Por Victor Jorge
África será o próximo grande destino do turismo mundial. Esta foi a conclusão retirada dos discursos dos presidentes e vice-presidente de três países africanos que abriram o 23.º Global Summit do World Travel & Tourism, a decorrer em Kigali, capital do Ruanda.
De acordo com os números avançados pelo WTTC no estudo que lançou sobre o mercado turístico em África, a economia do Continente deverá crescer para 168 mil milhões de dólares (cerca de 158 mil milhões de euros) nos próximos 10 anos, correspondendo a um crescimento de 6,5% anual na próxima década e criar mais de 18 milhões de novos empregos.
Segundo o relatório “Unlocking Opportunities for Travel & Tourism Growth in Africa” este crescimento do turismo em África depende de três políticas principais para obter uma contribuição de 350 mil milhões de dólares (cerca de 330 mil milhões de euros) para a economia global africana: infra-estruturas aeroportuárias, facilitação de vistos e marketing turístico.
Em 2019, África recebeu mais de 84 milhões de turistas internacionais, tendo proporcionado emprego e meios de subsistência a 25 milhões de pessoas, o que equivale a 5,6% de todos os empregos na região. Julia Simpson, presidente e CEO do WTTC, salientou que o setor do turismo e viagens em África testemunhou “uma extraordinária transformação. Em apenas duas décadas, o valor do setor mais do que duplicou, contribuindo significativamente para a economia do continente”.
Mas também referiu que “África precisa de processos de vistos simplificados, melhor conectividade aérea dentro do continente e campanhas de marketing para destacar a riqueza dos destinos neste continente”, referiu ainda Julia Simpson. O presidente de Ruanda, Paul Kagame, frisou que “o turismo global já recuperou. Contudo, em África o custo das viagens para e dentro do país dificultam essa recuperação e constituem um desafio, penalizando o desenvolvimento de qualquer país no Continente”.
Já para o presidente da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, “África e turismo são inseparáveis”. Com um peso de 17,2% no PIB do país, a governante admitiu que “o turismo será fundamental para reposicionar todo o Continente africano”. Samia Suluhu Hassan apontou ainda que este desenvolvimento do turismo em África depende de três aspetos fundamentais: “branding e marketing estratégico, conservação da natureza e investigação e análise de dados”.
No que diz respeito ao branding e marketing, a presidente da Tanzânia referiu que “África terá de contar a sua história nas suas condições e não limitar-se ao que outros contam, além de ser necessário, igualmente, quebrar alguns preconceitos injustificados que ainda existem relativamente a África”. Já relativamente à conservação da natureza, “pelo que herdamos, temos de ter a obrigação de deixar às gerações futuras”, referiu Samia Suluhu Hassan, destacando ainda que “a sustentabilidade ambiental é um ponto, mas não o único. Temos de apostar na sustentabilidade em diversos formatos: ambiental, social, económica, de modo a trazer uma melhor vida a todos”.
Finalmente, investigação e análise de dados são para a responsável do país algo que, “sem os quais não teremos capacidade de ir ao encontro dos objetivos a que nos propomos e fazer crescer o turismo em África”. Aqui Samia Suluhu Hassan salientou a colaboração que terá de existir entre os setores públicos e privados, deixando a seguinte mensagem: “não esperem para investir em África, porque podem perder grandes oportunidades”. No final e indo ao encontro do que disse a presidente da Tanzânia, o vice-presidente do Burundi frisou que “não podem existir certezas individuais, mas sim certezas globais”.
Todos sabemos que para o desenvolvimento do turismo em África, é fundamental termos infraestruturas para receber bem quem nos quer visitar, porque as pessoas e a amabilidade para bem receber já cá estão”, disse Prosper Bazombanza.
E concluiu: “uma coisa é certa, África está aberta ao investimento externo e internacional nos mais diversos campos. Por isso, aproveitem esta oportunidade”.
*Fonte: publituris.pt