Embarque com jornalista-cruzeirista no MSC Grandiosa (1)*

 

Por Paulo Atzingen

Embarco no MSC Grandiosa no Rio de Janeiro e da minha cabine, a 14161, avisto a ponte Rio-Niterói. Essa gigante de concreto e aço vista do Rio não passa de uma gigante de concreto e aço. Mas daqui, da cabine do navio, vejo-a com outros olhos. Ela liga pessoas, sonhos e esperanças, presentes e futuras desde 1974. 

Galleria Grandiosa com suas lojas em fachada colonial oferece uma cultura gastronômica ou de compras recheada de autenticidade.

 

Este gigante dos mares chegou em águas nacionais ligando Gênova a Maceió na semana passada e desde 2019 tem ligado não duas, mas centenas de cidades e pessoas, planos e esperanças pelo mundo afora.

Aqui dentro, da popa à proa, das salas de máquinas à cabine do comandante, acontece a união das ciências aplicadas, engenharia, design, matemática, física, tecnologia da informação e inteligência artificial com as artes conhecidas como maiores, a pintura, escultura, música, literatura, arquitetura, dança e cinema. O navio é um gigante com a soma de todos os saberes produzidos ao longo da história e está recheado de espírito humano!

MSC Grandiosa
Vejo a ponte Rio-Niterói da minha cabine 14161 e me vem o insight: para se alcançar o ápice desta aventura humana é preciso muita força, força suficiente para as travessias, as grandes travessias! O MSC Grandiosa é a própria força!

Infinity Atrium

Assim que eu entro no navio, o Infinity Atrium aparece como uma afronta ao cinza do porto. Mas é uma fonte de inspiração. Ali, um artista em seu piano de cauda toca Burt Bacharach remetendo os acima de 50 (anos) a um estado fluido, invisível e impalpável, mas real, como as notas musicais que me entram pelas orelhas e se pulverizam na mente e se espalham no coração.

No Atrium, arte e engenharia, poesia e matemática, sons e matérias se abraçam e se beijam. Uma serpentina prateada, na verdade um genoma metálico, corta de cima a baixo todo o espaço do Atrium e seus espelhos multiplicam o movimento (e o sentimento) de dentro pra fora e de fora prá dentro de cada um que ali está.

Duas escadas sinuosas fazem a moldura de um espetáculo de engenharia que impacta por sua beleza, reluz por sua claridade e atrai por sua grandeza artística.

MSC GRANDIOSA
No Atrium uma serpentina prateada, na verdade um genoma metálico, corta de cima a baixo todo o espaço e seus espelhos multiplicam o movimento (e o sentimento).
MSC GRANDIOSA
Galleria Grandiosa

A Galleria Grandiosa com suas lojas em fachada colonial oferece uma cultura gastronômica ou de compras recheada de autenticidade. Foi aqui que uma ala da Escola de Samba União Imperial batizou o navio em águas brasileiras unindo samba e gingado e quase que dizendo: Aqui é Brasil!

MSC GRANDIOSA
Ao caminhar pela galeria pude ver quadros de pintores da Renascença projetados na cúpula em led.

Masters of the Sea

Na primeira noite no MSC Grandiosa, após o doce espetáculo Sweet da Companhia Carousel – que leva ao país da imaginação a mente mais acinzentada, fui para o Masters of the Sea, um barzinho intimista ótimo para um papo e uma, duas, três cervejas. Ali, a surpresa: encontro a amiga Maristela Kalil e seu marido Carlos Campos que embarcaram em Gênova.

“Fizemos toda a travessia Marselha, Barcelona Málaga, Funchal, Maceió, Salvador, Rio de Janeiro, Ilhabela e finalmente Santos, foi ótimo”, elogia Maristela.

MSC GRANDIOSA
Maristela e Carlos não pouparam adjetivos positivos ao navio o que reforçou minhas observações preliminares.

Os dois não pouparam adjetivos positivos ao navio o que reforçou minhas observações preliminares e referendou a minha tese: Não basta eu falar bem, frases de marinheiro incidental não valem. É preciso ouvir os viajantes que experimentaram a travessia em sua plenitude.  “O navio tem tudo pra justificar o seu nome grandioso, porque realmente é um navio bem cuidado, bem estruturado, possui  atendimento espetacular, uma navegação suave e tranquila mesmo em mares algumas vezes pesados, vale a pena, foi muito bom ter feito esse cruzeiro. Eu recomendo a todos”, disse-me Carlos.

MSC GRANDIOSA
Após duas ou três cervejas servidas no melhor estilo pub-inglês, subimos para o Attic Club. Balancei o esqueleto por alguns minutos e a alma pediu: “vai dormir!” Obedeci e fui. Crédito das fotos: Paulo Atzingen / MSC divulgação.

*Este texto é a continuação da série DIÁRIO de um cruzeirista confinado, publicada em fevereiro deste ano, quando o autor contraiu covid em um cruzeiro de 7 noites para a Bahia. (confira nas próximas edições a continuidade deste diário)

**Paulo Atzingen é jornalista e fundador do DIÁRIO DO TURISMO.

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