimento em todo o mundo e Portugal não é exceção, com as perspectivas a apontarem para valores recorde em Lisboa. O que também está a crescer são as preocupações ambientais e os portos estão a envidar esforço para minimizar impactos negativos.

O setor dos cruzeiros em Portugal está em franco crescimento e no ano de 2023 devem ser batidos todos os recordes de passageiros movimentados e escalas de navios.

O Porto de Lisboa, por exemplo, deverá atingir, no final do ano, os 700 mil passageiros (em 2022, este número foi de cerca de 493 mil) e 350 escalas de navios. Segundo Ana Lourenço, da Administração do Porto de Lisboa, “no pós-pandemia, houve uma retoma muito grande da atividade, que se reflete nos números alcançados. 2023 será um ano recorde para Lisboa com números que nunca tinham sido atingidos”.

A responsável realçou, também, que o porto lisboeta pretende apostar mais no segmento de turnaround, que é aquele que traz mais riqueza à cidade. O estudo realizado pela APL concluiu que cada passageiro em regime de turnaround – que começa ou termina o seu cruzeiro em Lisboa – está na cidade em média 2,1 dias e gasta 386,5 euros.

Ana Lourenço falava num painel do evento Porto Maritime Week em que esteve em debate o futuro da atividade, nomeadamente no que toca ao impacto das questões ambientais no crescimento do sector.

Recorde-se que, recentemente, Lisboa e Funchal foram introduzidos no TOP 10 dos portos europeus com maiores níveis de poluição associada a navios de cruzeiro. Esta é uma questão que preocupa o Porto de Lisboa, que realizou um estudo sobre as tendências globais da indústria de cruzeiros e o seu impacto económico nas cidades.

A representante da APL deu a conhecer algumas das medidas que o porto lisboeta tem projetadas, por forma a mitigar as externalidades negativas da atividade, tais como o abastecimento de energia elétrica aos navios no terminal de cruzeiros e nos terminais da zona oriental, a monitorização da qualidade da água e ar, a implementação de um sistema de avaliação e monitorização das emissões, entre outros.

A associação ambientalista ZERO também esteve presente no painel e mostrou-se “muito preocupada” com os efeitos da atividade nas cidades e no meio ambiente, nomeadamente em Lisboa e Funchal, reconhecendo, no entanto, que os portos portugueses estão a fazer esforços para mitigar os efeitos nefastos da atividade dos cruzeiros. É o caso do Porto de Leixões que, apesar de o seu novo terminal de cruzeiros estar mais longe da frente urbana de Matosinhos, tem já em curso os preparativos para abastecer os navios de energia elétrica a partir de terra, avançou Marta Sá Lemos, da APDL.

Também com o objetivo de reduzir e compensar os impactos dos cruzeiros nas cidades e na natureza, os Açores passarão a cobrir, a partir de 1 de janeiro de 2025, uma taxa de carbono. Mas não só. Maria Sousa Lima, administradora da Portos dos Açores referiu também a aposta nos cruzeiros de menores dimensões e na “distribuição” das escalas pelos diversos portos da Região para evitar a excessiva concentração de turistas.

Fonte: Turisver.pt – Foto: APL (Administração do Porto de Lisboa).

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