* Duda Tawil – texto e fotos, de Oeiras – Portugal.
A poucos quilômetros de Lisboa, ligada à capital portuguesa pela estrada ou pela linha de trem, na cidade de Oeiras acontece há poucos anos um grande festival, na sua quarta edição, que ontem se encerrou.
Criado em 2021 pelo empresário e agitador cultural Luís Montez, ele traz sempre grandes nomes, nacionais e internacionais, para dois palcos separados por uma linda esplanada verde, de muito verde, estandes para bebidas e gastronomia de um lado, e do outro o córrego de um riacho, propiciando uma atmosfera bucólica e musical ao mesmo tempo.
O local espaçoso e privilegiado são os jardins do Palácio do Marquês de Pombal, donde o seu nome de Festival Jardins do Marquês (www.jardinsdomarques.pt).
E a noite luso-brasileira de ontem foi aberta no palco principal pela jovem cantora lisboeta Irma, de forte influência da cultura angolana, país de origem dos seus avós, no seu canto. Também a.c.triz, teve em 2020 seu álbum de estreia, “Primavera”. Artista completa, fez vários musicais e muitos papéis para a televisão, sendo também compositora, com músicas e letras de sua autoria.
Logo em seguida, a banda pop brasileira A Cor do Som, com sua formação original, grandes sucessos acompanhados em coro pela galera presente, dançante, todo mundo de pé. O doutor honoris causa da UFBA, Armandinho Macêdo, como sempre arrasando nos seus solos, pela terceira vez no evento. E teve também a participação pra lá de especial do tenor português João Mendonza (www.joaomendonza.com ), considerado um dos maiores cantores líricos da atualidade, pioneiro do estilo lírico-pop em Portugal, também letrista e compositor, que já se apresentou com a OSBA em Salvador: no TCA e na Casa Rosa. Cantou “Sapato Velho”, sucesso do Roupa Nova, e “Menino Deus”, de Caetano, antigo sucesso d´A Cor, inspirado no bairro de Porto Alegre, e também tocou percussão no encerramento.
No final, a estival noite consagrou o talento e o carisma de Djavan, o amor do público por sua arte sublime. Acompanhado por excelentes músicos afinadíssimos com ele, vestido num terno marrom, o artista alagoano desfilou sucessos de agora e de ontem. Agradeceu à ministra indígena Sônia Guajajara pelo bonito texto com narração em off que abre o show, e aos artistas visuais indígenas e urbanos que têm suas obras projetadas como cenário para a apresentação. Logo depois que dedicou a mesma “a todas as minorias”, emendou com grandes hits da carreira de 50 anos, como “Meu Bem Querer”, “Oceano” e “Um Amor Puro”.
“Em 2022 atravessávamos uma fase difícil no Brasil e fiz a canção “Iluminado” para recuperar valores”, disse, e ao cantá-la toda a plateia iluminou seus telemóveis/celulares na noite muito escura de Oeiras. Emendou com a dançante “Azul” que fez nos anos 80 para a saudosa Gal Costa, e depois “Pétala”. Apresentou a banda e o delírio final veio com “Sina” e “Lilás”. E deu um ciao: “Sempre que vocês quiserem, é só me chamar, que eu volto”.
OK! Saravá, pá!
A seguir, alguns flashes dessa noite antológica em Oeiras:
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OK! Saravá, pá!
Edição: Nelson Rocha