Portugal iniciou na tarde de quinta-feira, 3 de outubro, no auditório do Museu do Design (MUDE), em Lisboa, a discussão pública para definir a estratégia do turismo nos próximos 10 anos. O Ciclo de Conferências com o tema “Estratégia de Turismo 2035: construir o turismo do futuro” contou na primeira sessão com a presença de representantes do trade turístico e autoridades do setor,  entre as quais o secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado – que ocupa o cargo que no Brasil seria o de ministro da pasta, e considerou o encontro “histórico” -, do presidente do Turismo de Portugal , Carlos Abade, entre outras personalidades.

Na oportunidade a presidente de Turismo da Região de Lisboa, Carla Salsinha, declarou com exclusividade ao Portal Turismo Total, o que considera desafios para a capital  portuguesa na próxima década: “ Uma das questões é descaracterizar esta narrativa anti-turismo que existe. Eu acho que o grande desafio da cidade é de fato a dita mobilidade, não só dentro da própria cidade,  mas inter-regiões. Outro desafio é criar a integração de todos os monumentos, fazer a gestão integrada, e um outro é, sem dúvida, manter a autenticidade”.

 Carla Salsinha acrescentou que Lisboa  “vai estar muito melhor daqui há 10 anos. Estamos num momento de reflexão e eu acho que o turismo tem essa capacidade, porque nós somos o setor mais integrador, mais antecipador dos problemas e acho que daqui há 10 anos estaremos mais fantásticos”, concluiu referindo-se  ao futuro da capital, uma das mais visitadas da Europa.

“O objetivo disto tudo é fazer do setor do turismo aquilo que ele tem vindo a ser, que é uma ferramenta poderosa na melhoria da qualidade de vida das pessoas e do bem estar das pessoas. É isto que no final do dia nós queremos que aconteça.  É claro que para que isto aconteça, nós temos  que criar condições, temos que gerir os desafios que estão por nossa frente, no sentido de criar condições para que de fato este valor, esta criação de riqueza e esta distribuição mais justa da riqueza efetivamente aconteça”, comentou com este repórter Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal.

G20

No final do encontro, o secretário Pedro Machado falou sobre a sua presença recente na conferência do G20 no Brasil, realizada  no Pará e com a Declaração de Belém aprovada por unanimidade pelos participantes.

 “ Eu ouvia com atenção os testemunhos que estavam a ser dados pelos intervenientes e a perceber como eles produzem com aquilo que  a agenda cultural que o G20 determinou  para os próximos anos. Uma agenda que é conhecida e tem haver com a sustentabilidade e as limitações das alterações climáticas. É uma agenda constante e consistente e temos que todos os dias trabalhar para que ela aconteça”, pontuou.

Pedro Machado considerou a informação e a transação de informação e de dados entre os países que estão obviamente no G20, mas também aqueles que foram convidados, países observadores, muito importante, acrescentando que nesta conferência se percebeu de fato “a vantagem competitiva que é podermos alavancar decisões em cima de conhecimentos e informação viável ”.

Quanto ao produto final do setor, que é a satisfação do turista e das comunidades que os recebem,  o secretário do Turismo de Portugal afirmou que  “ este é um tema que tem que estar forçosamente na definição desta estratégia 2035. Nós percebemos e sabemos a importância estratégica que é para o país este setor, o que é que ele representa, mas temos também que fazer com que as pessoas percebam e sintam a vantagem competitiva que é o nosso país ter turismo…Saibamos tirar partido de tudo aquilo que a natureza nos ofereceu e que nós devemos conservar, defender e tornar mais sustentável”, concluiu.

O processo de discussão pública do Turismo de Portugal vai percorrer as sete regiões turísticas do país. O objetivo destas conferências é o de poder contar com a maior participação possível das entidades públicas e privadas que queiram ter uma palavra a dizer na definição das prioridades para o setor. A Estratégia Turismo 2035 sucede à Estratégia Turismo 2027,  agora em construção, e pretende ser como um novo referencial estratégico para enfrentar os novos desafios do setor que se colocam ao país, à Europa e ao Mundo.

O Ciclo de Ciclo de Conferências prossegue com sessões agendadas no Porto, neste dia 7 (Alfândega do Porto), dia 10 em Aveiro (Centro de Congressos), dia 14 em Évora (Évora Hotel), dia 21 em Ponta Delgada (Laboratório Regional de Engenharia Civil, Ponta Delgada) dia 28 no Funchal (Auditório do Museu da Eletricidade) e dia 11 de novembro em Faro (Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve).