Dia de sol do verão europeu faz brilhar ainda mais a 23a Lavagem da Madeleine, em Paris

 

* Duda Tawil, texto e fotos –
Foi o último domingo deste agitado, olímpico e histórico verão de 2024 na França, quando o sol não faltou ao festivo rendez-vous brasileiro, de sotaque baiano, e fez brilhar mais forte a 23a Lavagem da Madeleine, na Cidade Luz.
 
Dia iluminado aquele 15 de setembro, nesse evento que é o auge de um já tradicional festival cultural que dura três dias e que começou na sexta com a exibição do filme “Madeleine à Paris”, de Liliane Mutti, depois estágios de danças brasileiras, o famoso cortejo que reuniu milhares de pessoas e a “Mada Fête” que, com uma feijoada, caipirinha, samba e axé music, encerrou os festejos no bar Le Cirque, para 600 pessoas, lotado, bem em frente ao Centro Georges Pompidou.
Grupos de percussão, Pai Pote e Carlinhos Brown fizeram a lavagem dos degraus da Madeleine.
Com o santo-amarense Robertinho Chaves, agitador cultural e criador do evento, à frente do trio elétrico num percurso de 4km da Praça da República até a Praça da Madalena, da concentração à lavagem, a multidão seguiu e com os artistas fez o cortejo, inspirado na Lavagem do Bonfim que acontece em janeiro em Salvador da Bahia. 
 
No chão, grupos de percussão como o célebre Batalá do percussionista Giba Gonçalves, baianas, Filhas e Filhos de Gandhi, rodas de capoeira com os mestres Grande, Trovoada e outros, sincretismo religioso e muita alegria na mensagem final, acima de tudo: a paz e a tolerância entre os povos de todo o mundo. No trecho entre a Ópera e a Madeleine, o Cacique do Candeal, Carlinhos Brown, assumiu o comando do trio elétrico, de excelente som e músicos idem, com o tecladista Tiago na direção musical, e as talentosas Cátia Werneck e Sandra Luíza nos vocais.
Modelos em Salvador nos anos 70, a condessa Luana de Noailles, ex-top model de Paco Rabanne, e a cheffe/cerimonialista Ray Santos – festejando 70 primaveras e homenageada em pleno cortejo – se confraternizam anualmente na lavagem.
 
Pai Pote de Santo Amaro da Purificação lavou os degraus da linda e monumental igreja em estilo neoclássico, como um templo grego, uma das principais da capital francesa, a música parou e cheou a hora para os discursos, agradecimentos e mensagens finais. Além de Robertinho e Carlinhos, tomaram a palavra o representante oficial da Embaixada do Brasil na França, André Dunham Maciel, ministro e primeiro conselheiro, e a querida deputada estadual baiana Olívia Santana. 
 
De fato, o evento merece ser prestigiado e louvado por ser simplesmente o maior festival brasileiro de rua em toda a Europa. “Nossa Senhora”, de Roberto e Erasmo Carlos, e o “Hino ao Senhor do Bonfim” foram cantados. Estamos na França onde horário é sagrado, país dos rendez-vous (encontros marcados), e a festa que faz parte do calendário de festejos oficias da Prefeitura de Paris, tem de se dar por concluída às 15h pontuais. E o próximo…rendez-vous será no Le Cirque, no bairro de Beaubourg, 4° distrito dessa cidade única, que é a Capital do Mundo, onde rolou uma feijoada e música das 16h à meia-noite.
A cobertura televisiva foi feita pelo jornalista Pablo Vasconcelos e o repórter cinegrafista Angelo Moraes, vindos especialmente, para o “Mosaico Baiano” da TV Bahia – especial Madeleine, que vai ao ar no dia 28 deste mês.
 

No Le Cirque, agora. O comando do som e das pick ups está a cargo do DJ José Çaravá (sim, com C cedilha!!!), conhecidíssimo das nights parisienses, do grupo Atividade na Laje e da banda Samba da Quebrada, esta com o cantor Afro Jhow, e canjas de Cátia Werneck e Trovoada, shows pra não deixar ninguém parado, de repertório com o melhor da música brasileira.

A decoração do ambiente é de Marcelo Aquino e a ótima feijoada rola generosa pelas mãos da simpática cheffe Cláudia Sobrinho, que não cabia em si de felicidade, importada de Amsterdam onde mora e exerce com o maior sucesso o métier, mais a cerimonialista baiana Ray Santos, aniversariante do dia, que veio especialmente de Nice, no sul da França, onde mora há dois anos, e Fabrício Figueiras, jovem estudante de gastronomia que literalmente disse para que veio.

A banda Samba da Quebrada arrasou no Le Cirque lotado, com o cantor Afro Jhow.

O Festival Lavage de la Madeleine não é só Robertinho: é uma conjugação de esforços de uma equipe talentosa e devota da causa, cada qual trazendo seu tijolo para a construção. Para citar alguns da organização: o neuropsicólogo Leandro Paulo dos Santos; Kátia, a gestora dos grupos; o produtor Paulo Abatto na coordenação logística; Kamila Bottinelli Porret, criadora dos cosméticos Yemanjá, patrocinadora oficial da Coisa Nossa – Culinária Brasileira (feijoada de Cláudia Sobrinho); o grande Carlos Henrique Sevilla, que dispensa apresentações; a coreógrafa cachoeirana Dimi Ferreira, responsável pelo estágio de dança afro-brasileira e das evoluções coreografadas durante o percurso do cortejo; Dil Rodriguez, presidente da Villa Brasil e produção da lavagem; Kátia Veiga, do COB e do setor de imprensa do Consulado do Brasil em Paris; a ótima cantora, compositora e produtora Soberana Liz Cunha; e o apoio técnico do restaurante Maracanã Brésil.

E mais: a vice-presidente da lavagem, Audrey Etropie, contou com a colaboração de Tatiana Cristina, mulher de Leandro; Ana Vitória, voluntária; e Kátia Berredo, voluntária em seu primeiro ano. Além de Ronny Lee (Joy), formado em dança pela Ufba, um habitué do evento, que deu a oficina de dança e puxa há alguns anos uma das alas do cortejo.

Robertinho com seu séquito de fãs e parceiras do festival.
 

Muitos jornalistas, a cobrir ou a curtir, como a francesa Véronique Mortaigne, do Le Monde; a gaúcha Rosângela Meletti; a carioca Neide Libault de Souza, festejando 50 anos de França; a baiana Solange Cidreira, produtora do filme “Madeleine à Paris”; o baiano Cláudio Leal, também ator no filme “Meu Nome é Gal”, de 2023, atualmente realizando pesquisas de doutorado na Universidade de Paris; e obviamente a querida cineasta baiana Liliane Mutti, muito parabenizada pois é a diretora do “Madeleine à Paris”, lançado em abril passado na noite de encerramento do Festival du Film Brésilien de Paris, no Cinema L´Arlequin.

Inúmeras presenças carimbadas e queridas de tantas lavagens, ou novatas: Carlinhos Brown, e, estreando, as atrizes Alessandra Negrini e Maria Fernanda Cândido foram prestigiar a festa; Pedro Di-Lito, produtor musical (produz atualmente o filme e a turnê sobre Ângela RoRo, com direção de Liliane Mutti); a cantora carioca Betina Aarão; o cantor e compositor pernambucano de Bom Conselho, Zaca Zuli; a dançarina e produtora baiana Solange Barreto, do Festival Cultural Yemanjá de Nice; a dançarina Patrícia Assis, que veio de Nice; a psicóloga baiana Rozani Lemos; as turistas e irmãs pernambucanas Shirley Lins e Argelia Lins Lyrio Rezende; vindo de Malmö, na Suécia, o empreendedor baiano e organizador do Tedx na Praia do Forte, Mata de São João-BA, Ricardo Koanuka; a agente comercial Ingrid Souza e o turismólogo baiano Edgar Sanjees, há mais de oito anos nas estradas francesas.

 
Ajaiô!
 
Rendez-vous l´année prochaine! Até o encontro do ano que vem!
 
Editor: Nelson Rocha, de Portugal

5 comentários sobre “Dia de sol do verão europeu faz brilhar ainda mais a 23a Lavagem da Madeleine, em Paris

  1. O dia ensolarado abrilhantou a Lavage de la Madeleine, e a participação do jornalista Duda fez toda a diferença com sua habilidade de descrever, de maneira humana, este grande evento de forma sucinta, precisa e instigante. O artigo reúne história, revisita o passado com figuras ilustres e descreve o percurso do evento, desde a concentração inicial, passando pela Igreja Madeleine, até culminar na animada festa Mada Fête. Agradeço por eternizar esse grande evento na Europa, mais precisamente em Paris, por meio das palavras escritas. Lindo trabalho.

  2. Parabéns Duda pela brilhante matéria Dia de Sol. No Verão Europeu, edição 23 da Lavagem de Madalena, parabéns pelo excelente trabalho sempre apoiado, mostrando e valorizando os brasileiros que vivem na Europa meu grande abraço

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