Gilberto Gil dá “Aquele Abraço” em La Rochelle, na França

 

* Duda Tawil, texto e fotos –

 
Em noite antológica, de absoluta consagração ao seu talento, o nosso grande Gilberto Gil encerrou mais uma turnê internacional por duas cidades europeias e vários países da Ásia. No Velho Continente, fez shows em Genebra, na Suíça, na ida ao Extremo Oriente, e na volta, ontem, em La Rochelle. Em 2h10 de show de puro encantamento, a Aquele Abraço Tour aportou nessa linda cidade da costa atlântica francesa, no prestigioso teatro de La Coursive, espaço cultural que engloba várias manifestações artísticas. Os ingressos estavam esgotados há semanas.
Gil no palco com dois filhos, um neto e uma neta, em total entrosamento musical a cada acorde.
Com ele, nesse show de repertório primoroso de A a Z, atravessando várias épocas da vitoriosa carreira de 60 anos, desde a inauguração do Teatro Vila Velha em Salvador, no histórico show em 1964, e depois, com régua e compasso, o mundo afora que o consagrou:  Bem, José, João e Flor, todos da talentosa família do genial baiano. De “Expresso 2222” para começar, até “Aquele Abraço” no final, e para terminar mesmo, o bis com “A Novidade” e “Toda Menina Baiana”, foram ovacionados pelos 997 lugares do auditório, de pé, pedindo mais. A noite parecia não querer dormir…
 
La Coursive Scène Nationale é o grande teatro nacional de La Rochelle, que recebeu o abraço de Gil no encerramento da turnê euro-asiática.
 
Passeou por vários tipos de samba, explicando-os trilíngue, citou e homenageou amigos, cantores e compositores, uma tocante saudação à memória da amiga Gal com a sua linda “Esotérico”, do repertório dos Doces Bárbaros, e todo o literalmente, espetáculo, evolui numa felicidade crescente.
 
Apresenta os seus companheiros de sangue e de cena,  todes com o DNA da grande música nas veias, como a neta Flor nos teclados, de apenas 16 anos, que, por sua vez, apresentou a sua composição “Choro Doce”. O superconhecido talento eclético, à vontade a navegar não só pelos sambas, mas pelo reggae, bossa, xote e, em resumo, a MPB apresentada por um dos seus monstros, uma lenda viva no alto das suas 82 primaveras. O tempo é rei para Sua Majestade, sempre se reinventando com arranjos incríveis!
Jerry Marques (à esquerda), produtor de Gil há 25 anos, e equipe técnica – Gabriel, Gustavo (de boné) e Thiago – foram saborear ostras frescas no Marché Couvert do século XIX.
 
A família Gil continua agora na estrada pelo Brasil, em novembro. Em Salvador, dia 9, os Gilsons se apresentam na Concha Acústica do Teatro Castro Alves; devido ao sucesso, a cantora Mãeana, mulher de Bem, acompanhada por ele, volta nas segundas-feiras de novembro ao palco da Casa da Mãe, no Rio Vermelho, no aplaudido show “Mãeana canta JG – João Gilberto e João Gomes”; e o mestre mostra a ópera-canção “Amor Azul”, de 40 músicas inéditas, feitas em colaboração com o maestro italiano Aldo Brizzi, também na Concha Acústica, no dia 23 do próximo mês.

Ovacionados após mais de duas horas de um sublime show, antológico!

 
Bonne continuation e aquele abraço para todes!
 
Editor: Nelson Rocha, de Portugal

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