O Alentejo foi uma das regiões turísticas portuguesas que esteve presente no Festuris, em Gramado, no Rio Grande do Sul, onde se promoveu no stand do Turismo de Portugal. Na feira, a conversa com o presidente da Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo, Vitor Silva, versou sobre a importância que o mercado brasileiro, especialmente o do Sul, tem para a região alentejana.
Este já não é o primeiro contacto do Alentejo com o mercado do Sul do Brasil?
Não, não é. No Festuris estivemos pela primeira vez no ano passado, numa configuração bastante diferente da deste ano, já que era um stand de Portugal onde não estavam todas as regiões mas penso que a configuração do stand este ano – e temos que dar os parabéns ao Bernardo Cardoso [delegado do Turismo de Portugal no Brasil] é um modelo muito bem conseguido. Este ano apostámos no segmento de luxo e penso que foi uma aposta muito bem conseguida.
No que se refere ao estado do Rio Grande do Sul, desde há mais de 10 anos que o Alentejo vem fazendo aqui algumas ações, nomeadamente na cidade de Porto Alegre. Na região Sul do Brasil também já fizemos ações em Florianópolis onde, aliás, já foi realizado um congresso da APAVT, e ainda o ano passado provemos ações nesta região.
No Brasil, o Alentejo aposta estrategicamente nos estados com maior poder de compra. Começámos, há muitos anos, por delinear uma estratégia para nos promovermos na cidade de São Paulo e durante muitos anos não gastámos nem um euro que fosse em promoção fora de São Paulo.
Depois alargámos o leque dentro do estado de São Paulo, nomeadamente para Campinas e Santos, e só depois é que fomos estendendo as nossas ações para os estados mais a sul, como Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina. Ou seja, o Alentejo já tem bastante experiência nesta região, há vários operadores com quem falamos regularmente e com os quais temos vindo a trabalhar, pelo que trazemos sempre uma agenda de trabalho e várias reuniões marcadas.
Faço lembrar que o mercado brasileiro em 2019 era o segundo mercado externo para o Alentejo em número de dormidas e em receitas estava muito bem porque é um mercado que gasta. Com a pandemia, foi um mercado que se perdeu e é também aquele que está a levar mais tempo a recuperar. Apesar de estar de novo em crescimento, ainda estamos com uma quebra de mais de nove por cento face a 2019 em termos do número de dormidas. É um mercado que precisamos de recuperar e acredito que vamos consegui-lo rapidamente porque temos produtos que interessam a este mercado.
Nomeadamente o enoturismo…
O enoturismo é muito importante nesta região porque no Sul do Brasil, devido às condições climatéricas, há a cultura do vinho e recordo que o maior mercado de exportação dos vinhos do Alentejo é o mercado brasileiro. Neste momento estamos a estudar com a CCDR Alentejo, que é nosso associado e membro da direção da ARPTA, apresentar uma candidatura – a candidatura é deles e nós seremos copromotores – onde vamos ligar o enoturismo ao território porque para nós, o vinho ligado ao enoturismo tem uma importância enorme. Lembro que há três anos decorreu em Monsaraz a conferência mundial do enoturismo.
Será possível que este ano o mercado brasileiro atinja, no Alentejo, os números de 2019?
Não sei, porque os últimos números que temos ainda são referentes a agosto e não estão descriminados por mercados. Penso que irei ter esses dados em breve e aí será possível fazer uma avaliação melhor. É preciso notar que os brasileiros vão em contraciclo para a nossa região – o que é muito bom – pelo que os meses de verão não são os melhores para este mercado, a partir de agora é que começam a ir mais. No entanto, se não recuperarmos este ano, penso que em 2024 o conseguiremos fazer.
O Alentejo já tem planeadas acções no Brasil para 2024?
Estamos a fechar agora o nosso plano de atividades porque primeiro recebemos as guidelines do Turismo de Portugal às quais nós temos que nos conformar, pelo menos no que se refere às verbas da contratualização. Com outro tipo de verbas já temos mais liberdade de agir mas, evidentemente, não vamos apostar em mercados que não fazem sentido.
Nós recebemos em meados de outubro as guidelines do Turismo de Portugal, o compromisso era que até 31 de outubro tínhamos que enviar para o TP a nossa proposta de plano de atividades e isso foi feito mas o Turismo de Portugal tem ainda que se pronunciar sobre isso Poderá haver um ou outro pormenor que o Turismo de Portugal queira corrigir mas de uma maneira geral penso que aprovarão o nosso plano, mas só nessa altura é que de facto teremos o nosso plano de atividades. No entanto, penso que este mercado vai continuar a estar na primeira linha. Fonte: turisver.pt.