Ecoturismo: a vocação natural de cidades chapadeiras da Bahia

Por Miriam Hermes –

A vocação para o turismo é natural na vastidão de terras recortadas em bela geografia, o que leva a uma crescente organização interna, notadamente nos municípios chapadeiros que valorizam a atividade. Além da formação de profissionais para postos diretos e indiretos, preservação do meio ambiente, valorização e apoio aos empreendimentos, eles participam da organização de eventos e colaboram na divulgação dos seus atrativos.

                                           Morro do Pai Inácio, em Palmeiras.

 

Encantadora pela beleza, cultura, gastronomia dentre outros atributos, a Chapada Diamantina tem mais que paisagens famosas como o Morro do Pai Inácio, um dos principais cartões-postais da região, na margem da BR 242, município de Palmeiras. Conta com redutos como a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Lagoa da Velha, em Morro do Chapéu, que guarda bem conservado um Sitio Arqueológico com pinturas rupestres, apontado como de grande importância para o estado, ainda pouco conhecido e com acesso restrito.

Embora sem números específicos sobre quanto a atividade turística gera em impostos e qual a sua participação do total arrecadado, municípios como Itaberaba, Lençóis e Morro do Chapéu destacam ser de suma relevância o movimento gerado direta e indiretamente, pois o dinheiro circula nas comunidades e atinge o comércio e serviços.

A sede do município de Lençóis é a porta de entrada para uma aventura inesquecível na região chapadeira baiana.

 

Anualmente o turismo injeta milhões de reais na economia de Lençóis, contribuindo para a geração de empregos e o desenvolvimento econômico do município, segundo informa a secretária de Turismo, Laura Garcia. Ela diz que “calcula-se que o setor seja responsável pela criação de mais de dois mil empregos diretos e indiretos. A estimativa da administração local é de que cerca de 70% dos recursos arrecadados provêm das atividades turísticas, evidenciando sua importância para o desenvolvimento econômico local.

O município tem investido em programas de capacitação e qualificação profissional, visando preparar a população para atender às demandas crescentes do setor turístico, como a capacitação ‘Como atender bem o turista LGBTQIAPN’, sobre Turismo de Observação de Aves e Estratégias de Negócios.

Com mais de cinco mil leitos de diversos padrões de hospedagem, a cidade oferece mais de 90 opções entre bares, restaurantes, bistrôs e cafeterias com variada culinária. Destaque para as comidas típicas do garimpo e os cafés especiais da Chapada. A cidade é um destino consolidado, de onde partem as caravanas para boa parte das trilhas e passeios aos atrativos da região.

Em Morro do Chapéu, o Festival de Inverno e a Feira Agropecuária são os principais eventos que servem como vitrine na atração maciça de turistas. De acordo com a prefeita Juliana Araújo, no ano passado a feira atraiu 90 mil pessoas e movimentou cerca de R$ 7 milhões, enquanto que o festival reuniu mais de 70 mil pessoas gerando cerca de R$ 9 milhões.

A gestora destacou que o turismo é atividade fundamental e gera impactos positivos na economia. Entre as principais modalidades exploradas ela cita o ufológico, o ecológico, rural, gastronômico e o enoturismo, com visitações para conhecer a produção de uvas e do vinho. “Temos hoje quatro vinícolas em operação e outras três em fase de implantação”, disse. Vale destacar que o município também atrai visitantes para pesquisas acadêmicas e em busca de flores e mudas diversas.

O movimento na cidade com eventos e a atração de turistas durante o ano representam milhares de empregos diretos e indiretos no comércio e serviços, geração de renda, abertura de novos negócios e o próprio desenvolvimento do município. Entre outras medidas para promover o desenvolvimento está a qualificação da mão de obra com foco também em outras áreas, a exemplo do de energia eólica, que tem crescido muito e gerado centenas de empregos.

Locais históricos

Portal de entrada da Chapada Diamantina para quem chega pela BR 242, vindo do litoral, Itaberaba tem um Plano de Turismo com valorização de locais históricos na cidade e zona rural, como o povoado de Alagoas que atrai romeiros e fomenta o turismo religioso. O turismo de eventos se revela nas festas de São João, dos Vaqueiros e aniversário de emancipação

“Os eventos potencializam a economia, geram emprego e renda, contribuem para fortalecer e manter viva a cultura local”, enfatizou o secretário municipal de Cultura, Turismo e Economia Criativa, Ramon Moraes. Ele acrescentou que embora sem dados exatos, as diferentes modalidades de turismo compõem um dos pilares da economia municipal, com grande apelo para o ecoturismo, assim como o restante da Chapada.

É destaque entre os atrativos naturais a Pedra de Itibiriba, imponente bloco de granito de 220m, guarda herança deixada em pinturas rupestres, atualmente foco de estudos acadêmicos, salientou Moraes.

Para o turismo ecológico o município oferece aos visitantes a oportunidade de explorar a rica biodiversidade da região. A Serra do Orobó, uma Área de Revelante Interesse Ambiental (Arie), cuja maior parte está no município de Itaberaba, possui a Cachoeira do Fascínio com 17m de queda d’água, é um ótimo destino para quem gosta de aventura e belas paisagens.

No centro urbano se sobressai o Monte do Bom Jesus da Lapa, de onde se avista a cidade e o Açude Juracy Magalhães. Como município pólo regional, o secretário citou que em Itaberaba também são relevantes “o turismo de negócios, saúde e Bem-estar, contribuindo direta e indiretamente no desenvolvimento social e econômico”.

Com programas de formação da mão de obra em parceria com órgãos como Sebrae. Senac e Senai, tem ainda iniciativas para conservar os recursos naturais e um projeto em andamento para a recuperação florestal do Parque Juracy Magalhães e construção da orla do açude de mesmo nome, com perspectiva de ser um novo atrativo e área de lazer para moradores e visitantes.

Fonte: Portal A Tarde – Fotos: divulgação – Arquivo Portal Turismo Total.

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