Mori Venice Bar: jazz e o must da gastronomia italiana em Paris!

* Por Duda Tawil, texto e fotos –
 
Ele é uma daquelas instituições da alta gastronomia que, além do brilho e da badalação, é referência de uma cultura. Localizado no 2⁰ distrito da Cidade Luz, numa esquina da Bourse, a bolsa de valores, o Mori Venice Bar é um pedaço da Itália, precisamente da região do Vêneto, em Paris, uma das capitais gastronômicas do mundo. Decorado com extremo bom gosto em ambiente barroco e refinado, pelo renomado designer e arquiteto francês Philippe Starck, mesclando o antigo e o moderno, ele tem à sua frente um apaixonado e sempre presente proprietário, Massimo Mori.
Anfitrião da noite jazzística, nascido em 1956 em Viadana Brescello, Massino trouxe para Paris a autêntica cozinha do Vêneto. Na foto, está ao lado seu chef Manolo Teruzzi, e jornalistas convidados da França, do Brasil e do México.
 
Dentre muitos reconhecimentos, Mori recebeu em 2020 a prestigiosa distinção da Accademia Italiana della Cucina Giovanni Nuvoletti, instituída em 1953 para os que honram a cozinha italiana mundo afora, e contribuem para a sua radiação no mundo. Já em 2015, quando da Exposição Universal de Milão, recebeu o prêmio de referência de melhor cozinha italiana do mundo!!!
Desde sempre, ele segue à risca as recomendações do grande crítico de gastronomia Orio Vergani, que são três, a saber: a qualidade dos produtos, o respeito às receitas e a tradição da cultura dos que a praticam. Ali, a boa mesa é paixão e também um assunto de família, pois o seu genro Julien é o novo diretor/gerente da casa, dando um show de acolhida, e o único 100% francês do estabelecimento!
Julien Mori é o diretor do prestigioso estabelecimento da Place de la Bourse.
 
Aperitivo à base de prosecco e pêssego, batizado de “Pia Spritz”, em homenagem à neta de Massimo, Pia, primogênita de sua filha Céline e de Julien; autêntico grisini crocante da casa com azeitonas pretas e parmesão, pérolas de amendoim cristalizado e pedaços de parmesão legítimo, “reggiano”
Um dos objetivos, atualmente, é transformar o local num espaço cultural, um point de pessoas antenadas. Assim, desde o último dia 27, o renomado restaurante investe novamente na área musical: todas as semanas, até junho de 2025, acontecem as “Sextas do Jazz” com a cantora e musicista russa Olinka Mitroshina no piano, e no contrabaixo o americano Wil Thompson, da Nova Orleans, radicados na Cidade Luz, a Capital do Mundo. Sim, a casa é cosmopolita e aberta a todos os povos, às diversas culturas. No belíssimo repertório da inspirada dupla, não poderia faltar a bossa nova, e suas pérolas como “Meditação”, “Chega de Saudade”, “Só Danço Samba” e, com certeza, “Garota de Ipanema”.
O duo Olinka, na voz e no piano, e Wil no baixo, todas as sextas-feiras. 
O Mori Venice Bar foi aberto em 2006 para uma clientela que preza pela qualidade. O chef é Manolo Teruzzi, é de origem milanesa e veneziana. Oferece um menu regional do Vêneto, tradição que começou na Renascença, em Veneza, pelas famílias nobres, tendo em seguida se espalhado para a Toscana, e depois, Roma. “Não sou um homem de prêmios e medalhas, mas fico lisonjeado com um reconhecimento como este, da Accademia. É você trazer tudo isso para um lugar como Paris, com tantos restaurantes, uma cozinha de identidade, que necessita de um trabalho de especialista”, diz Massimo, que se inspira e utiliza produtos da agricultura sustentável, como pão de algas e farinha orgânica da montanha, e o óleo de oliva “settembrino”.

Um dos carros-chefe da casa: tagliarini com generosos funghi porcini.

 
 
Seu pai é de Veneza, fabricante de calçados de alta qualidade, e a mãe de Mantova, dona de casa e exímia cozinheira. Caçula da família, ele conta: “Como todos os filhos do pós-guerra, nós continuávamos os trabalhos dos pais. E tenho uma personalidade forte em liberdade, entrei para a Escola de Hotelaria Bellagio, no Lago de Como”.
Desta sólida base familiar e de formação educativa, depois de experiências profissionais de sucesso, ele resolve se estabelecer em Paris. E filosofa: “Eu não quero seguir a moda, mas o tempo. O homem não segue a cozinha, a cozinha segue o homem”.
Sugestões para um menu inesquecível: para acompanhar o aperitivo, os grisini “maison” com azeitonas pretas e parmesão, e pérolas de amendoim cristalizado; à mesa, os vinhos: branco (chardonnay) “Morino” Batasiolo, e tinto “Etna Rosso” Alta Mora; três tipos de pães caseiros, como o espetacular pão de algas; entradas: butarga com ovos de salmonete e carpaccio de robalo; risoto de funghi porcini; fina charcutaria defumada com framboesas e leve polenta branca; e talharim com bisque/redução de tomate e lagostim; pratos: tagliatini de funghi porcini, e pato à veneziana com vinagre balsâmico envelhecido 50 anos!!!!!; sobremesas: a que engloba vários doces é a “farandole” (girândola) que inclui o tiramisu, tarteletes e pistaches; e divinos sorvetes da casa com acompanhamentos, tais como chantilly, avelãs cristalizadas e cerejas na grappa.
O vinagre balsâmico de 50 anos, conservado em pequenos barris de carvalho, é servido diretamente à mesa
 
A sofisticada entrada à base de peixe: lasquinha de boutargue, ovos de mullet carpaccio de robalo
 
A farandole é literalmente a cereja do bolo quando o assunto é sobremesa .
Além do Mori Venice Bar no bairro da Bourse, no bairro emblemático de Saint-Germain-des-Près, no 6° distrito, em 1998 Massino fundou o Emporio Armani Caffè e Ristorante, de cozinha mediterrânea e contemporânea, cuja direção hoje está a cargo do seu filho Matthieu, embaixador na França da cozinha  eco-responsável e da ética oceânica. Seu chef, desde 2016, Massimo Tringali, de origem siciliana, tem uma estrela no Guide Michelin, a bíblia da alta gastronomia na França.
O preço médio no Mori Venice Bar é de 100€. Horários, menu completo e demais informações: www.mori-venicebar.com e @morivenicebar.
 
0 jantar para apresentar o jazz para a imprensa latina baseada em Paris foi organizado pela jornalista mexicana Patricia Liogier de Sereys, através do seu site Paris SVP: www.paris-silvousplait.com @paris_svp
Buon appetito! Bom apetite!
 
Editor: Nelson Rocha, de Portugal

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